epílogo

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Noah Urrea

Cinco anos depois...

O mar parecia bem calmo naquela manhã e eu me questionei se permaneceria daquela forma o resto do dia.

Os turistas preferiam mar calmo, principalmente por ser época de férias escolares e a praia estar cheia de crianças. Eu os entendia.

Acenei para algumas pessoas e quando sai do saguão movimentado, me agachei e abri os braços para receber a forma de amor mais pura e deliciosa que eu conhecia.

Os pequenos bracinhos de Luna se enroscaram no meu pescoço e eu fingi estar sufocando, ela riu e eu ri também.

Fiquei de pé, tirei os chinelos e apontei para o mar.

Minha filha comentou que havia feito amiguinhos, mas que ainda esperava por nossa programação favorita: pescar!

─ Nós vamos, mas antes eu vou te enfiar dentro de um tubo de protetor solar. Da última vez a sua mãe quase me esfolou vivo, Luna.

Minha menina riu da minha desgraça.

─ Isso foi porque a mãe dela, vulgo eu, precisei ficar a noite inteira aguentando ela reclamando que as costas ardiam. Lembra, Urrea?

Me virei para encarar Any que tinha um chapéu enorme na cabeça e um sorriso brincalhão nos lábios.

─ Acho que fui eu que fiquei a noite inteira com ela. - Franzi o cenho. - Até onde lembro, você dormiu a noite inteira depois de dizer que a culpa tinha sido minha.

Apesar de fingir estar pensando, eu sabia que ela lembrava.

Any adorava me enlouquecer e eu adorava quando ela fazia isso. Eu sempre fui louco por ela e não me importava com mais nada. Beijei seus lábios salgados e sorri ao me afastar.

─ O dia está perfeito! - Comentou ajeitando o chapéu. - Não me canso desse lugar, sabia? Cancún amanhece cada dia mais deslumbrante.

Encarei-a por alguns segundos e concordei.

Mas não era sobre Cancún que eu estava concordando.

─ Eu entendo. - Murmurei e lancei uma piscadela para ela. A mulher mais linda do mundo.

A minha Any.

─ Papai, a tia Sabina está acenando...

Olhei por cima do ombro e estreitei os olhos.

Sabina e Lionel acenavam um pouco distantes e nos chamavam; fitei Any rapidamente e ela entendeu na hora.

─ Escuta meu amor... - Ela pegou Luna no braço e a encheu de beijinhos. - Por que você não vai enterrar o tio Lio na areia e depois a gente encontra vocês? Que tal?

─ SIM! - Luna comemorou. Ela adorava enterrar as pessoas na areia.

Eu que o diga.

─ Mas tome cuidado, qualquer coisa é só gritar e a mamãe vem correndo, certo?

Ela colocou Luna no chão e ajeitou o maiô dela.

─ Eu sei, mamãe que você tem um super poder.

─ A mamãe sempre aparece para salvar você. - Any completou. ─ A mamãe sempre estará aqui, Luna.

─ Eu te amo, mamãe! - Luna a beijou na bochecha e depois saiu correndo para encontrar os Lionel e Sabina.

Encarei Karol, ofendido.

─ Ela nem disse que me amava... - Reclamei.

─ AI meu Deus! Você é um bebê chorão... - Brincou.

imoral [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora