Capítulo 5

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Logo no primeiro dia em que as mães não estavam, as coisas no apartamento já estavam pegando fogo.

Poucos minutos após se despedirem das duas, que seguiram para o cruzeiro que fariam em uma fuga desesperada, o moreno se trancou no banheiro, e a loira voltou a dormir.

Cerca de uma hora de sono depois, a garota resolveu finalmente começar o seu sábado. Chamaria as meninas para irem a sua casa, elas fofocariam o dia inteiro, e assistiram comédias românticas clichê.

Seguiu para a porta do banheiro, quando viu que estava trancada. Jughead ainda estava la dentro?

-Jughead!

-O que você quer? -ele gritou, o som da água do chuveiro despencando no boxe podia ser escutado pela porta.

-Eu quero tomar banho!

-Não sei se a esperteza rara percebeu, mas quem está no banho sou eu.

-Idiota, sai logo!

-Pode me acompanhar se quiser. -a loira revirou os olhos, e sabia que o moreno estava com um sorriso malicioso.

-Nem se você fosse a última pessoa viva na terra.

-Azar o seu.

-Jughead, sai desse chuveiro agora! Você já está aí há mais de quarenta minutos! -começou a bater desesperadamente na porta, gritando pelo moreno. Ela escutou desligarem o chuveiro, e a porta se abriu.

Um Jughead somente de toalha na cintura, com os cabelos molhados e o corpo todo cheio de gotas d'água, abriu a porta e sorriu:

-Já pode ir tomar banho agora. -ele andou até a outra porta do banheiro, que dava acesso ao seu quarto e antes de se fechar novamente no próprio dormitório acrescentou- Toda a água quente já acabou mesmo.

A porta bateu e Betty ficou parada encarando o nada. Fazia tempo que ela não via Jughead sem camisa, e estava abismada em quão lindo ele estava. Engoliu em seco, controlando o calor que cismava em correr por seu corpo, e murmurou baixinho para si mesma:

-Ele não presta. E é do Archie que você gosta.

Aquilo era verdade. Primeiro por que Jughead tinha bosta no ligar do coração e do cérebro, e segundo por que Archie Andrews era o dono de seu coração.

Desde pequena, ela sempre fora apaixonada por ele. Os dois viviam juntos, e ela tinha certeza que ele gostava dela também. Só estava esperando ele assumir para que finalmente pudessem ficar juntos.

Algo quebrou no quarto ao lado, e ela revirou os olhos:

-Nem duas horas desde que as mães saíram e você ja fez besteira?! O que quebrou dessa vez, idiota?

-Eu estou vivo e estou bem, Elizabeth, obrigado por perguntar.

-Vai para o inferno.

-Já vivo com a encarnação do diabo. Divido banheiro com ele. -ele zombou.

Ela bufou e entrou no chuveiro.

Depois de uma ducha fria que a acordou de vez -presente dado por seu inimigo e colega de quarto Jughead Jones-, Elizabeth vestiu um shorts jeans e uma camiseta simples, o cabelo novamente preso em um rabo de cavalo -a marca registrada que ela odiava-, e calçou seus chinelos amarelos velhos que ela tinha haviam três anos e meio.

Seguiu para a cozinha, fez um sanduíche e se sentou à mesa junto com o moreno, que devorava um enorme pote de cereal:

-Aproveitou a água gelada? Ouvi dizer que faz bem para o cabelo.

-Haha, engraçado. -ele deu um riso debochado e os dois continuaram a comer em silêncio.

Jughead recarregou o pote com mais cereal e mais leite, e quando a loira já estava prestes a terminar a última mordida, disse:

-A Cheryl, a Toni e a Veronica vem passar o dia aqui hoje.

-Não. A Josie vai vir aqui hoje.

-Nem pensar que você vai trazer uma das suas peguetes pra transar aqui comigo em casa.

-Então saia.

-Não, a casa também é minha.

-Vamos fazer assim, e a Josie ficamos no quarto e você fica com as meninas na sala...

-Se ouvir você fuder a Josie é a única opção...

-É mesmo. Então, combinado?

-Combinado. -ela bufou- Que droga...

-Você precisa aprender, Elizabeth: a vida é que nem meu pau. A vida é dura.

-A vida também é curta. -a loira piscou para ele, levantando da mesa com seu prato agora vazio na mão.



AMINIMIGOS -bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora