capítulo 34

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Any Gabrielly

─ Margô?!

Abri a porta do meu banheiro, mas ela não estava. Ela não estava em lugar nenhum da casa.

Me sentei na cama e enxuguei as lágrimas que ainda caíam. Eu não conseguia parar de chorar, porque eu o havia perdido.

Noah havia mentido para mim da pior forma possível e eu não conseguia entender porque ele não foi sincero desde o inicio.

Se ele tivesse contado antes, tudo teria sido mais fácil. Para começo de conversa, eu nem teria me apaixonado por ele...

Bufo e balanço a cabeça.

A quem estou tentando enganar? Eu o amaria de qualquer forma. Eu ainda o amo.

O amo mais que tudo e não consigo suportar o aperto no peito que me sufoca. Eu sinto como se meu coração estivesse se partindo e a imagem dele não sai da minha cabeça um segundo sequer.

Aperto a jaqueta com mais força contra meu corpo e me deito na cama, sentindo o cheiro dele, ouvindo sua voz na minha cabeça e desejando que tudo não passe de um sonho ruim que logo irei acordar.

"Eu não planejei amar você.
Eu te amo e isso é verdade."

Mais uma onda de lágrimas me acomete e meu corpo treme.

Preciso dele. Preciso dele mais do que preciso do ar.

Levanto da cama e vou até a janela, afasto as cortinas e por entre as grades, observo o sol fraco e desejo poder voltar no tempo.

Sinto uma agonia no coração e uma sensação ruim que não consigo decifrar.

Olho ao redor.

Vazio e silêncio.

Talvez esse seja o meu castigo.

O castigo por ter sido a pior pessoa. O castigo por ter enganado e mentido a vida inteira.

Toco na minha barriga e penso no bebê que não tem culpa de nada.

Escuto um falatório e por fim a porta do meu quarto é aberta; Sabina entra afobada e grita com alguém, depois se vira pra mim.

─ Any você está bem?!

Corro até ela e a abraço com força.

─ Saby, O Noah...

─ Eu sei, eu sinto muito, mas eu tenho fé que o vamos conseguir ajudá-lo, eu prometo! - Cochichou no meu ouvido para que ninguém ouvisse.

Me desvencilhei do abraço e a fitei.

Os seguranças nos olhavam de longe.

─ Do que está falando?

Ela olhou por cima do ombro e depois me encarou, estava tão nervosa quanto eu.

─ Joshua descobriu que Margô te ajudou a ir atrás do Noah... Ele ligou para os capangas dele e o mandou dar um fim nela, parece que era para levá-la para o mesmo lugar onde o Noah está com ele... - Ela respirou fundo. - Ele vai matá-los. A Margô e o Urrea.

Me soltei dela e esfreguei o peito.

Meu coração doía.

─ Não. Claro que não, Sabina... Eu estive com o Noah e...

Ela agarrou meus braços.

Estávamos ficando sem tempo.

─ Meu primo não está para brincadeiras, Any. E eu quero que reze o máximo que puder, por que a nossa única esperança é que um amigo meu consiga salvá-los antes que a merda aconteça.

imoral [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora