Pov Sarah Andrade
Estava no refeitório mexendo no celular durante uma aula vaga quando Lucas sentou na mesa me assutando.
— Tá, preciso confessar — olhei pra ele esperando a tal confissão. — Eu to muito afim do Gilberto.
— Ah, é só isso? Achei que iria contar uma novidade — debochei revirando os olhos. e continuando a olhar para tela do celular.Isso não era surpresa. Desde o primeiro dia os dois não se desgrudavam. Lucas tinha parado de sair comigo e com Bianca e não ligava mais para as garotas que se jogavam pra cima dele nas festas do ciclo.
— Cala boca branquela, você está gamada na Juliette e nem admite pra si mesma. — ele retrucou. Dei graças a Deus pela paciência que o próprio me deu naquele momento.
— De novo essa história? Eu não estou afim da Juliette, só me preocupo dela sozinha com Bárbara, e você sabe o porquê. — disse sem me importar.
— E seguir as duas por aí escondida é super normal né. — ele debochou.
— O que você quer Lucas? — perguntei sem paciência.
— Preciso de um lugar onde eu tenha coragem de me abrir pro Gil. Alias, preciso contar a verdade pra ele sobre os rachas. Não posso mais menti. — respirei fundo contrariada.
— Não sei se é uma boa ideia ela saber.
— Fala sério! As Freire já mostraram que gostam da gente e não nos entregariam. Até Rafa e Bianca já são amigas. — ela disse se encostando no armário me observando.
— Diga isso por vocês. Juliette ainda me odeia.
— Só arrume um lugar que possa me encorajar a contar tudo pro Gilberto.
— Você está dizendo um lugar que tenha álcool pra você se declarar bêbado?
— Não bêbado, mas só pra me dar um empurrãozinho pra, sei lá, beijar ele. E se por acaso ele recusar eu posso encher a cara e me enterrar viva depois. — gargalhei.
— Gilberto não faria isso. Ele gosta de você. — disse levantado da mesa e indo pra fora do refeitório com Lucas do meu lado.
— Só, por favor, arruma uma festa pra gente ir. — ele implorou assim que entramos no corredor cheio de alunos.
— Certo, que tal você levar ele numa festa do ciclo no fim do mês?
— Isso seria perfeito. Ela já ficaria sabendo de como os rachas funcionam e eu ainda ficaria bebado o suficiente pra confessar tudo pra ele.
Fomos pro estacionamento, conversando sobre coisas aleatórias, quando avistamos o carro de Carla saindo cantando os pneus.
— O que aconteceu? — Lucas perguntou pra Juliette e Thaís, que eram as únicas ali, quando nos aproximamos.— Nada! — Thaís respondeu irritada entrando no carro e batendo a porta emburrada.
Olhamos confusa pra Juliette, que estava encostada no carro.
— Eu não sei de nada, só sei que elas brigaram. — ela levantou a mão rendida. As vezes eu sentia que Juliette ficava desconfortável na minha presença.
Escutei um barulho de buzina e vi um sorriso se formar no rosto dela.
— Lucas, pode dizer à Rafaella que vou pra casa da Bárbara, por favor? — cerrei os punhos.
— Ok, Juliette, mas se cuida tá? — ele pediu e ela assentiu.
Ela passou por mim animada e entrou no carro da mulher. Bárbara me lançou um sorriso debochado antes de arrancar com o carro, me fazendo travar a mandíbula.
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Street Racer - sariette
Hayran KurguA fama dos Andrades sempre deu o que falar no Rio de Janeiro, sempre unidos e com suas jaquetas de couro. De dia eram alunas normais cursando o ensino superior, a noite atrás dos volantes, disputavam rachas ilegais. O vício dos Andrades por adrenal...