| 𝚁𝚎𝚋𝚎𝚕𝚍𝚎 𝚜𝚎𝚖 𝚌𝚊𝚞𝚜𝚊 |

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💀 UM 💀

Se houvesse uma maneira de tirar toda essa dor do meu peito...eu faria.

Odeio o jeito que os meus pais me olham, eles parecem decepcionados, e por que não estariam? o filho deles é um puta babaca. Na minha família para minha infelicidade é cheia de crianças, eu sou o único com dezessete anos no meio de um monte de pirralhos catarrentos.

Meu irmão mais novo está completando três anos, e eu fui arrastado do meu quarto pra simplesmente existir no meio de outras crianças que só fazem gritar e correr de um lado para o outro. Minha mãe disse que eu deveria ao menos sorrir para os pais dos amiguinhos do meu irmão quando passasse por eles. Enquanto tento desviar das crianças correndo pela sala barulhenta com musica infantil repetitiva e gritos histéricos, outro barulho infernal preenche meus ouvidos. Meus olhos correm pela multidão de pequenas cabeças e vejo uma menininha ao lado da decoração de bexigas, ela estava esfregando a mão numa delas, fazendo aquele barulho estridente e que arrepia todos os pelos do meu corpo.

- Pode pedir pra ela parar com aquilo? - O primeiro adulto que passa por mim eu seguro seu braço e falo entredentes. Olhando fixamente para a menina.

- Ela é só uma criança, deixa ela se divertir com as bexigas. - O adulto disse e se soltou de mim, indo para qualquer lugar.

O barulho se repetia, me deixando enjoado, minha garganta se fecha junto com a sensação horrorosa que o barulho fazia nos meus ouvidos. Me aproximo da menina, e me abaixo na altura de seus olhos.

- Poderia parar com isso? Está me incomodando. - Peço educadamente e a menina forma um olhar irritado, fazendo mais do barulho com a bexiga em mãos. - Eu odeio crianças. - Resmungo fechando os olhos enquanto me arrepio cada vez mais, e sinto meu almoço chegar na garganta. - DÁ PRA PARAR COM ESSA MERDA LOGO? MENINA IDIOTA!! - Não pude me conter quando a menina aproximou a bexiga dos meus ouvidos enquanto continuava com o barulho. Não demorou muito pras minhas mãos irem até a bexiga e estoura-la propositalmente com minhas unhas medianas. Obviamente, o barulho da bola estourando tão próximo assustou a menina, e ela iniciou um choro alto e escandaloso.

- Henry! - Minha mãe grita me puxando pela orelha até a cozinha, me senti uma criança, e eu odeio quando ela me trata assim. - O que está fazendo? Ela é uma criança, não pode gritar ela desse jeito!!

- Nem queria ter saído do meu quarto. - Meu olhar sarcástico faz com que minha mãe sinta sua "autoridade abalada"

- Volta pra a merda daquele seu quarto e só saia de lá quando eu mandar. Espero que morra lá dentro.. - Ela diz próximo do meu ouvido para que apenas eu escute e aquilo..me magoou.

Apesar dela ser minha mãe, ela me machuca muitas vezes, e isso é visto como normal pras outras pessoas afinal ela foi quem me deu a luz e tem o "direito" de dizer o que bem entende comigo..

A porta do meu quarto é fechada com força, e pela primeira vez em inúmeras vezes que meus pais gritam ou dizem coisas ruins pra mim meus olhos se encheram de lágrimas.. e eu não pude conte-las.

- O que diabos tá acontecendo comigo? - A sensação de tristeza invadia cada vez mais o meu peito, e meus olhos soltavam mais e mais água, ao ponto de eu estar aos prantos e soluçando alto, mas que a música que vinha do lado de fora impediria qualquer um de me ouvir. - Eu quero ir embora daqui.. - as palavras rasgam minha garganta por conta do choro.

Eu não gosto de me por rótulos, mas há muitas coisas góticas no meu quarto, eu gosto desse estilo. Usar preto e camisas com estampas de caveira. Meus cabelos negros e cacheados e pele branca me faz me sentir um pouquinho bem. Por que apesar de me sentir mal graças aos meus pais.. eu sou feliz com minha aparência, tenho um rosto bonito, mas nunca tive uma namorada.. deve ser por que não tenho músculos definidos..as garotas gostam dessas coisas.

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