𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁ℴ 15

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"—Eu não tenho medo de nada se for por você."

S/n on

Eu caminhava a passos lentos e trêmulos ao lado de meu pai, deveria demonstrar que estava fraca para eles abaixarem a guarda.

—Você está linda. -Meu pai falou.

—Imagino que seja a beleza de minha mãe.

—E a minha? -Ele perguntou incrédulo, olhando de canto para mim.

—A sua não existe.

—Esta com raiva de mim, filha?

—Não sou sua filha. Pais não fazemos isso com seus filhos.

E então a "conversa" se encerra, até chegar na sala do trono.
Midoryia estava ali, um cerimoniário estava ali, e eram apenas nós.
Quanto menos melhor. 

Cada vez para próxima de Midoryia, ele segurou minha mão, sorrindo radiante para mim.
Continuei inexpressiva, nem feliz, nem triste, nem furiosa.

Então olhei para o trono, e ali estava o cetro, Midoryia estava prestes a ser coroado, então ali... eu já tinha convencido todos que eu estava sob efeito das drogas, ali eu usei meus poderes, deixei eles percorrerem minhas veias e ficarem visíveis em minha pele, por onde o poder cortava eu sentia uma leve ardência.
O reflexo de meus olhos na coroa nas mãos do cerimoniário refletiram o brilho violeta.

A coroa entortou, até virar um bola maciça de ouro, apenas com o olhar eu fizera isso, onde eu pisava as rachaduras tomavam conta no chão, as paredes tremiam, os vitrais quebravam, Midoryia se enfureceu, tentou usar o "seu" poder contra mim mas não conseguiu.
O cetro flutuou até mim, e então eu tinha tudo sob meu controle... até então.

Midoryia não poderia me atingir, não enquanto eu aguentar a carga de poder que tinha dentro de mim.

Ele puxou meu pai, e com a velocidade que ele veio, o de cabelos verdes o esfaqueou e girou seu pescoço.
O som agoniante dos ossos se quebrando me fizeram abaixar a guarda por breves momentos, percebi as barras de meu vestido molhadas, sangue... meu vestido estava tingido de sangue, e querendo ou não, era o sangue de meu pai.

Aquelas lembranças dos momentos em que eu fora torturada me invadiram,  as roupas de Kirishima manchadas de sangue, Katsuki com o rosto cheio de sangue, meu pai coberto de sangue.
Meu estômago revirou só de pensar na dor que eu sentira.

—ME DEVOLVA O CETRO S/N! -Midoryia gritou enfurecido, era desconfortável o modo que ele demonstrava raiva.

Ele sorria, com as pupilas contraídas, não... mas dessa vez eu não iria desmontar fraqueza nem implorar por misericórdia, dessa vez eu iria me opor, gritar, e lutar até eu enquanto eu respirar.

—VAI QUERER LUTAR CONTRA MIM?!

—NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ! Sei suas fraquezas... S/n-Chan. Você acha que não me lembro daquele loiro? Não em esqueci dele...

Meu chão... ele caiu. E estava caindo, cada vez mais próximo de meu fim, o restante de minha alma se despedaçou com essa informação.

O teto começou a ceder, o efeito da poção de aliviar dor estava passando... Midoryia conseguiu me lançar contra uma parede que cedeu sob mim, senti o sangue morno escorrer de minha testa... e escutei o estalo das costelas quando me choquei contra as pedras.

—Meus aliados então bem no centro de todo o reino... esperando para atacarem uns aos outros... todos os clãs reunidos para massacrarem os que um dia foram amigos. Talvez lá... S/n-Chan... seja um ótimo lugar para acabar com o seu loirinho!

𝒟ℯ𝓈𝓉𝒾𝓃ℴ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ  (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora