capítulo 16

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Any Gabrielly

O jantar havia sido maravilhoso e Josh não havia poupado elogios e, para falar a verdade, eu bem que merecia.

Ele vivia me trocando por trabalho, estava mais do que na hora de entender a mulher que tinha. E, sinceramente, eu adorava o cheiro do medo que ele sentia só de imaginar que poderia me perder.

Em determinado momento, Josh segurou minha mão por cima da mesa e a beijou com delicadeza.

No fundo de seu olhar, por trás das olheiras fundas das noites mal dormidas, ele ainda guardava em si a essência do homem romântico que havia me conquistado dia após dia. Eu tinha pensado sobre uma coisa em especial o dia inteiro e então resolvi falar:

-Preciso que me dê mais dinheiro.

Digo, por fora. Ele franziu o cenho.

- Mais dinheiro? Você precisa de algo?

-Não exatamente. - Pousei meu garfo ao lado do prato e respirei devagar. As crianças do orfanato vinham na minha mente o tempo inteiro. -Há um orfanato, não fica tão longe daqui. As crianças, Joshua, precisam de tantas coisas... É um lugar enorme, mas faltam cuidados, sem contar que eles vivem de doações que mal chegam. Eu queria muto ajudar, de verdade.

Meu marido se aprumou na cadeira e me estudou por alguns minutos.

-Um orfanato? E desde quando você se interessa por essas coisas? Você mesma disse que...

- Josh, por favor, me escuta...

Segurei suas mãos nas minhas e o fitei.

-Essas crianças precisam mesmo de ajuda. Aliás, de dentista também. Será que o doutor Payne, aquele seu amigo dentista, poderia fazer consultas periódicas?

-Mas...

-Eu realmente acho que deveríamos ajudar. Por favor.

- Amor, entenda, eu jamais me negaria a ajudar. Aliás, acho até muito bom, mas apenas fiquei confuso. Como ficou sabendo desse lugar? Desde quando você começou a querer saber dessas coisas?

Soltei sua mão e encostei-me à minha cadeira,lembrança de Noah tocando violão e me olhando me veio à mente. As crianças ao redor dele... O sorriso delas ao receber as comidas.

Eu nunca iria esquecer.

- Eu vi na internet. Uma conhecida me mandou e eu falei que iria ajudar e, até onde sei, tudo que você tem me pertence também, eu poderia simplesmente ir lá e pegar, mas resolvi compartilhar isso com você. Mas, de verdade, não gostei que você ficou me questionando.

Ele me encarou e depois notei que suas feições relaxaram.

-Eu não quis te aborrecer, só queria saber. E, se bem me conhece, sabe que eu jamais iria me opor. Na verdade, faço questão de ir com você até lá e doarmos uma boa quantia para a alimentação e a reforma. Também posso falar com o Payne e, quem sabe, conseguimos levar outros médicos.

Abri um sorriso enorme, mas o fechei imediatamente.

Ele queria ir comigo até lá, mas se fôssemos juntos... Não. Ele acabaria sabendo mais do que deveria.

imoral [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora