capítulo 6

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Macarena

Após voltar para a sala de aula, vejo a professora de educação física sentada em sua cadeira. Peço licença e entro na sala, indo sentar em minha classe.

— Hoje, iremos fazer alguns alongamentos. — A mais velha explica. — Senhorita Ferreiro, vou colocar na chamada que você está presente, mesmo que não estivesse na sala no momento em que eu estava fazendo a chamada.

— Desculpa, eu fui beber água. — Murmuro, revirando os olhos.

— Espero que estejam com suas roupas adequadas em mãos. Meninas, podem ir se trocar primeiro.

Me levanto e pego minha mochila, indo para o vestiário com o resto das meninas. Sempre tive um pouco de vergonha de me trocar na frente dos outros, ainda mais na frente das minhas colegas. Olho em volta e vejo algumas meninas se despindo enquanto outras já se encontram seminuas ou vestindo a outra roupa. Decido deixar a vergonha de lado e tiro minha roupa, ficando apenas de lingerie. Abro minha mochila e pego minha calça e minha regata, sentindo alguém me puxar pela cintura.

— Ei! — Arregalo os olhos, me virando e rapidamente e suspirando de modo aliviado. — Ah, é apenas você.

— Foi mal, te assustei? — Zulema pergunta enquanto mantém um bico nos lábios.

-—Assustou, sua idiota. — Rio e dou um peteleco em sua testa. — Adorei sua roupa.

A árabe se encontra vestindo uma legging preta com detalhes brancos e uma regata da mesma cor com a estampa de uma cobra enrolada em uma espada. Seu cabelo está preso em um coque com alguns fios soltos, e não consigo deixar de reparar em como ela fica linda desse jeito.

— Rubia? — Pisco algumas vezes ao vê-la balançando a mão na frente do meu rosto. — Vai se vestir, daqui a pouco a professora aparece para reclamar da demora.

— Tá bom, tá bom. — Sorrio e viro de costas, vestindo minha regata e ajeitando a mesma. Abaixo um pouco meu corpo para vestir a calça, sentindo uma leve ardência assim que Zulema desfere um tapa forte em minha bunda.

— Joder, sua puta! — Exclamo, tentando ignorar o fato das minhas bochechas estarem completamente vermelhas.

– Desculpa, acabei não resistindo. — A morena admite entre risadas, colocando a mão na barriga. — Puta merda, ficou a marca da minha mão.

— Isso doeu, sabia? — Mas eu gostei, porém nunca iria admitir em voz alta.

— Tudo bem, quer um beijinho para sarar?

— Quero. — Falo sem pensar, e antes que possa notar já estou mais vermelha que um pimentão. - É-É brincadeira, tá bom!?

Zahir não responde, apenas dá uma risadinha e se afasta, indo para a frente do espelho e ajeitando seu cabelo. Será que a deixei constrangida? Tanto faz, só sei que deveria ter pensado duas vezes antes de falar. Ajeito minha roupa e calço meu tênis novamente, arrumando meu rabo de cavalo.

Assim que eu e minhas colegas terminamos de nos trocar, caminhamos em direção à quadra. Depois de alguns minutos esperando, a professora chega com os meninos e começa a nos passar os alongamentos.

— Para começar, quero que vocês façam vinte polichinelos. Vou começar pegando leve, mas depois vou pegar mais pesado. Entenderam?

— Sim, professora! — Dizemos em uníssono, logo começando a fazer o que ela mandou.

Conforme o tempo vai passando, sinto meu corpo ficar fraco. Merda, eu devia ter comido alguma coisa além de uma fruta antes de sair de casa. Peço licença para a professora e me sento na arquibancada, secando o suor da minha testa com as costas da mão.

– Joder... — Bufo, colocando a mão no peito e sentindo meu coração acelerado. Vejo Kabila se aproximar e sentar ao meu lado, me entregando uma garrafa. — Muito obrigada, mas não precisava parar os alongamentos só para vir aqui.

— Imagina, acabei ficando preocupada. Como você está?

— Fraca. — Suspiro, bebendo um gole da água. — Tá bem gelada, do jeito que eu gosto. — Sorrio, olhando para a cacheada.

— Sempre deixo ela no freezer. — Kabila retribui o sorriso e acaricia de leve minha mão.

Olho para a rodinha de alunos que ainda estão fazendo os alongamentos e vejo Zulema me encarando com a sobrancelha erguida. Olho para a mão de Kabila junto à minha e volto a encarar a árabe, dando de ombros.

Após mais alguns minutos de aula, a professora nos libera para tomar banho e voltar para a sala. Tomo uma ducha rápida e visto minha roupa, sentando-me no banco do vestiário e olhando em volta numa tentativa de encontrar Zulema. Ao avistá-la, arregalo os olhos ao notar que a mesma não está usando nada além de uma toalha enrolada no corpo.

Ótima hora para ter um gay panic, Ferreiro.

— Rubia, você viu a minha mochila? — Ela pergunta enquanto olha pra mim, porém baixo meu olhar para o chão já que estou com muita vergonha para lhe olhar nos olhos. — Rubia?

— P-Pode falar! — Respondo rapidamente, balançando meus pés. — O clima tá bom hoje, né? - Dou uma risadinha sem graça. Que tipo de pergunta é essa?

— Sim, o clima está ótimo, mas estou mais preocupada com a minha mochila! — Zulema solta um gemido frustrado, olhando em volta e avistando Saray no canto do vestiário com as mãos nas costas. — Sabia que tinha sido você, hija de puta!

Zahir caminha até a cigana e eu solto o ar preso em meus pulmões. Me levanto e dou uma última olhada no espelho, pegando minha mochila e saindo do vestiário, caminhando de volta para a sala.

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Esse capítulo ficou um pouco mais longo que os outros, me empolguei escrevendo KKKKK Espero que gostem :)) votem e comentem bastante, isso me motiva a continuar escrevendo ♡

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