Capítulo 38

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Pov Sarah Andrade

Dirigi por horas até entender que eu não tinha um lugar pra ir. Já estava escurecendo e Juliette estava estranhamente paciente, cantando distraída as músicas que tocavam na rádio.

Por mais que eu estivesse tentando não pensar no assunto da missão, minha mente não parava de martelar sobre isso me deixando ainda mais inquieta.

Olhei pelo retrovisor e vi o motorista da picape preta logo atrás comendo um sanduíche, o que fez meu estômago gritar.

— Ju. — chamei descansando meu braço em sua perna, sem tirar os olhos da avenida. Ela me olhou, esperando que eu prosseguisse. — Eu não sei pra onde ir. — confessei baixinho, fazendo ela rir.

— Eu sei que não. — sorriu pegando minha mão. — Eu vou pra onde você quiser.

Respirei fundo sentido aquelas palavras me atingirem bem no peito.

— Você é perfeita sabia? A mulher mais perfeita do mundo. — disse sorrindo, sentindo seu carinho em minha mão.

— Eu não sou perfeita. — riu.

— Não mesmo. — concordei, levando um tapa no braço. Olhei pra ela divertida e vi que um sorriso lindo brincava em seus lábios. A presença dela definitivamente deixa o clima mais leve. — Não queria ter brigado com você. Na verdade, não queria que nada disso estivesse acontecendo. Quero dizer, começamos a namorar há dois dias atrás, e até agora tudo o que fizemos foi ficar separadas.

Depois de tudo o que aconteceu, eu só queria fica sozinha com a minha namorada, tentando ao máximo não pensar em nada disso.

— Eu sei, vida. — ela suspirou triste.

— Podemos ir pro hotel. — sugeri.

— Tá tão longe. — disse manhosa me fazendo rir. Ouvi meu celular tocando e Juliette pegou. — É o Lucas. — Estranhei.

— Coloca no viva-voz.

Ela encaixou o celular na caixa de som do carro e deslizou o dedo pela tela do celular pra atender a chamada. Do outro lado da linha parecia que Lucas estava num tipo de bar de tão alto que as pessoas falavam.

— SARAH, TÁ ME OUVINDO? — ele berrou do outro lado.

— Acho que Los Angeles toda está. — debochei com a atenção no trânsito.

— FALA MAIS ALTO! —  continuou berrando.

— LUCAS, ONDE É QUE VOCÊ ESTÁ? — Juliette gritou se aproximando do celular.

— ESTOU NO BAR DO HOTEL, OU UM CASSINO, OU UMA BOATE, NÃO SEI BEM O QUE É MAS É NO HOTEL. ESCUTEM, VAI ACONTECER UMA COISA MUITO SÉRIA...— ela gritou. Ouvi Thais tomando o celular da mão dele e a mandando ir pra outro lugar.

— EI, SOU EU. ESPEREM AI QUE VAMOS ACHAR UM LUGAR QUE DÊ PRA FALAR COM VOCÊS. — Thais pediu.

Olhei pra Juliette completamente confusa, e ela devolveu o mesmo olhar. O que porra eles estavam fazendo?

— Oi, estão aí? — ela perguntou do outro lado da linha.

— Sim, o que foi? — Minha namorada perguntou sem entender.

— Vocês precisam voltar pra cá agora. — a voz de Bianca soou estranha. Seu tom de voz me deixou completamente nervosa.

— O que foi? — perguntei já sentindo o desespero na minha voz. Passou um milhão de coisas da minha cabeça, e todas elas envolviam Matthaus descobrindo que estávamos armando contra ele.

Sem perceber, acelerei o carro. Eu queria chegar o mais rápido possível naquele hotel.

Street Racer - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora