capítulo 2

233 54 27
                                    

Macarena

Sinto minha voz sumir e logo meu coração acelera quando vejo a árabe em minha frente.

- Ah, v-você veio me buscar? - Coço a garganta e desvio o olhar, me balançando em meus calcanhares. - Não precisava se incomodar, Zule.

Volto meu olhar à mulher; Zahir está usando uma regata preta com estampa de caveira, calça jeans rasgada e seus velhos coturnos surrados. Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo baixo, e claro que não podia faltar seu clássico lápis de olho azul.

- Não é incômodo algum, acredite. Somos melhores amigas, não somos? - Assinto. - Então pronto. Vamos indo?

- Vamos.

Saio da residência com Zulema e fecho a porta da frente, caminhando em direção à casa da morena. Enquanto andamos, conversamos sobre assuntos aleatórios relacionados à escola e nossa vida.

- Como andam as coisas com Hierro? - Questiono com meu coração levemente apertado.

- Ótimas! Mais que ótimas, perfeitas. - Ela responde com um largo sorriso em sua face. - Achei que não fosse durar.

- Fala sério, vocês estão juntos há mais de um mês. Óbvio que está dando certo. - Dou um leve soquinho no ombro alheio. - Estou feliz por você, de verdade.

- Achei que não fosse gostar dele, sua aprovação é muito importante pra mim.

Paramos na porta da frente da casa de Zahir e ela segura em minhas mãos, levando uma das suas para perto do meu rosto e colocando uma mecha loira atrás da minha orelha.

- Ah...Eu gosto dele, fica tranquila. - Desvio o olhar com minhas bochechas coradas, balançando sua mão. - E mesmo que eu não o aprovasse, quem tem que gostar dele é você.

- Bom, isso é verdade. - Zulema solta uma leve risadinha. - Vem, vamos entrar.

Ela abre a porta da frente e adentramos a casa, nos dirigindo até a cozinha. Zulema senta em cima do balcão e cruza suas pernas, pegando um cigarro em seu maço e colocando entre os próprios lábios.

- Quer?

- Zule, eu não fumo... - Faço beicinho.

- Sua mãe não vai saber. - A árabe sorri de canto e acende o cigarro, tragando o mesmo e o aproximando da minha boca. Separo os lábios e ela larga o cigarro entre os mesmos, pegando outro para si e acendendo. - Viu? Não é tão ruim.

- Pois é. - Suspiro dando uma leve tossida e tragando o cigarro, soltando a fumaça para cima. - Achei que o Hierro estivesse com você, é um milagre não estarem juntos.

- Ele disse que iria vir, só não sei-

- Cariño!

A fala de Zulema é interrompida por Hierro, que adentra a cozinha e vai até a mesma, depositando um selinho demorado em seus lábios. Rapidamente desvio o olhar e reviro os olhos, forçando um som de vômito.

- O que foi, rubia? Quer um beijinho também? - Ele se aproxima de mim com um biquinho nos lábios e sopro a fumaça do cigarro em seu rosto! - Joder! Não precisava disso.

- Deixa de ser fresco. - Zulema ri, tragando seu cigarro e soltando a fumaça em meu rosto. - Não é tão ruim assim.

- É, n-não é mesmo. - Sorrio, sentando em cima do balcão e balançando minhas pernas. - E as bebidas?

- Estão na geladeira, comprei hoje. - Ela levanta e abre a geladeira, pegando uma garrafa de vinho e me entregando. - O primeiro gole é seu, corazón.

Coro ao ouvir o apelido, apagando o cigarro no balcão e abrindo a garrafa. Bebo um grande gole e torço o nariz, entregando a garrafa para Hierro que bebe o líquido roxo sem fazer nenhuma expressão.

- Que vinho forte. - Digo e faço uma careta, recebendo risadas como resposta. - Zule, a Kabila ficou chateada porque não chamamos ela...

- Não gosto daquela garota. - A morena dá de ombros e pega a garrafa, bebendo um gole e em seguida puxando o ar entre os dentes. - Tenho meus motivos, sabe?

- E quais são eles? - Hierro se intromete na conversa, me fazendo revirar os olhos. Pego a garrafa da mão de Zulema e bebo mais um gole.

- Tenho ciúmes da Maca com ela.

No momento em que as palavras saem da boca de Zulema, me engasgo com o vinho e solto tosses fortes, dando socos fracos em meu peito para desengasgar.

- Tá tudo bem, loirinha? - Ela questiona e eu apenas balanço a cabeça positivamente, baixando o olhar e batucando meus dedos em minha coxa.

— Meninas, vamos pra piscina? — O mais velho pergunta com as sobrancelhas arqueadas. — Estou afim de nadar um pouco.

— Eu não trouxe biquíni. — Murmuro, balançando minhas pernas.

— Não se preocupe, cariño. Eu te empresto um. — A árabe sorri, segurando minha mão. — Vem. — Ela me tira de cima do balcão, me puxando para seu quarto no segundo andar.

___________________________

Espero que estejam gostando!! Não esqueçam de comentar e de votar, isso me motiva muito a continuar escrevendo <3

Girls Like Girls (hiatus!)Onde histórias criam vida. Descubra agora