Girls Like Girls (hiatus!)

capítulo 11

Macarena

— Maca, você soube? — Kabila me tira de meus devaneios e volto a prestar atenção na cacheada. — Tava viajando de novo, né?

Se fosse viajando enquanto pensava no dia anterior que eu passei com Hierro e Zulema, então com certeza a resposta era sim.

Havia poucos alunos na sala de aula. A professora havia faltado, pois, estava gripada então o período era livre e podíamos ficar circulando pelo pátio ou ficar na sala. Zulema estava no fundo da sala com algumas meninas enquanto eu estava conversando com Kabila.

— Sim, eu estava viajando um pouco. — Admito. — Mas respondendo sua pergunta, não, eu não soube. Aconteceu algo?

— Vai ter uma festa aqui na escola neste final de semana, já esqueceu?

Claro, o baile dos terceiros anos.

— Ah sim! Lembrei — Balanço a cabeça e pego meu lápis, rabiscando uma flor na minha classe. — Não sei se irei comparecer.

— Vamos, rubia. Você adora esses bailes.

— Kabila, eu realmente não estou com ânimo. E veja só, não tenho nenhum par para ir comigo.

— Mas você tem eu. — Ela ri e faz beicinho. — Vai comigo.

Suspirei e rapidamente olhei para trás; Zulema estava numa conversa animada com Saray, Altagracia e outra menina morena. Qual era o nome dela? Elisa? Helena? Enfim, não importava. Só sei que estava me incomodando vê-las tão próximas assim. E sim, eu estava com ciúmes.

— Ok, ok... — Volto a encarar Estefânia. — Então nós vamos juntas, Cachinhos.

— Perfeito! — Ela sorri e me aperta em um abraço, o qual eu retribuo. Olho de relance para Zahir e a vejo revirar os olhos assim que repara em nós duas abraçadas. — Eu vou usar um terno que tenho guardado no meu armário.

— Eu tenho um vestido que nunca cheguei a usar, mas agora tenho uma oportunidade. — Sorrio. — Já volto, preciso beber um pouco de água.

Depositei um beijo rápido em seu rosto e saí da sala. Caminhei até o bebedouro mais próximo e bebi um pouco de água, soltando um suspiro aliviado já que minha garganta não estava mais seca. Olhei para os lados. Corredores vazios. Meus colegas provavelmente estavam no pátio ou visitando outras salas que estavam com o período vago. Girei meus calcanhares para sair dali quando senti alguém me puxar pela cintura.

— Ei, ei, relaxa. — Zulema dá uma risadinha e abraça meu corpo contra o seu. — Te assustei?

— É óbvio, você sempre chega de fininho! — Murmuro e dou um tapa em seu braço. — Idiota.

— A idiota que você ama. — Ela rebate e tento lutar contra a vontade de revirar os olhos, por mais que a árabe esteja certa. — Como estava o papo com Kabila? Vocês pareciam empolgadas.

— Normal. — Dou de ombros. — Estávamos falando do baile.

— Já tem um par, pelo visto.

— Tenho. — Mordo meu lábio inferior e cruzo os braços. — E como estava o papo com a Helena? Vocês pareciam empolgadas.

— Acredita que também estávamos falando do baile? Ela vai ser meu par.

Claro que iria.

Conseguia ouvir meu coração se rachar dentro do meu peito ao mesmo tempo em que meu corpo esquentou de raiva, fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas. Não sabia se era uma provocação de Zulema já que eu iria ao baile com Kabila ou se ela iria ao baile com Helena apenas por serem boas amigas.

Obviamente, era a segunda opção.

— Nesse caso, divirtam-se. — Falo de modo seco e dou as costas para a morena. Assim que tento me afastar ela para na minha frente. — O que foi?

— Você está com ciúmes. — Não é possível, essa garota lê mentes ou o quê? — Admite, rubia.

— Sabe que não tenho motivos para estar com ciúmes, Zulema.

— Está com ciúmes de mim com Helena pelo mesmo motivo que sinto ciúmes de você com Kabila.

Arregalei os olhos.

— E-E que motivo é e-esse? — Sinto minha voz falhar. Merda.

— Dios, é tão óbvio...

Zulema começou a se aproximar de mim até eu sentir minhas costas baterem contra a parede. Merda, eu estava encurralada. A árabe mantinha nossos rostos próximos e isso fazia as borboletas em meu estômago ficarem agitadas.

— Qual é o m-motivo, Zulema? — Arrisco perguntar ainda com a voz falhando. Será que ela percebe o efeito que tem sob mim ou se faz de sonsa?

— Você sabe bem, mas não tem coragem de falar em voz alta. — Zahir sorri de lado, mordendo o lábio inferior. Joder, ela fica tão sexy fazendo isso. — Até o baile, Ferreiro.

Zulema se afastou completamente até sumir de vista. Meu corpo inteiro amoleceu quando a ouvir me chamar pelo sobrenome, era um dos meus pontos fracos. Minhas pernas estavam moles feito gelatina e meu coração batia rapidamente dentro do peito.

Desgraçada.

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Mais um capítulo para vocês :)) estava pensando em no próximo capítulo já ser o baile, porque tenho algumas ideias ótimas para colocar na história. O que acham da ideia?

Não esqueçam de votar e comentar, até a próxima ♥︎