Capítulo 15

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⚠️atenção: capítulo com cenas de violência, assédio sexual e tentativa de estupro. Se você tem gatilho, passe essa parte!

Por Juliette Freire

— Vamos, Juliette! Já faz meses que eu quero transar com você. — a voz de Bárbara estava alterada enquanto ela socava a porta.

Minhas lágrimas embaçavam toda a visão. Eu estava com medo. Desde que tudo aconteceu, era sempre assim mas hoje estava muito pior.

— Abre a merda dessa porta, Juliette!

Sentei na porta do banheiro trancado, tentando não soluçar. O medo fazia meu coração acelerar.

Eu não conseguia acreditar de como Bárbara era realmente por trás da máscara. Como ela conseguia esconder tudo de ruim que ela era, numa pose de boa moça?

Eu estava devastada. Ela estava fazendo da minha vida um pequeno inferno particular.

É engraçado como só pensamos em Deus quando estamos num momento de dificuldade, mas nesse momento eu já pedia pelo décima vez pra que ele me ajudasse.

— Eu vou arrombar essa porta! — gritou com raiva.

Ela estava drogada, como das últimas vezes em que nos encontramos. Sempre que ela se drogava, nas últimas semanas, ela ficava agressiva, mas dessa vez ela estava descontrolada.

— Eu vou contar até 3, abre a porta como uma boa garota. — disse em seu tom sarcástico que tanto me enjoou nessa últimas semanas. — 1, 2, 3. É sua última chance.

Meus soluços já eram audíveis, eu estava tremendo e as marcas vermelhas no meu corpo ardiam como o inferno.

De repente senti um baque na porta. Ela iria arrombar. Meu Deus, por favor me proteja! Senti mais um baque na porta.

Olhei para o espelho do banheiro e levantei do chão, peguei a toalha de rosto enrolando em torno do meu punho. Mais um baque na porta e eu tomei a coragem necessária para dar um soco com força no espelho, que se partiu na hora.

Os cacos de vidro se espalharam pelo chão e eu peguei o que parecia mais afiado.

O tempo que eu me afastei da porta até a parede foi o mesmo do qual Bárbara conseguiu arrombar a porta. Os olhos vermelhos e arregalados era só mais um dos efeitos das drogas.

Ela estava fora de si, o que me assustava ainda mais. Depois de todo esses dias sofrendo nas mãos dela, eu finalmente sabia do que Bárbara era capaz.

— Fique aí ou eu vou te machucar. — ameacei com a voz trêmula. Ela riu maldosa, preenchendo o lugar.

— Você vai me matar? — ela disse se aproximando de mim passando a mão pelo meu rosto.

Meu estômago embrulhou me deixando sem forças. Apertei o pedaço de vidro em minha mão sentindo meu próprio sangue escorrer por ela.


— Você é fraca, Juliette, não tem coragem. — ela sussurrou perto do meu rosto. Meu peito subia e devia rapidamente, enquanto ela passava a mão pelo meu corpo.

O nojo, o medo e a vergonha de estar naquela situação me levou a fazer o que nem mesmo eu acreditei. Enfiei o vidro afiado em seu braço, ouvindo seu grito agudo de dor.

Empurrei ela pra trás enquanto ela ainda gemia, e corri até porta. Eu precisava sair daqui.

— Você não vai em lugar nenhum, sua vadia. — ela disse com a voz embargada me puxando pelo braço e me jogando conta o chão. Senti vários pedacinhos de vidro espetando meu corpo.

Ela tomou o pedaço de vidro com facilidade da minha mão e pressionou contra o meu pescoço. Fechei os olhos sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto.

— Ia me matar com isso? — senti a dor quando ela roçou mais o vidro contra meu pescoço. — Parece mais fácil eu te matar com isso, não acha?

Meus lábios tremiam, meu rosto estava completamente molhado e suado enquanto os fios do meu cabelo grudavam na minha testa.

Senti uma gota de sangue escorre pelo pescoço. Bárbara tinha coragem o suficiente de me matar, e eu sabia disso.

Pensei em Sarah, e em como eu morreria sem nem poder falar com ela sobre tudo o que aconteceu depois daquele dia. Eu queria ter tido a chance de pedir ajuda, mas não queria meter ela nisso. Ela estava certa o tempo todo. Bárbara era perigosa.

— Eu não sou boa o suficiente pra transar com você? — sussurrou passando a mão pelo meu corpo. — Você queria que fosse a Sarah, não queria? — alterou a voz — NÃO QUERIA? — gritou raivosa, me fazendo soluçar de susto.

Bárbara continuava sussurrando no meu ouvindo palavras nojentas, mas eu me forçava a pensar em outras coisas.

Seu sangue misturado com o meu estava por toda parte no chão do banheiro, deixando tudo ainda mais assustador.

Fechei meus olhos com força enquanto ela tentava a todo custo beijar minha boca. Eu estava travada, minhas lágrimas desciam incansavelmente, meu corpo não tinha mais forças para tentar empurra-lá.

Eu havia me entregado para o pior que pudesse acontecer. Sem nenhuma esperança de que isso acabasse. Eu só rezava para que acabasse logo. Suas mãos tentavam a todo custo desabotoar minha calça, quando de repente o corpo dela se afastou brutalmente do meu.

Ouvi um estrondo e abri os olhos assustada a tempo de ver Bárbara sendo arremessada contra a pia do banheiro e Sarah desferindo diversos socos na cara dela.

Eu tentei gritar pra que ela parasse, que Bárbara não valia a pena, mas eu não conseguia. O horror da cena de ver o rosto da garota, que quase me matou, encharcado de sangue me apavorou. Sarah gritava a cada soco de desferia com força.

Minha visão ficou turva e tudo começou a girar.

— SARAH JÁ CHEGA! — A cena borrada de Lucas tentando segurar Sarah foi a última coisa que eu vi antes de apagar.

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gente, sei que foi um capítulo com cenas fortes, espero que estejam bem depois de ler...
Quero dizer que não tenho nada contra a Bárbara (ja que é a segunda fanfic que ponho a coitada como vilã kkkkkkk) acho ela muito gente boa, coloco ela como vilã porque realmente acho que ela fica bem nesse papel.
Acham que vem mais tombo ou finalmente virão os tão sonhados mimos??

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