Capítulo 10

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Jughead não deu um sermão de verdade na loira, Ele simplesmente se sentou com ela na beirada da cama, ambos em silêncio.

-Betty...

-Hum? -ela encarava a parede a frente deles.

-Você sabe que nenhuma garota deveria se sentir inferior ou menosprezada por ser diferente né?

Ela deu de ombros:

-Eu só... -suspirou, e virou para ele- Eu não planejei fazer isso. É so que... eu nunca fui bonita o suficiente para ser escolhida. Hoje foi um exemplo concreto; eu gosto de um garoto, mas ele não gosta de mim. Ele gosta da Veronica.

-Veronica? Sua amiga Veronica? -o garoto deu um riso debochado- Primeiro de tudo, ela chata demais; esse tipo de garota serve só para dar uns beijos. Você é muito mais legal que ela. Você é o tipo de garota que um menino escolhe quando quer algo sério. Você é o tipo de garota com quem os meninos planejam casar.

-Nenhum menino planeja casar, Jughead. -lhe lançou um olhar sarcástico.

-Planejam sim, Betty. De uma maneira mais discreta, mas planejam. Não todos, assim como sem todas as meninas querem um casamento. É escolha delas, assim como a deles.

-Mas nenhum menino quer algo sério na nossa idade, Jughead. -Betty negou com a cabeça, como se ele tivesse dito a maior besteira do mundo- Nenhum garoto analisa uma menina pelo seu potencial, e sim pelo peito, bunda e barriga delas.

-Vários garotos não são assim. Eu não sou mais assim. Você sabe que agora, eu estou aberto para a possibilidade de um amor, um compromisso sério.

Elizabeth de um sorriso com os lábios juntos, e se virou para ele. Jughead conseguiu detectar esperança no olhar da loira.

Seu discurso estava funcionando.

-E outra, Veronica? -negou rindo- Ela nem é tão bonita assim. Já viu o cabelo dela? Parece que está sempre oleoso! Não é por que o cabelo dela é liso escorrido que é bonito. Ela não chega aso seus pés, confia quando eu digo isso.

Ela deu um risinho e negou com a cabeça. Ele olhou fundo nos olhos dela e sorriu, arrumando uma mecha do cabelo molhado da loira, a colocando atrás de sua orelha:

-Você não sabe como é linda né? -ela dobrou o pescoço, encostando o rosto na mão do moreno, que acariciava sua bochecha- Você é maravilhosa. E não deveria deixar que ninguém a faça sentir o contrário.

Eles se encararam por um momento, em silêncio. Ele, queria pixar a loira para si e fazer daquela noite uma que ela nunca esqueceria - a noite em que ele a fez mulher.

E depois, a diria quantas vezes fosse preciso para que ela acreditasse quando dizia: "Você é linda". Mostraria para ela o que ele via.

Mas a vida real não é assim.

Ambos deixaram de se encarar, e ao mesmo tempo se jogaram para trás, deitando na cama, as pernas ainda dobradas encostando os pés no chão.

A loira riu:

-É incrível como o mundo da voltas...

-O que?

-Eu nunca diria que você seria a pessoa a consertar a forma como eu vejo a mim mesma.

Ele riu baixinho, esticando braço. Passou o braço ao meu pelos ombros nus da garota, que estava de sutiã e shorts desde que saíram do banheiro:

-É melhor eu me trocar. -ela se levantou.

-Eu não estou odiando a vista não... -ele brincou e ela jogou uma camiseta nele.

-Não olha. -o moreno encarou o teto, se segurando para não olhar a loira. Pegou uma outra do pijama no armário e a vestiu. Por baixo da blusa, tirou o sutiã e o colocou no armário. Então tirou o shorts, e o menino não conseguiu evitar e a encarou. O quadril largo, as pernas curvilíneas.

-Eu disse para não olhar! -ela subiu o shorts do pijama rapidamente- Eu tenho vergonha!

-Do que? -ele pareceu confuso. Se sentou de perna de índio na cama.

-Eu tenho muita celulite e estrias. Minha pele é muito feia.

Ele negou:

-Eu já disse para parar de pensar assim. E eu não acho nem um pouco feia.

-O que você acha de meninas com marcas na pele?

-Eu as acho lindas. Assim como as meninas sem marcas. Todas são lindas. -balançou as sobrancelhas- Nenhuma tão linda quanto a deusa em minha frente.

-Idiota. -ela não conseguiu evitar um sorriso.

-Mas falando sério, peito é peito, coxa é coxa, bunda é bunda, não importa se tem estrias, celulite, marcas de nascença. Nenhuma menina devia se sentir insegura por uma besteira dessas. Se algum menino lhes deu um fora por isso... ah, meu bem, é veado. -a loira soltou uma gargalhada e os dois começaram a rir juntos- Certeza. -ele soltou entre gargalhadas.

-Meu deus... -ela rolava de rir, sendo acompanhada por ele. Depois de algum tempo assim, ela suspirou- Ai, ai... -caiu na gargalhada de novo.

Se seguiram mais alguns minutos, até que finalmente se acalmaram.

Betty estava deitada no chão, e Jughead na cama, ambos ofegantes de tanto rir.

-Aprenda que, para amar os outros, tem que se amar primeiro. -Jughead falou baixinho, mas num volume suficiente para que a loira escutasse. Ele se levantou e ela sentou no chão onde antes estava deitada- Eu, por exemplo, me amo. Amor próprio é o meu nome do meio.

Ele tirou sua bermuda, andando somente de cueca já que estava sem blusa desde que entrou no chuveiro:

-Viu? Eu não tenho vergonha! E também tenho estrias.

Ele começou a rebolar no quarto, e ela ria alto. Ele desceu até o chão, cantando:

-Euuuuuuu paraduuu nuuuu bailãoooo, nuuuu bailãooo, ela co popozão, o popozão no chão, o popozão no chão. -Elizabeth ria cada vez mais.

-Diva!!! Delicia! Gostoso! -ele enfim parou de dançar e sorriu para ela, a bermuda molhada nas mãos:

-Boa noite Betts. -andou até aporta do banheiro- Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa, me chama. Sério.

-Tá, bom, Jug. Obrigada. -ele assentiu e saiu, fechando a porta atrás de si.

A menina se levantou, um sorriso bobo no rosto salgado pelas lágrimas agora já secas.

Foi até o banheiro, escovou os dentes e lavou o rosto; penteou o cabelo e arrumou tudo da bagunça ue tinha feito antes.

Se jogou na cama, sem conseguir parar de sorrir.

"O que está acontecendo comigo?" Pensou ela, encarando o teto com um ar bobo e sorriso escancarado.



AMINIMIGOS -bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora