Capítulo 23

493 92 3
                                    

Você está ferido porque você é meu
Eu só quero te surpreender
Você está ficando mais longe novamente
Não é nada demais, eu digo isso
Mas para ser honesto
Pode não ser assim na verdade

Park Jimin (BTS) - Promise

Wei Wuxian e Lan Wangji saem do espelho cada um com uma mochila, Wei olha em volta, sua casa estava cheia de poeira pelo tempo que a mesma ficou abandonada, nem parecia que ali a alguns meses habitava uma pessoa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Wei Wuxian e Lan Wangji saem do espelho cada um com uma mochila, Wei olha em volta, sua casa estava cheia de poeira pelo tempo que a mesma ficou abandonada, nem parecia que ali a alguns meses habitava uma pessoa.

— Wei Ying? — Wangji o chama.

— Estou bem. — Wei olha para o Lan. — Eu só preciso pegar um pouco de dinheiro e a gente pode ir.

— Hum. — Wangji se senta na cama e observando Wei procurar por seu quarto as economias que ele juntava a um bom tempo.

— Quando eu descobri que meus pais não iriam me ajudar em nada, eu comecei a juntar dinheiro para o caso de eu ter que viver sem... Eles. — Wei engole sua vontade de chorar. — Achei, aqui deve ter o suficiente para nossa pequena viagem, qualquer coisa eu dou um jeito. — Wei pega na mão do Lan. — Pronto?

— Sim. — WangJi estende a mão para que Wei a segurasse.

— Wei Wuxian? — Antes do casal sair uma voz chama por Wei.

— Pai? O que faz aqui? — Wei solta a mão de Wangji e se aproxima de seu pai.

— Onde você estava? Eu te procurei por meses, sua mãe estava muito preocupada. — Fala com uma voz nervosa.

— Sei. — Wei volta para o lado de WangJi. — Vocês nunca ligaram para mim, aposto que só fizeram esse drama para chamar atenção, mas eu não caio nessa. Vamos Lan Zhan, temos uma viagem para fazer.

— Não permito que saia. — O senhor Wei proferi, ficando na frente do casal.

— Você não manda em mim.

— Eu sou seu pai.

— Só no papel, o senhor nunca esteve presente, fui criado por babas. Nunca esteve em meus aniversários, nem sei se sabe quantos anos eu tenho, ou do que eu gosto. Eu não lembro de ver o senhor e nem minha mãe em nenhum momento especial da minha vida, não sabem o que eu já ganhei, o senhor ao menos sabe que antes de eu ir com meu Lan Zhan, uma música minha foi lançada? E sabia que ela é o maior sucesso? Não, o senhor não sabe, sabe porque? Porque você não liga, não liga para o que eu faço ou deixo de fazer. Não fui e não sou a sua prioridade, agora não venha me jogar trivialidades na cara, porque o senhor não tem direito a nada...

— Filh...

— ... não quero saber de suas desculpas, eu não ligo mais, não importa mais. Construí uma família, tenho um ótimo marido e lindos filhos, me orgulho do caminho que segui, de cada escolha que fiz, e não mudaria uma única vírgula, porque tudo que eu fiz e deixei de fazer me levou a esse momento. E você não tem e nunca terá o direito de intervir em nada de minha vida. Agora irei sair por essa porta e não quero mais ver sua cara em minha frente, nunca mais. — Wei pega a mão de seu marido e o arrasta porta a fora, deixando seu pai perplexo e remoendo todas as palavras que foram proferidas.

Eles andavam pelas ruas de Pequim, Wei estava em silêncio e Wangji não queria quebrar, ele estava preocupado com Wuxian mas ele sabia que Wei queria um tempo só dele.

— Lan Zhan? — Wei chama baixinho.

— Hum? — Wangji olha para seu marido esperando pacientemente.

— Você acha que fui muito duro com ele? Mesmo ele não ligando muito para mim, ele ainda é meu pai.

— Você falou o que seu coração sentia.

— E não me arrependo de nada. — Diz enfim olhando para o rosto de WangJi com confiança.

— Então não fique se remoendo, vinhemos para nos divertir. — Sorri.

— Meu Lan Zhan não fala muito, mas quando resolve falar, sempre fala as coisas certas. — Abraça o Lan de lado.

— ... — Wei realmente sabia o poder que tinha sobre Wangji, ou fingia não saber ter. — Onde vamos?

— Eu tenho toda uma programação, trabalhei em cada detalhe, e quero ir em todos os lugares, mas o primeiro eu quero fazer um piquenique, tem um lugar perfeito para isso, talvez você ache meio estranho, mas lá é realmente lindo.

— Então vamos.

(...)

Père Lachaise era o cemitério mais famoso deste universo, ele era a cidade dos mortos, o cemitério é dividido por divisões, que seriam quarteirões, ruas e avenidas. O Père Lachaise é muito grande, ele é belíssimo. E Wei desde novinho adorava olhar fotos e decorar cada uma daquelas ruas, Lara um dia andar por elas.

— Lan Zhan, eu sempre quis vir aqui. — Wei olha admirado para a entrada. — Esse lugar se chama França e aqui é seu cemitério mais famoso, as pessoas dizem que é uma cidade dentro de uma cidade de tão grande que é, mas também por sua grande população.

— População?

— Hahahahahaha. — Wei rir. — Eu sei, é meio estranho, mesmo as pessoas estando mortas, ainda é uma população, pode ser uma "cidade" estranha, mas ainda é uma cidade... De gente morta.

— ... — Wangji olhou para o cemitério e depois para Wei, ele estava feliz, isso que importa.

— Vamos, eu trouxe várias comidas e muita água, eu quero explorar cada cantinho desse lugar, e sei que pode demorar muito.

Poderia ser um lugar estranho para se passear, mas se você der uma chance, ele poderia ser o lugar mais lindo que você viu em sua vida, ou em qualquer outra vida. Aquele lugar poderia ser o descanso dos mortos, mas cada caminho, cada estrutura contava uma história, poderia ser de amor, tristeza, alegria, ódio, traição, suicídio... Não importa que ali seja a morada dos mortos, ele era lindo à sua maneira.

— Vamos sentar aqui. —Wei aponta para um banco que ficava em frente a várias lápides gigantescas, que pareciam até casas.

— Hum. — Os dois se sentam, e Wei encosta a cabeça no ombro de seu marido.

— Sabe, quando eu era mais novo pensava que não poderia chegar a o que sou hoje. Estou feliz, feliz como não era há muito tempo. Eu sinto que meu coração poderia explodir de tanta alegria, acho que esse deve ser o sentimento dos personagens das histórias que eu lia, eles sempre tinham um final feliz. E... Não importa o que aconteça amanhã, se por um acaso eu morr...

— Não diga essa palavra. — Wangji o repreende.

— Hum?

— O telhado... Eu estava com medo. — Wangji desvia o olhar, e encara uma tumba a poucos metros. Ele se lembra daquele momento, o momento em que ele não sentia nada, apenas medo, medo de perder, e nunca mais ver Wuxian, ele não gostava nem de pensar o que teria acontecido se ele chegasse tarde.

— Aquilo é passado, não vai acontecer de novo.

— Nunca?

— Nunca, eu prometo. — E ele cumpriria aquela promessa com sua vida.

MIRRORS - WANGXIANOnde histórias criam vida. Descubra agora