Street Racer - sariette

Capítulo 16

Pov Juliette Freire

Senti meu corpo formigar. Tentei abri os olhos mas a luz forte me fez fechar novamente. Fui piscando tentando me acostumar com a claridade, e então me deparei com um quarto bem decorado. Olhei em volta do lugar estranho. Onde diabos eu estava?

— Ah, acordou. — Gilberto disse entrando no quarto. — Vim trocar seus curativos. — Só então eu percebi os curativos no meu pescoço, braços e um grande curativo na minha mão.

— Gil, que lugar é esse?

— Essa é uma das mansões Andrade. — ela respondeu tentado parecer calmo. Eu sabia quando ele estava fingindo. — Você lembra do que aconteceu ontem?

Alguns flashs da noite passada vieram com tudo na minha cabeça, mas não me lembrava de exatamente tudo.

— Onde está Bárbara? Por que estamos em uma das mansões Andrade? — perguntei confusa, colocando a mão na testa. Que dor de cabeça! O que tinha acontecido?

— Bárbara? Provavelmente deve estar bem longe do país agora. Estamos aqui porque Sarah achou melhor que não voltássemos pra casa depois do que aconteceu. Estávamos todas em choque, principalmente você.— ela disse limpando os machucados da minha pele.

Sarah. Lembrei de Sarah me salvando de Bárbara e socando diversas vezes a mulher. Senti meus olhos se arregalarem. Bárbara tinha tentado me matar! Eu precisava falar com Sarah, eu precisava explicar tudo isso.

— Onde ela está? — senti o desespero em minha voz.

— Calma. Já já ela sobe pra te ver, ela está preocupada com você.

Ficamos em silêncio. Sarah estava preocupada comigo?

— Gil, o que aconteceu com a minha mão? — perguntei olhando pro curativo que era maior que os outros.

— Acho que você segurou o caco de vidro com muita força, não sei, quem te salvou foi Sarah. — ele disse e então ficamos em silêncio novamente.

Observei ele limpando meus machucados quando algo me chamou atenção em seu dedo.

— Lucas te pediu em namoro? — um sorriso se formou nos lábios dele. Não nos falávamos há semanas, por causa de Bárbara.

— Pediu. — respondeu sorrindo animada mas sem prolongar o assunto. — Prontinho, vai ficar novinha em folha. Vou descer e ajudar Rafa na cozinha. Os Andrades não sabem cozinhar, acredita nisso? — disse divertida. Ele estava tentando me deixar confortável, mas eu sabia que ele estava hesitante. Ele deixou a caixa de primeiro socorros encima da mesinha e abrindo a porta. — Ei, olha quem tá aqui. — ela abriu a porta me dando a visão do corpo de Sarah.

Ela usava uma roupa básica qualquer de andar em casa, o que, estranhamente, a deixava linda. Ela era linda. Sarah era linda de qualquer jeito.

— Oi. — ela disse tímida — Está melhor?

— Estou bem. — era claro que nós duas estávamos sem graça na frente uma da outra. — Você está machucada! — minha voz saiu quase que automaticamente quando vi os ferimentos em sua mão.

— Isso não é nada, quero saber como você está.

— Sarah, você precisa fazer um curativo nisso. — disse tomando impulso pra levantar da cama e ir atrás da bolsa de primeiros socorro que Gil deixou.

— Juliette! — Ela interrompeu meu movimento rindo do meu desespero. — Não é pra levantar da cama. O médico disse que era um dia inteiro de repouso. — Médico?