Capítulo 11

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Pov Juliette Freire

Havia uma multidão em volta de alguma coisa ou alguém, todo mundo gritava e parabenizava esse alguém. Eu não estava entendo nada.

Me escondi em uma das árvores pra espionar. Agora seria uma ótima hora pro binóculos do Gil. Tentei procurar Thaís mas não a encontrava. Aos poucos a multidão foi se afastando.

— É o carro da Sarah ali no meio. — Rafa afirmou.

Depois de um tempo a multidão de dispersou completamente dando a clara visão do carro de Sarah, um pouco mais atrás tinha outros dois carros, mas cadê a Sarah?

Varri o lugar com o olhar e não achei nenhum sinal delas. Por que esse tanto de gente estava cercando o carro de Sarah e gritando? Será que ela estava distribuindo droga de graça?

— Olha ali, no canto esquerdo onde não tem iluminação. É a Sarah. — Gilberto apontou. Segui o olhar na direção que ela apontou.

Sarah estava falando com um cara mais velho que ela, perto de uma árvore. O homem olhou pros lados e depois retirou um envelope do bolso, igual aquele que eu tinha encontrado na caixa de madeira.

— É o mesmo envelope. Por que esse cara tá dando dinheiro pra ela? — Gilberto perguntou.

— Não é óbvio? Ele deve estar pagando a ela pelas drogas que ele deve ter comprado. — respondi.

— Meu deus, ela trouxe Thaís pra esse lugar? — Rafa disse horrorizada. Senti o sangue ferver no meu corpo. Eu já estava invocada com aquela situação.

— Eu vou dar uma pisa nessa quenga. Vocês vão procurar Thaís — disse sem nem esperar resposta, pisando duro em direção a Sarah, que estava de costas pra mim.

Alcancei ela cutucando suas costas com força. Ela se virou sorrindo, mas desmanchou assim que me viu. Não aguentei e desferi um tapa estalado na cara dela.


— Juliette?! O que...? — ela me olhou com os olhos arregalados com a mão no rosto. — O que merda você está fazendo aqui?!

— Achou que eu não ia descobrir seu segredinho? E ainda arrasando minha irmã junto? — gritei empurrando ela pelos ombros. A música alta fazia com que apenas ela escutasse meus gritos.

— Juliette, eu posso explicar. — Ela disse tentando se esquivar dos meus tapas.

— NÃO TEM O QUE EXPLICAR SARAH. VOCÊ É UMA CRIMINOSA! — gritei com raiva estapeando seu ombro com força, encurralando ela na árvore. — SE QUER SER A CHEFE DOS TRAFICANTES TUDO BEM, EU NÃO ME IMPORTO, SÓ NÃO ARRASTA MINHA IRMÃ PRA ISSO TUDO!

— Espera. — ela disse confusa. Ela prendeu meus braços com força e prensou o meu corpo na árvore, trocando facilmente de lugar comigo. É agora que eu vou bato as botas! — Chefe dos traficantes? De que merda você está falando?

— Estou falando de você e todos esse drogadinhos pra quem você vende pó. — despejei na cara dela. Meu deus de onde tirei tanta coragem? De repente ouvi sua gargalhada.


— De onde você tirou essa maluquice toda Juliette? — ela disse em meio de risos. Fala sério, ela ainda ia mentir e debochar na minha cara?!

— Bárbara me contou sobre sua amiguinha Lizza que cheirava pó junto com você nas festinhas, sua drogada! Não tem nem vergonha na cara e ainda trás a irmã dos outros pra esse mundinho de merda! — gritei irritada, me debatendo pra ela me soltar do seu aperto.

— Só podia ter sido a Bárbara. — Debochou agora com raiva, rindo sarcástica.
Eu queria gritar e bater nela. Senti meu corpo fervendo de raiva, enquanto eu continuava tentando me livrar dela.

— Juliette para! — ela disse irritada, sem paciência, me pressionando mais forte contra a árvore — Bárbara mentiu pra você. Olha em volta, tá vendo alguém se drogando aqui? — ela disse segurando meu rosto.

Street Racer - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora