Stay With Me - Cartas Esquecidas (Mirandy - Intersexual)

9 - Véu branco

"Enfim, não quero me prolongar. Quero apenas que saiba que nosso 'prazo de validade' pode ser estendido, podemos viver mais daquilo que experimentamos por tão pouco tempo."

𝕊eus corpos emanavam tanto calor, que o ar quente dentro do carro contrastando com o frio do exterior, embaçou completamente os vidros do veículo. Elas estavam suando, ofegantes, desejosas, as mãos apertando a carne em qualquer lugar que pudessem alcançar, a respiração tão forte, que podia ser claramente ouvida.

Seus lábios travavam uma guerra de fome, sede e desejo. Elas se queriam, mais do que poderiam querer qualquer coisa. A mão de Andrea deslizou sorrateiramente pelas costas de Miranda e encontrou a bainha da blusa. Ela tocou cuidadosamente por baixo do tecido, sentindo a maciez e o calor da barriga de Miranda, que deixou um gemido trêmulo escapar entre os lábios.

Sem interromper o beijo, Miranda pegou a mão de Andrea e colocou de volta nas costas. Mas a jovem não desistiu, alguns momentos depois e seus dedos espertos e ágeis estavam desabotoando a calça e descendo o zíper. Mais uma vez, Miranda removeu a mão dela e a colocou novamente em suas costas.

Os beijos de Andrea escorreram para o pescoço de Miranda, que simplesmente amoleceu, sentindo seu corpo inteiro aceso e sensível ao toque da jovem. Dessa vez, ela não teve tempo para defesa, a mão de Andrea mergulhou direto dentro de sua calcinha e seus dedos roçaram por entre a fenda. Miranda soltou um gemido tão suave, que arrepiou todos os pêlos do corpo de Andrea. Ela estava dolorida, queria resistir, mas seu próprio corpo lhe traía.

Seu quadril se moveu contra os dedos da jovem, sacudindo sem controle em busca de um alívio para aquele oceano de desejo, seus lábios não se fechavam mais, deixando livre os gemidos delicados e desesperados, até que o pico do prazer se espalhou por sua pélvis e tomou seu corpo.

Cuidadosa, Andrea continuou acariciando a umidade férvida, cada vez mais lentamente, até parar. Miranda estava agarrada a ela, ainda trêmula, ofegando em seu ombro. Ela lambeu os dedos, apreciando o sabor do sumo de Miranda, e abraçou o corpo quente e relaxado ao seu lado.

Quando Miranda se afastou, ela parecia um pouco atordoada, limpou os lábios inchados, penteou o cabelo para trás com os dedos e arrumou sua roupa, fechando o botão da calça. Então ela abriu a porta do carro e saiu caminhando a passos largos, sem sequer levar seu sobretudo. Andrea suspirou, pegou rapidamente seus casacos e sua bolsa e seguiu a outra, que entrou na loja de conveniência do estacionamento.

Assim que ela passou pela porta de vidro, viu Miranda fechar a porta do banheiro no fundo da loja. "Ah, Miranda... você tem que parar de correr assim." Sussurrou, antes de ouvir um estalo vindo do seu lado esquerdo. A atendente havia acabado de estourar a bolha de sua goma de mascar, e estava olhando fixamente para Andrea.

Enquanto aguardava Miranda, a jovem pegou duas garrafas de água e algumas barras de cereais, colocando sobre o balcão. Então ela avistou a seção de preservativos e mordeu o lábio, pensativamente. Ela não achava que realmente faria sexo com Miranda, quando ela soubesse o que Andrea tinha entre suas pernas, provavelmente a abominaria, ainda assim, ela pegou dois pacotes. Não faria mal estar preparada. Antes de pagar, Andrea pensou melhor e resolveu pegar mais dois, no final, acabou por pegar dez. A atendente estourou sua bolha de goma e fitou Andrea com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso quase imperceptível.

Com as bochechas rubras de vergonha, ela guardou tudo na bolsa, começando a imaginar que talvez Miranda tivesse fugido dela. Andrea já estava quase sem unhas quando a mulher saiu do banheiro.

"Acho que não me sinto bem." Miranda murmurou, vestindo o casaco entregue por Andrea.

"Deixe-me ver." Depositou a mão na testa de Miranda por alguns segundos. "A temperatura parece normal, o que você está sentindo?"