Capítulo 13

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Elizabeth queria morrer e matar meio mundo ao mesmo tempo. Queria incendiar a escola tanto quanto queria desaparecer. Queria se esconder debaixo das cobertas e chorar baixinho.
Estava zangada, emotiva, rancorosa, vingativa, chorona, e excitada com qualquer coisa.

O que ela tinha? A resposta é fácil: menstruação.

Cada vez que se mexia na cadeira, conseguia sentir uma rio escorrer pelo meio de suas pernas. O absorvente a estava deixando assada, e ela com certeza tinha ficado inchada por causa dos hormônios.

Bufou, passando a mão pela testa cheia de acne. E adivinhem?! Sua espinha de estimação tinha vindo dar um alô. Jughead, de manhã, log apontou:

-Nossa cuidado! Tem um rosto na sua espinha! -zoou o tamanho colossal que a branca nojenta espinha tinha tomado no rosto da loira.

Ela pediu para ir ao banheiro, para trocar de... ah, você entende. Seguiu pelos corredores, e entrou no banheiro. Antes que pudesse entrar em uma das cabines, se olhou no espelho e quase gritou com o alien em seu queixo.

Tinha que estourar aquela espinha.

Uns cinco minutos depois, a montanha amarela e vermelha com o topo branco tinha sumido, deixando como rastro de sua existência uma mancha vermelha na pele da loira. Ela alinhou os fios presos e acabou voltando para a sala; a professora ficaria brava se demorasse demais.

Novamente sentada, sentia as pernas grudentas. Cada movimento, risada, tosse ou espirro eram tortura.

Tentando se distrair, olhou ao redor. Josie estava lixando as unhas, enquanto Cheryl trançava seu cabelo ruivo atrás da morena. Veronica estava sentada bem ao fundo, com Archie ao seu lado. A loira sentiu um nó na boca do estômago. Olhou para o outro lado; Toni e Kevin trocavam biljetinhos, Reggie estava dormindo, Hetel estava com o braço estivado animadamente, querendo mostrar para o professor que era melhor do que o resto da turma.
Ao seu lado, Moose batucava o lápis na mesa, como se fosse uma bateria.

O professor falava e falava, mas ninguém além da ruiva irritante estava prestando atenção. Olhou para trás, e viu Sweet Pea equilibrando materiais, e Jughead atrás dele, encostado na cadeira com os olhos fechados e braços cruzados. Estava com o capuz do gorro, e a loira tinha quase certeza de que ele estava ouvindo música. Ele de repente cantarolou mudo, o que entregou a suspeita de Betty.

Dez minutos depois de a loira dar uma olhada em seus colegas, o sinal tocou. Era a última aula, e Betty estava ansiosa para ir para casa, deixar de olhar para a cara daquele bando de gente falsa que ela odiava, tomar um banho, entrar no seu pijama e fazer vários nadas -graças à Deus nenhum professor tinha lhe dado lição naquela manhã.

Todos começaram a guardar suas coisas, e em questão de segundos a sala estava vazia. Betty se levantou, quando percebeu o que tinha acontecido.

-Porra! -praguejou. Ao rodar para tentar enxergar melhor o acidente na calça, viu que Jughead estava guardando seus materiais, ainda de fone.

Ele se virou bem naquela hora, e arregalou os olhos ao ver as calças da loira:

-Betty, sua... -ele foi tirando os fones.

-Eu sei!

-Que bosta... -sua expressão se acendeu- Pega. -começou a tirar seu casaco- Amarra na sua cintura.

-Obrigada, de verdade! -a loira pegou o casaco dele. Checou a frente para ter certeza de que estava tudo bem- Ai eu não acredito que isso aconteceu...

-Relaxa. A gente lava em casa. -piscou para ela- Vamos?

Os dois seguiram pelos corredores, conversando como se nada estivesse acontecendo nas calças da loira.

Porém ela não conseguia disfarçar muito bem seu pavor, e sua cara parecia a de uma pessoa mantida em refém.

Cheryl estava passando por eles, e parou para cumprimentar a loira.

-Tchau amiga! -ao abraçá-la, sussurrou- Se estiver em perigo, diga "abacaxi".

-O que? -a loira riu- Estou bem.

-Certeza de que não está com vontade de abacaxi? -a ruiva arregalou os olhos e cerrou os dentes ao pronunciar a última palavra.

-Está tudo bem. -puxou a amiga para perto novamente, e sussurrou- Problemas sangrentos.

-Ah! Entendi... certo, voem para casa então! -Cheryl os apressou- Tchauzinho!

Ela rebolou corredor a dentro.

Os dois entraram no carro de Jughead e foram embora, dirigindo rapidamente.

-Deve estar manchando o seu casaco... -ela sussurrou.

-Eu já falei que a gente lava depois. Relaxa, Betts. -Ela riu- O que foi?

-Você nunca me chama de Betts. -sorriu.

Ele virou para frente, e Betty pode vê-lo sorrir de canto de olho.

Eles estacionaram na garagem, e entraram no elevador. Assim que chegaram nos eu andar, Jughead já podia ver um cabelo liso e loiro, em uma menina magrela sentada de perna de índios contra a porta. Ela estava de olhos fechados, cantarolando como as garotinhas de filmes de terror:

-Meu bebezinho, fique quietinho,a mamãe vai comprar um passarinho! -era Caroline. Ela mexia os dedos nos joelhos, mexendo a cabeça lentamente- E se o passarinho não cantar, um diamante vou comprar. -eles foram se aproximando dela no corredor- E se o anel for de latão,
mamãe vai comprar um espelho grandão.

Ele não aguentava mais ela. Queria terminar, mas tinha medo. Ela já tinha ameaçado até a se matar se ele terminasse com ela! Ele tinha medo dela. Caroline era o tipo de menina que escalaria o prédio para o observar dormir pela janela do quarto.

Jughead limpou a garganta e os olhos da menina se abriram instantaneamente.

-JUGHEAD! -Ela pulou nele. O moreno se soltou dela- Eu não fui para a escola hoje... a minha mãe me levou no médico.

-Médico? -ele perguntou.

-Você sabe... -ela deu dois soquinhos na cabeça- Médico da cabeça. Ele me deu alguns remédios e o clássico bzzzz -ela imitou um choque- choque na cadeira elétrica.

Betty arregalou os olhos atrás dela. Então os revirou e saiu de trás de Jughead:

-Com licença Caroline, apesar de querer saber quem foi o Deus que te mostrou sua verdadeira natureza de -ela fez um sinal de loucura com os dedos ao redor da cabeça- cuco... eu quero entrar am casa.

-Ah, oi, Be... esse casa é do Jughead?! -sua voz engraçou- VOCÊ ESTÁ USANDO O CASACO DO MEU NAMORADO?!

-Ela teve um acidente...

NÃO IMPORTA! VOCÊ É MEU NAMORADO!

Betty a olhou séria, e disse na maior calma:

-Não quero ser grossa, mas hoje eu não estou com paciência pra te escutar dar chilique, ô putinha psicopata. -girou as chaves do apartamento e puxou Jughead para dentro com ela- Passar bem. -bateu a porta na sua cara.

-Eu te odeio sua vaca imunda! -Caroline gritou do outro lado da porta- Se você... ain! Que ódio! Eu te odeio! -ela saiu batendo o pé.

-Me livrei dela! -Betty comemorou. Jughead a encarava em silêncio por um momento- O que foi?

Ele continuou quieto:

-Desculpa pelo jeito que tratei sua namorada, é que ela... -ela começou a se explicar.

-Betty para. -Jughead a cortou, um sorriso maldoso se formando em seus lábios- Você acabou de me dar uma ótima ideia.



AMINIMIGOS -bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora