Capítulo 19

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O casal estava na sala, durante a madrugada de um domingo preguiçoso. Betty jogada em uma poltrona, as pernas entrelaçadas e o corpo sobre duas almofadas, e Jughead deitado no sofá, tomando todo o seu espaço.

-Sim, Netflix, nós ainda estamos assistindo. -Jughead apertou o enter no controle remoto. Ele devorava uma caixa de bombons, e Betty se dobrou de ponta cabeça na poltrona, podendo encarar o moreno:

-Você não disse que ia fazer dieta?

-Chocolate é feito de cacau. -Jughead começou com a boca cheia, gesticulando com um bombom na mão como se dando uma palestra- E cacau é uma planta. Tecnicamente, -ele engoliu o bombom que mastigava- estou comendo salada. -jogou o que tinha em mãos na boca, mastigando com um sorriso para a loira.

-Certo. -Betty riu, se levantando- Vou pegar água, quer?

-Por favor. Salada me deixa com sede. -ele coçou a garganta.

-Salda dá sede mesmo. -ela assentiu com uma expressão de tristeza de brincadeira, e seguiu para a cozinha.

Voltou com dos copos de água, estendeu um ao moreno e deu um tapa em sua perna, esticada no sofá:

-Vai logo pra um canto! -ele riu e se ajeitou- Obrigada. -lhe deu um selinho e se sentou.

Continuaram por algum tempo daquele jeito; assistindo tv cada um em um canto sofá, quando Jughead a encarou de canto de olho.

Betty se virou e ele a encarava. Voltou a assistir. Ele ainda a encarava, e ela deu uma olhadela rápida:

-O que foi? -ela riu.

-Nada. -ela se virou. Quando olhou novamente, ele ainda a encarava.

-O que foi, idiota? -ela jogou uma almofada nele.

Ele corou, e deu um risinho.

-Eu acho que... -bem nessa hora, tocaram a campainha.

Ela olhou para o celular; eram três da manhã. Quem seria aquela hora?

"Quem será?" Jughead gesticulou sem som com a boca. Betty negou, respondendo do mesmo jeito "Não sei", dei de ombros.

Ambos se levantaram, Jughead correu até a cozinha e pegou uma faca grande.

-Segurança. -ele sussurrou, andando colado a ela, que estava atrás dele até a porta.

-Ah tá que você vai matar alguém. -ela debochou- Não tem bolas o suficiente para isso. -Não tem bola o suficiente para isso.

Ele parou e olhou para ela:

-Você sabe que o tamanho da minha bola é considerável.

Ela riu. A campainha tocou de novo, e ele suspirou, a abrindo. E assim que viu quem era, arregalou os olhos e seu queixo caiu:

Um homem alto e de cabelos escuros, como os de Jughead. Barba grisalha por fazer, e jaqueta de couro. Betty não o reconhecia, mas ele parecia familiar. Jughead não moveu um músculo.

-Não vai deixar seu pai entrar? -o homem sorriu.

Betty arregalou os olhos, abrindo espaço para o homem, que entrou.

-O que foi? -ele riu- Parece que viram um fantasma!

Para Jughead, ele estava mesmo morto. Então ver ele daquele jeito, parado em sua frente, como se nada tivesse acontecido, era um choque.

-Que tipo de retardado bate na porta da casa de alguém as três da manhã de um domingo, podíamos estar dormindo, sabia?

-Mas não estavam. -ele deu de ombros, e Jughead bufou:

-O que você está fazendo aqui?

O homem perambulava pelo apartamento, mexendo mas coisas.

-Vim te fazer uma visita. -pegou uma bola de cristal da decoração e à analisou, e então a pôs de volta- Onde está sua mãe?

-Ela e Alice estão viajando. -o moreno cuspiu as palavras.

-Melhor ainda! -ela comemorou, folheando um livro que estava sobre a bancada, e então o deixou novamente- Vem dar um abraço no pai...

-Não, estou bem, obrigado. -ele o fuzilava com os olhos- Diz logo o que você quer.

-Jughead, não consegue acreditar que vim aqui só pelo amor de um pai pelo seu filho?

-Não. -ele negou- Não acredito nem um pouquinho.

-Senhor Jones, Jughead, acho melhor eu me retirar...

-Beth, você sabe que é FP para você. -ele sorriu.

-É Betty. -Jughead falou, cerrando os dentes- E acho que está na hora de você ir.

Betty escapuliu-se pelo corredor, se trancando no quarto. Mandou uma mensagem para Jughead e se deitou para ler.

"Se precisar de mim, minha cama está sempre aberta pra dormir abraçado comigo ��"

Mas Jughead não visualizou -provavelmente o clima na sala estava intenso.

O que estaria acontecendo lá? Começou a batucar os pés, curiosa, sem conseguir focar no livro que lia.

"Ah, caguei!" Ela correu para a porta e abriu uma fresta, escutando o que os dois diziam...

-Ah, filhão... eu sei que nunca fui um bom pai...

-Péssimo. -ele cortou- A palavra adequada é péssimo pai.

-Péssimo. -FP assentiu- Sei que fui um péssimo pai, mas eu quero me redimir. Quero passar mais tempo com você, com sua amiga...

-Namorada. -ele cortou o pai novamente, os braços cruzados- A Betty é a minha namorada.

O coração de Elizabeth deu um mortal triplo carpado, e ela piscou varias vezes.

-Viu? Eu nem sabia disso! Eu quero te conhecer de verdade, Jug... quero ser um pai.

-Do nada, essa súbita vontade? Foi mordido por um pai e ganhou super poderes paternos, é?

Fo riu, negando com a cabeça:

-Eu só percebi o que estava perdendo... por favor, Jug. -ele colocou a mão no ombro do filho, um olhar de súplica- Me dá mais uma chance.

Jughead olhou fundo nos olhos do pai. Não sabia o que pensar.

Ele havia desaparecido de sua vida quando ele tinha seis anos. Nunca pagou a pensão da mãe. Nunca mandou notícias. Nem um cartão de feliz aniversário. Nada.

Mas ele tinha voltado. Estava arrependido. Queria uma segunda chance. Mas ele deveria dar?

Afinal, ele era seu pai. Merecia uma segunda chance.

-Está bem. -Jughead assentiu.

-Que bom, filhão! -ele abraçou o moreno, rindo. E então, se separou- É abusar demais dizer que preciso de um ligar para dormir?

Jughead bufou, mas então pensou "Ele é família, faz um esforço".

-Claro, pode dormir aqui sim.

-Que bom, filhão! Tudo bem se eu pegar seu quarto né? Afinal, você vai dormir com a sua namorada!

Jughead nem contestou, cansado. Simplesmente assentiu pesadamente e se arrastou com o pai até o próprio quarto, o deixando lá. Então, bateu na porta do da loira, e ao abrir, deu um sorriso chocho:

-Tudo bem se eu dormir aqui com você?


AMINIMIGOS -bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora