Any GabriellyEra uma sensação esquisita.
Meu corpo parecia dormente, mas minha mente - apesar de confusa - tentava organizar todos os acontecimentos, mas por mais que eu me esforçasse, nada fazia tanto sentido.
Ao longe eu podia ouvir um bip incessante e uma voz masculina que não parava de falar, mas que pouco do que ele dizia me interessava.
─ Ela vai acordar a qualquer momento, por isso a trouxe para o quarto, mas eu já avisei ao marido que ela ainda não pode receber visitas... Aliás, continue verificando a pressão arterial, estava alta. Se continuar aumentando, terei que ministrar alguns remédios. Ela não pode se desestabilizar, não faria bem a nenhum dos dois.
─ Sim Senhor, Doutor.
─ Fique com ela, depois eu volto.
De quem ele estava falando?
Com muito custo consegui passar a língua pelo lábio inferior. Eu sentia uma sede aterradora, mas a minha voz estava quase inexistente. Minha garganta queimava como se houvesse fogo e... Fogo!
Eu lembrava do fogo.
Havia chamas por toda a parte e... Eu não conseguia lembrar direito. Abri os olhos lentamente e voltei a fechá-los, depois abri novamente e dessa vez fitei um teto branco de gesso que não tinha a menor graça e não me fazia entender onde eu estava.
O tal do bip ficou mais insistente e eu virei a cabeça para o lado do som; tentei franzir o cenho, mas meu rosto estava endurecido, eu não saberia explicar.
Voltei a umedecer os lábios e grunhi alguma palavra rezando para que alguém me escutasse.
─ Ah a senhora acordou... - Uma voz gentil soou como música para os meus ouvidos.
Virei a cabeça para o outro lado e vi uma moça de sorriso apaziguador e postura ereta que me fitava com paciência e pena.
─ Seja bem-vinda de volta, Senhora Gabrielly.
Tentei mover os lábios como de costume, mas meus movimentos eram letárgicos e minha voz demorava a aparecer.
Por fim - e com muito custo - pronunciei:
─ O-o que... O-o que acon... Aconteceu?
A moça me encarou por alguns segundos intermináveis como se pensasse se deveria falar ou não, por fim, esboçou uma expressão estranha.
O bip ficou mais forte e minha cabeça doía.
─ A senhora não deve se lembrar, pois está medicada e suas memórias devem estar confusas, mas... - Ela respirou fundo e eu quis voar em seu pescoço, mas não me movi. ─ A senhora escapou com muita sorte de um atentado que sua família sofreu na noite passada. A... A senhora se machucou bastante e tiveram que operá-la de emergência, mas... Mas está tudo bem agora.
Atentado...
Voltei a encarar o teto opaco e forcei meus pensamentos a se ordenarem.
Eu... Eu quase lembrava.
Quase.
Fechei os olhos, mas tudo que eu me lembrava era de ouvir a voz do Urrea e de um barulho maldito de cacos de vidros se estilhaçando... Esse barulho era cada vez mais alto.
─ Eu quero ver o médico. - Consegui falar. - Eu quero sair daqui. Quero sair logo.
Engoli o pouco de saliva que me restava e respirei fundo.
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imoral [noany]
Fanfic"permita-se envolver pelas imoralidades" 𝑨𝑫𝑨𝑷𝑻𝑨𝑪̧𝑨̃𝑶 𝑵𝑶𝑨𝑵𝒀 (todos os créditos vão para a autora original, AmandaYvina) #1- noany: 20/04 #2- noany: 24/04 #3- noany: 25/04