capítulo 12

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Any Gabrielly

Noah não soltou minha mão enquanto nos despedíamos das freiras e das crianças.

Era como se o ato de soltar as mãos quisesse dizer que acabou.

Quando saímos e acenamos uma última vez e ouvimos a porta se fechar, paramos no portão de fechadura quebrada e nos encaramos.

A lua parecia pender do céu com um único propósito: nos colocar em foco. Era como se aquela luz recaísse sobre nós dois, fazendo-nos criar forças e, talvez, atitudes, entretanto, eu não sabia como agir.

Noah soltou minha māo e uma brisa gelada contornou meu corpo.

-Eu preciso passar em um luga antes de ir para a mansão, por isso, se quiser, eu peço um táxi pra você. - Ele balançou a cabeça. -Já percebi que odeia andar de moto e eu posso acabar demorando.

Umedeci o lábio inferior.

-Posso ir com você? Prometo que não irei reclamar a viagem toda e nem fincar as unhas na sua barriga durante o trajeto.

Ele estreitou os olhos.

- sério?

-Bom, talvez eu finque as unhas, mas não com força, mas é que eu tenho medo e...

-Não. Eu falei se era sério a parte que você quer ir comigo. - Dei de ombros -O lugar pra onde eu vou é a minha casa. Quer dizer, não é bem uma casa, é mais um quartinho e não tem luxo nenhum. Eu só vou pegar umas coisas que esqueci e vou levar pra mansão.

Assenti.

-Se não for problema pra você, não será problema pra mim.

-Tem certeza? - Ele cruzou os braços. -Isso é um plano seu pra me levar pra cama?Se for, aviso logo que não tenho cama, é só um colchonete. Não será do seu agrado.

Eu tive que rir, porque sinceramente ele sabia ser tão direto quanto eu, exceto pela parte que ele ainda tinha um pouco de vergonha na cara.

-Tem chão, não tem? Posso garantir que se você for tão delicioso quanto eu imagino, cama não será problema. - Devolvi, com a voz aveludada.

Noah respirou fundo e balançou a cabeça, dando-se por vencido, depois rolou os olhos.

-Não vamos transar, Gabrielly
(autora: guardem essa frase kkkkkk)

Peguei o capacete que estava em sua mão e abri um sorriso que ele até poderia querer esquecer, mas não iria.

-Vou me lembrar disso.

Passei por ele sem tocá-lo e quando cheguei onde estava a moto, observei como seu peito subia e descia descompassado e como me encarava, mesmo que de longe. Nenhum de nós tinha certeza de nada.

•••

O prédio onde ficava o quartinho do Urrea era até bem organizado, exceto pela tinta descascando no pé das paredes e da recepção bem mais ou menos; e, claro, a decoração que era péssima.

Eu sequer tinha coragem de tocar no Corrimão da escada. Não entendo como ele conseguia morar ali.

Subimos três lances de escada e finalmente chegamos a um corredor limpo, porém muito estreito e extremamente longo. Devia ter uns mil quartos ali.

Noah apontou para a segunda porta à direita e eu o segui, tendo todo o cuidado para nāo tocar em nada. Talvez, se eu tocasse ali, pegaria algum tipo de germe que demoraria séculos para sair da minha pele.

imoral [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora