Capítulo 3

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E agora, vamos pular alguns anos, por que acho que vocês já entenderam como se seguiu a vida desses dois.

Eles chegam a adolescência; um momento muito delicado -tudo se torna o extremo. Adolescentes não gostam; amam. E adolescentes não tem isso de "não gostar". Eles odeiam.

E Betty, odiava a si mesma.

Com a sua playlist favorita tocando de fundo, Betty rodava em frente ao espelho.

Encarou jseu rosto, que antes parecia uma bolacha, e apertou as bochechas, percebendo o quanto seu rosto estava mais magro. Olhou para seu nariz fino, e sorriu ao perceber que ele estava bonito. Admirou a cor dos seus olhos, os cílios naturalmente longos. Sorriu.

Mas então, as inseguranças e medos a atacaram completamente.

Olhou para seu cabelo loiro e armada, que vivia preso. Passou a mão pela espinha de estimação que tinha no queixo -não importa quantas vezes espremesse, quando percebia, ela estava lá novamente, como que dizendo Você não se livrará de mim. Jamais.

Ela suspirou, mirando agora em seu corpo. A bunda e as coxas cheias de celulite -não precisava nem apertar a pele, as marcas que se assemelhava à cascas de laranja estavam espelhadas por seu corpo. Na cintura, as estrias pareciam cortes, de tão marcadas que eram -se destacavam terrivelmente quando ela estava de lingerie ou biquíni.
Colocou as mãos em seus seios pequenos, por cima de seu sutiã tamanho PP, que ficava um pouco apertado.

Passou a mão pela sua barriga, virada de perfil para o espelho, odiando cada uma de suas curvas. A barriga um pouco cheia, a bunda meio caída, os braços grossos, o pescoço um pouco gordo demais.
Jughead abriu a porta do banheiro que dividiam, em silêncio -banheiro o qual ficava no meio dos dois quartos e tinha portas dos dois lados para que ambos pudessem entrar; também usado como corredor que Jughead usava para torrar a paciência da loira. Ele parou encostado no batente, sem que a loira visse, e a observou se apalpar por um momento, um sorriso esnobe no rosto. Então, com uma voz alta para assustá-la, disse:

-As mães estão chamando a gente para jantar.
Elizabeth deu um pulo em frente ai espelho, puxando seu lençol para cobrir o corpo:

-Jughead seu idiota! Não sabe bater não? Eu estou de lingerie!

-Não precisa se cobrir, Betty. -ele lhe lançou um olhar meio debochado- Não tem o que ver aí. -deu de ombros, ainda recostado contra o batente da porta do banheiro. Então se manteve completamente de pé e disse- Só vem logo jantar.

Ele fechou a porta atrás de si, deixando a garota lá, segurando o lençol nos braços, sentindo-se mal. Ela já sabia que não era atraente, mas não precisava ouvir aquilo vindo de Jughead. Aquilo foi maldade.

-Embuste mal comido. -ela murmurou, vestindo seu shorts jeans e a camiseta larga que costumava vestir durante a noite.

Mas a verdade era que Jughead não tinha detestado ver Elizabeth daquele jeito.

Quando entrou no quarto, ficou perplexo com a beleza da menina. Ela sempre fora sua inimiga gordinha e desengonçada, mas também cabeça quente e respondona.

Mas quando a viu, ele não conseguiu dizer nada. Simplesmente a encarou, absorvendo a visão de cada traço sei, cada curva, cada marca. Ela estava linda.

Quando a garota o notou, ele tentou agir da forma mais natural possível, e esperava que tivesse sido convincente.

-Minha nossa. -ele sussurrou quando fechou a porta que dava para o seu quarto. Não conseguia parar de pensar em Betty.

Ele entrou no banheiro para lavar o rosto. Mas sentiu um perfume doce, parecia uma mistura de frutas tropicais e grama cortada. Betty tinha estado lá. Era o perfume que ela usava.

Ele prendeu a respiração e saiu de lá. Já não bastava se sentir fisicamente atraído pela sua inimiga, mas agora também se sentia acalmado simplesmente pelo perfume dela?

Não era possível, ele devia estar drogado. Pensou em todos os ligares que estivera, se teria tido a possibilidade de alguém lhe dar uma droga disfarçada. Mas não. Não havia nada.

-Jughead, você vem jantar ou não, animal?! -ele escutou Betty gritar do corredor, a caminho da cozinha.

Ele deu um leve tapa no rosto, tomando controle novamente:

-Já vou, estrupício! -gritou, abrindo a porta.



AMINIMIGOS -bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora