𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁ℴ 3

4.1K 346 942
                                    

"Na verdade... as promessas são apenas palavras vazias que as pessoas usam para mentir ainda mais profundamente."

S/n on

Quando as folhagens que coloriam o caminho começaram a demonstrar certo ar sombrio, percebi que vagávamos por uma estrada desconhecia aos poucos viajantes.
Arbustos espinheiros tomaram conta da vegetação, e, de longe se observava grandes pinheiros e entre eles árvores com enormes copas. O vento levara consigo minha coragem, deixando apenas minhas preocupações, minhas pernas apenas se moviam por causa da minha inútil curiosidade.

O príncipe dos dragões também sentiu tal sensação de perda de noção e o peso se pairar sob nossas cabeças, o que tornava aquilo tudo tão... sombrio?

Talvez era por tal sensação que isso só deixava claro que eu estava me direcionando para o lugar certo, de longe escutei barulhos incômodos nos arbustos espinhentos, parei, trêmula ora por frio ora por medo.

Bakugou sacou a adaga que eu lhe emprestara, eu tirei o capuz para ter uma mira melhor.

—Seja lá quem for... não parece estar bem nesses espinhos. -O loiro falou, debochando de tal situação.

Me perguntava como ele conseguia manter essa firmeza na voz, e esse ar de confiança e autoridade.

—N-não creio que seja alguém... alguém do castelo. -Comentei, me aproximei trêmula nos arbustos e logo meu coração errou uma batida.

Errou uma batida por alívio e por pena do negro e pequeno coelho que se prendera nos arbustos.

—Seria ótimo ter esse ser na panela! O que está esperando para matá-lo?! -Bakugou perguntou animado, seu humor mudou  por completo.

—Não sei se você percebeu... mas nós não temos uma panela, além de atrair animais predadores para perto... fora que... ele é muito fofo para morrer. -Me entreguei às palavras que pouco saiam da minha boca desde que estarmos nessa estrada.

—Tsc... típico de uma garota frescurenta. -comentou.

—Cale-se antes que eu perca minha paciência. Estou apenas pensando como alguém que deseja sobreviver a poucas condições.

—Estou faminto! Tem horas, quase um dia desde a última refeição. -Ele choramingou.

—Então pegue a última maçã que resta.

—E... e você sua idiota?! Ah quer saber eu não me importo!

Revirei os olhos e lhe entreguei a maçã, a última maçã.

—Eu consigo me controlar, já você... tenho certeza que morreria. -Falei com desprezo.

—NÃO OUSE FALAR ASSIM COMIGO!

—Não... não grite! Bastardo acéfalo. -minha voz saiu trêmula, não conseguia me localizar direito.

—Você não vai gritar?! Nem tentar me dar um soco?! -Ele se surpreendeu.

—Mal tenho força para pensar... quem diria para gritar ou te socar.

Com essas últimas palavras, minhas pernas falharam, por pouco não desabei ao chão, e eu tenho certeza que aquilo não era fome.

—OE! Você esta bem?!

—Pareço bem aos seus olhos?! -Minha ignorância saiu de uma forma mais explícita.

—Tsc.

—Me...me desculpe. Eu não queria ser grosseira... ou não tanto. Na verdade desde que pisei na primeira folha que cobre essa estrada não me sinto bem. -Expliquei.

𝒟ℯ𝓈𝓉𝒾𝓃ℴ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ  (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora