capítulo 8

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Any Gabrielly

O dia da festa de Natal

Apesar de não estar muito animada para a festa que aconteceria de noite,acordei bem cedo e tentei pensar apenas que era natal e, pelo menos quando era criança, eu adorava o natal.

Mas talvez em algum momento da vida eu tenha perdido toda aquela inocência e pureza para comemorar a data mais linda do ano.

Porém, quando abri os olhos e me espreguicei, pensei que talvez esse ano eu pudesse pelo menos tentar.

Tentar não faz mal.

Afastei os lençóis e joguei as pernas para fora da cama, entretanto antes de ficar de pé, notei a silhueta do meu marido lá perto da janela, segurando a cortina branca e com a testa encostada no vidro.

Não era como se ele estivesse observando algo, mas sim como se estivesse afundado em pensamentos.

Josh andava estranho desde o dia do atentado e, sinceramente, eu não sabia se deveria perguntar algo, porém a curiosidade sempre me dominava.

Fiquei em pé e ajeitei minha camisola, penteei os cabelos com os dedos e caminhei pé ante pé até ele, porém ele nem sequer parecia notar minha presença.

Parei perto do espelho e cruzei os braços, preocupada.

-Bom dia.

Falei com a voz suave para não assustá-lo.

Joshua virou a cabeça na minha direção e esboçou um sorriso fraco, mas ainda assim muito lindo.

- Bom dia, amor. - Franzi o cenho.

-Você está bem? Parece um pouco pensativo. Aconteceu algo?

Josh deixou de lado a cortina e quando a soltou, ela escorregou cobrindo a janela e deixando que a luz do sol não entrasse como antes. Não tirei os olhos dele. Beauchamp parecia levemente atordoado, mas ele sempre foi bom em esconder seus sentimentos ruins. Eu nunca o tinha visto furioso, era como se ele não se permitisse,mas naquele dia eu podia notar a turbulência em seu olhar.

-Eu estava pensando naquele segurança que morreu. - Ele coçou a nuca e depois balançou a cabeça. -O nome dele era Samuel Lieberman e tinha apenas vinte e três anos, sabia?

Eu não conseguia entender onde ele queria chegar.

-E daí? Até onde eu sei você já mandou flores e prestou toda assistência à família.

Josh negou com a cabeça, estava inquieto e andou até o divã que havia no quarto, depois voltou até a janela.

-Meu pai cuidou de tudo, como sempre, mas eu queria falar com a família dele, entende? Queria explicar como tudo aconteceu e dizer que sinto muito, de verdade, mas o número que tinha no currículo dele para emergências simplesmente não atende.

- Mas querido, porque quer fazer isso? Tenho certeza que o Sr. Ron já cuidou de tudo. Ele com certeza falou com a família, você sabe como seu pai é todo certinho.

imoral [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora