capítulo 9

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Noah Urrea

Quando entrei no salão eu a vi.

Eu nunca fui de prestar muita atenção a detalhes, mas quando ela foi entrando, de braços dados com seu marido, estava tocando Stockholm syndrome do One Direction. E aquela maldita música combinava perfeitamente com todo aquele cenário.

Any caminhava graciosamente com seu vestido vermelho, se destacando,sorrindo, acenando, deixando claro que era a estrela da noite, mesmo que qualquer outra pessoa tentasse ofuscá-la.

Who's that shadow holding me hostage?
I've been here for days
Who's this whisper telling me that I'm never
gonna get away?

{De quem é aquela sombra que me mantém refém? Estive aqui por dias
De quem é esse sussurro me dizendo que nunca fugirei?}

I know they'll be coming to find me soon
But I fear I'm getting used to
Being held by you

{Eu sei que em breve eles chegarão para me encontrar
Mas temo que eu já esteja acostumado
A ser mantido por você}
{...}

Quando seus olhos encontraram os meus, mesmo diante de tanta gente que ia e vinha, não consegui ignorar o fato de ela ser a mulher mais bonita que já vi.

Any sorriu ironicamente, pois sabia com todas as forças que tinha todos em suas mãos, depois desviou os olhos e fingiu que eu não existia.

Sorri.

Maldita.

Balancei a cabeça e peguei uma taça de vinho quando um garçom passou.

A música continuava.

Oh, baby, look what you've done to me
Oh, baby, look what you've done now
Oh, baby, I'll never leave if you keep holding me
this way, oh o-oh

{Amor, olhe o que você fez comigo (oh!)
Amor, olhe o que você me fez agora (oh!)
Querida, eu nunca irei embora se você continuar me segurando desse jeito (oh oh oh oh, oh oh)}
{...}

Meus planos não eram passar a noite de natal inteira no meio daqueles ricos metidos a besta; eu tinha um lugar para ir, um lugar que eu visitava sempre,todos os natais, por isso - em parte -fiquei feliz com a folga que Beauchamp nos deu.

Eu não poderia faltar aos meus compromissos, por mais que os patrões sempre achassem que funcionários não tinham vida.

Fora desse mundinho, eu tinha minha vida e nela eu era dono de uma rede de lojas e tinha que administrar tudo, sem contar a herança do meu pai. Mas nunca me passou pela cabeça prender meus funcionários em plena véspera de natal e, ainda bem, Beauchamp pensava igual a mim, exceto pelo fato de que ele sempre nos olhava com indiferença.

Eu só queria entender porque meu irmão simplesmente não aceitou tudo que eu podia oferecer.

Se tivesse sido de outra forma, nós dois estaríamos muito felizes ... Qual é, eu podia dar tudo que ele quisesse, pagar o melhor curso ... Mas Nico nunca seria o tipo de pessoa que recorre aos meios mais fáceis.

Eu já ia dar a meia volta e sair dali quando Beauchamp chamou a atenção de todos para si, anunciando que precisava falar algo muito importante.

Por mais estúpido que pudesse parecer,caminhei em direção as outras pessoas e abri caminho entre elas, ficando próximo de onde eles estavam. Any olhou para mim e depois desviou o olhar, sorrindo.

- Primeiramente, estou muito feliz com a presença de todos. Eu agradeço do fundo do coração as doações, os presentes, tudo! Vocês vão fazer o natal de muitas crianças muito mais feliz.

imoral [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora