𝒟ℯ𝓈𝓉𝒾𝓃ℴ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ (Concluída)

Parte dois

Se na última badalada tudo se for
O medo da verdade torna a mentira o pavor
os ponteiros jamais irão parar
continue correndo antes de te alcançar
tic tac tic tac

. . .

Certa vez os deuses romanos abençoaram a raça humana premiando dons a alguns deles.
Saturno escolhera o tempo relativo a todos e abençoou o reino das sombras a te-lo como protetor
Minerva não concordara com tamanho poder entregue a eles, então lhes tirou a capacidade de manipula-lo, com raiva da deusa da sabedoria, Saturno se juntou a vulcano e forjou o marcador de tempo que teria a capacidade de manipula-lo.
Minerva se juntou a Diana e a Apolo para que esse instrumento jamais fosse usado pelas sombras, a lua e o sol então, escolheu a dedo quem seriam os portadores de suas bençãos, capazes de destruir aquilo que chamavam de relógio
O original e primeiro relógio
Suas badaladas continham poderes insuperáveis
Bastava apenas a escolha e o comando
E suas badaladas faziam o resto
E o sol e a lua, então, decidiram que as sombras jamais vissem a luz em suas terras
E adormeceram seus ponteiros
. . .

Depois da guerra, o sol e a lua se viram juntos
O dragão e o lobo
A feiticeira e o soldado
Naquele dia em que a maldição foi quebrada
O relógio se preparou
Para que suas badaladas fossem ouvidas novamente

.   .   .

Era labirinto de pedras frias e úmidas, meus pés descalços absorviam daquele chão frio o desespero do som de meus passos, a dor das pedras que perfuravam a pele. Não havia luz, o céu não tinha vida, ora o sol ora a lua ora as estrelas, não havia.
Parecia apenas uma cortina preta.
As paredes e o chão, de repente, tremeram. O som estrondoso, como se anunciasse o fim, ecoou e me assustou.
Eu corria.
Corria
Corria
E então
Morria

Abri os olhos despertos e assustados, estava no chão. Por alguma razão eu estava caída no chão.
Não era a primeira vez, havia um tempo que acordava dessa forma, depois desse sonho.
Ou pesadelo.

Se passaram alguns meses desde a guerra, e coisas estranhas continuavam a nos perseguir.
O reino estava em paz, não havia mais vestígios de guerra além do memorial feito onde o conflito acontecera.
Mas, por algum motivo, eu sabia que essa paz era apenas silêncio. Não paz, mas a quietude assustadora das sombras.