Capítulo 31

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Pov Juliette Freire

— Hum, gosto mais do seu quarto do que do meu. — Sarah disse se aconchegando na minha cama.

Tínhamos acabado de voltar da nossa "festinha" no mirante, depois da "corrida" dos Andrades. Bruno e Vitória foram pra casa do garoto, e nós viemos direto pra minha casa.

Em algumas horas iríamos viajar para Los Angeles, onde Sarah teria a chance de realizar o sonho dela de correr em uma liga ilegal. Quero dizer, quem diabos sonha em correr em um liga ilegal?

Já estava tudo sobre controle. Sarah já tinha recebido as passagens alguns dias atrás do homem que a convidou pra correr. Nossos pais achavam que estávamos indo pra casa do vovô Andrade, e nossas malas estavam quase prontas. Quase.

— E eu gosto mais do seu. — respondi focada em algumas roupas que estava separando pra colocar na mala. Será que em Los Angeles está fazendo calor?

— Ju, quero tomar um banho de banheira. — ela disse se levantando e vindo até mim.

Peguei o moletom que eu tinha roubado de Sarah e coloquei na mala. Vai que esteja frio por lá.

— Enche a banheira do meu banheiro, tem sais de banho na gaveta da esquerda. — disse sem me importar, com a atenção voltada pra mala, que estava ficando um pouco grande demais para uma viagem de poucos dias.

— Ju, olha pra mim. — ela pediu manhosa, me abraçando por trás.

— Sarah, eu preciso terminar a mala. Vamos viajar em algumas horas. — disse sem olhar pra ela, dobrando um vestido e colocando na mala. — Por que não enche a banheira e toma um banho quente e relaxante?

Senti suas mãos massageando o meu ombro e acabei relaxando, de costas pra ela. Quase deixei um gemido escapar. Isso era tão bom.

— Porque eu quero que você tome banho comigo. — ela sussurrou lentamente no meu ouvido, fazendo meu cérebro parar de funcionar e meu corpo se arrepiar.

Prendi a respiração.

— Toma um banho comigo, uh? — a maldita sussurrou sugando o lóbulo da minha orelha. Soltei um gemido abafado, fazendo ela sorrir. — A porta do banheiro estará aberta. — disse baixinho deixando um beijo no meu pescoço e indo até o banheiro.

Soltei a respiração, sem acreditar no pedido que ela tinha acabado de fazer.

Eu não sabia quanto tempo fiquei ali, mas la estava eu: parada no quarto, na mesma posição que ela tinha me deixado. Eu estava travada. Meu corpo não conseguia se mover, minha cabeça não racionava.

Tomei o máximo de coragem e fui em passos lentos pro banheiro, sentindo meu corpo tremer em nervosismo. Ouvi Sarah murmurando alguma música baixinho, enquanto a água do chuveiro ainda caía. Girei a maçaneta devagar, hesitante.

Abri a porta olhando pro chão, porque nao tinha coragem de olhar diretamente pra ela. Vi a trilha de roupas que Sarah estava vestida espalhadas no piso branco do meu banheiro e senti meu coração acelerar. Levantei o olhar aos poucos e a encontrei já dentro da banheira, coberta de espumas, me olhando com aqueles olhos verdes intensos que me faziam tremer da cabeça aos pés.

Ela sorriu satisfeita, desligando a água.

— Achei que não fosse vir. — disse com um sorriso lindo no rosto, fazendo um coque frouxo no cabelo deixando sua nuca a mostra.

Respirei fundo e comecei a tirar minha blusa, com toda coragem que Deus me deu.

Tentei ao máximo não manter contato visual com Sarah, mas sentia seus olhos me seguindo a cada movimento. Tirei minha calça devagar. Eu estava enrolando. Só queria controlar as batidas loucas do meu coração antes de entrar naquela banheira. Eu estava seminua na frente dela.

Acho que ela notou meu desconforto e voltou o olhar pra espuma da banheira, o que me deixou mais confiante. Tomei o restinho de coragem e abandonei as duas últimas peças de roupas que cobriam meu corpo, jogando no chão do banheiro, assim como as dela. Fiz um coque no cabelo e caminhei até a banheira, conseguindo ouvir a pulsação forte do meu coração.

Sarah levantou o olhar e sorriu como se estivesse encantada, admirando cada parte do meu corpo, sem malícia alguma. Senti meu rosto esquentar, mas eu não estava desconfortável. Ela me olhava de uma maneira tão bonita que afastou toda insegurança de mim.

Sarah estendeu a mão e me ajudou a entrar na banheira, me fazendo sentar entre suas pernas e apoiar minhas costas em seu troco. Senti seu mamilo roçando minha pele e me arrepiei.

— Você é linda. — ela sussurrou beijando meu ombro nu, massageando meu ombro, me fazendo relaxar quase que automaticamente.

— Você é mais. — respondi sincera, sentindo seus lábios em minha nuca.

— Sabe, ontem Rodolffo me pediu a lista dos nossos nomes e as separações de quartos pra fazer a reserva... — ela comentou, continuando a massagear meus ombros.

Era como se ela quisesse deixar o clima descontraído.

— Hm... — disse num gemido pra que ela prosseguisse, enquanto aproveitava suas mãos me apertando.

— Coloquei nós duas no mesmo quarto. — ela disse sorrindo, me fazendo sorrir junto.

Fiz uma manobra na banheira e me virei de frente pra ela, me sentando em seu colo e passando minha pernas em sua cintura. Eu queria ficar de frente pra ela. Suas mãos foram direto para minha bunda, enquanto as minhas foram pra sua nuca. Encostei nossas testas olhando em seus olhos.

— Fez completamente certo. — respondi baixinho, dando um beijo na ponta do seu nariz.

Estávamos nuas numa banheira, sozinhas, mas não havia nenhum clima sexual ou segundas intenções ali. Tudo o que tinha ali era o amor e o carinho que sentíamos uma pela outra, e isso era maravilhoso.

— Coloquei Carla com Thais, Rafa e Bia juntas também. — ela disse rindo sapeca, de olhos fechados, enquanto eu acariciava seu rosto.

— Ótimo, quem sabe assim elas finalmente percebam o que está na cara. — respondi.

Ficamos em silêncio mais alguns minutos, apreciando uma a outra. Trocamos alguns beijos mas nada profundo ou mais intenso. Eu estava adorando.

— Você sabe que se fosse alguns meses atrás, e eu estivesse assim com alguma outra garota na banheira, eu provavelmente transaria com ela, não é? — ela disse, me fazendo abrir os olhos. Por favor, não estraga o clima.

— Eu sei. — respondi tranquila. Eu não deixaria o passado de Sarah estragar o presente.

— O que você fez comigo, Juliette Freire?

— A mesma coisa que você fez comigo. — rebati, beijando suavemente seus lábios, que Sarah fez questão de aprofundar.

Suas mãos começaram a percorrer cada parte do meu corpo, como se estivesse apenas querendo conhecê-lo, não havia maldade. Senti seus toques em minha perna, em minha bunda, em minhas costas, em minha barriga e pararam nos meus seios. Arfei quando ela brincou com meu mamilo, colocando entre os dedos e os puxando de leve. Foi inevitável não sentir meu corpo esquentar.

Mordi seus lábios em resposta, a fazendo soltar um gemido, e ataquei seu pescoço com vontade, arranhando suas costas de cima a baixo.

— Ju. — ela sussurrou baixinho no meu ouvido, mas ignorei chupando seu ponto de pulso. — Amor? — ela tentou de novo.

— Hum? — respondi indo para o outro lado do pescoço.

— A água esfriou. — ela disse soltando uma risadinha. Abafei o riso no seu pescoço e olhei pra ela, que estava com um sorriso lindo no rosto.

— Então acho que está na hora de sair. — disse fazendo biquinho.

Street Racer - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora