Any GabriellyPouco antes da meia-noite, as freiras permitiram que o rádio fosse ligado e, como era natal, não parava de tocar música melódica e cânticos que fariam qualquer um desejar estar embaixo de uma manta quentinha com uma xícara de leite quente.
As crianças cantavam em sincronia e paravam vez ou outra para beliscar algo que tinha na mesa.
Mas a falta de mais comida me incomodava profundamente.
Do outro lado da cidade, na minha casa,havia comida de sobra, mas ali.
Provavelmente não daria pra todo mundo.
Me levantei do chão rapidamente e dei um nó na barra do vestido para evitar tropeções; Noah que ninava uma criancinha no colo me encarou confuso.
-Vai sair? Indagou.
-Vou. Eu não trouxe a minha bolsa,nem meus cartões ou carteira, mas aqui perto tem um mercado, de um amigo do Joshua, eu sei que é aberto as vinte e quatro horas. Talvez eu possa pegar algumas coisas, pra ceia deles -Apontei para a mesa com o queixo.
-Mas o mercado está aberto hoje? É natal, talvez...
-Se você acha que meu marido é ganancioso, precisa conhecer os amigos dele. Dei de ombros.
-Collin Keefe jamais pararia seu comércio. - Urrea sorriu, satisfeito.
-Não vamos precisar pedir. - Falou, ajeitando a criança no colo.
-Minha carteira está na minha jaqueta, podemos usar meu cartão.
Balancei a cabeça. Eu dei a idéia, não deixaria que ele usasse todo seu salário nisso. Ele provavelmente tinha tanto quanto as crianças.
-Urrea, seu dinheiro...
-Não seja teimosa. - Retrucou. -Apenas me ajude a levantar e vamos logo. Temos que voltar antes da meia-noite.
•••
Noah Urrea
Any havia feito cara feia quando falei para ela subir na moto, pois tínhamos pressa. Ela claramente estava com medo, mas não tínhamos o tempo do mundo todo, muito menos acharíamos um táxi tão rápido assim.
Quando finalmente entramos na via expressa, a brisa gélida nos açoitou, mas o calor que corria dos braços dela para o meu corpo, me mantinha aquecido.
Any ainda teimava em relação ao dinheiro que usaríamos, e por mais de uma vez desejei contar que eu tinha muito mais dinheiro do que ela pensava, mas ela ainda era a mulher interesseira que conheci e isso não mudaria numa simples noite.
Eu só precisava fingir.
-Só vou perdoar os sinais vermelhos que você passou, porque estava com pressa, mas se fizer isso de novo, eu mato você! - Ralhou, com as bochechas vermelhas de frio e raiva.
-Claro, se um caminhão não nos amassar antes e arrancar nossos membros! - Balancei a cabeça, rindo. -Vai brigar comigo todas às vezes que descermos da moto? Se for assim, já vou me preparar pra quando chegarmos no orfanato.
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imoral [noany]
Fanfiction"permita-se envolver pelas imoralidades" 𝑨𝑫𝑨𝑷𝑻𝑨𝑪̧𝑨̃𝑶 𝑵𝑶𝑨𝑵𝒀 (todos os créditos vão para a autora original, AmandaYvina) #1- noany: 20/04 #2- noany: 24/04 #3- noany: 25/04