Embora ele fosse mais velho odiava quando ele me tratava feito uma criança indefesa na mesma medida que amava seus cuidados, sim até por que me sentia protegido como das vez que ele disse “deixa eu ir com você, pode ser perigoso” no dia do qual tivemos uma desavença na Disco e eu queria voltar para casa. Eu não era de fato um menino de baladas, e nem ele. Na verdade não sei se devo chamar a Disco de balada já que era mais parecido com um bar temático, não ficava tocando musicas com pessoas se esfregando uma nas outras ou DJ, tinha pista de dança e também tinha a alocação da qual ficávamos sentados jogando conversa fora e bebendo bebidas. No período matutino a Disco também era aberta e nesse horário jovens podiam frequentar o local eclético mas sem bebidas alcoólicas, ou conversas adultas.
Eu sabia tanto sobre César, que podia dizer que não sabia nada sobre mim, caso me pergunte meu prato favorito eu diria César, mesmo sem nunca ter o provada, mas caso me pergunte o prato favorito de César então eu diria desde sua sobremesa favorita ao melhor prato de macarrão. Sim ele adorava macarrão, não importa o modo do que fosse feito.
Lógico que me questionava muito a respeito dessa minha paixonite obsessiva. Eu lembro quando o vi pela primeira vez, eu ainda não morava com minha mãe, estava passando férias aqui quando o conheci. Nunca em toda a minha vida eu havia sentido atração por outros homens, nem por nenhuma garota, eu simpledmente achava que isso era algo natural, um dia eu iria ter interesse por mulheres, e entrei em desespero quando meu primeiro interesse realmemte foi pelo vizinho da minha mãe. A partir dai, enfrentei alguns problemas com meus pai e na primeira oportuinidade de vir morarar com minha mae que conseguiu minha guarda provisória, não pensei duas vezes. Eu amei a ideia, amei a ideia de ficar pertonde alguém que eu estava apaixonado.
Devo admitir que César, era um tipão, desses de encher os olhos e que talvez ele fosse somente um homem comum, mas para mim eu o encarava como o homem mais incomum, e ainda faço isso com toda a certeza de que sua beleza era algo absolutamente atrativa e rara. Ele era tudo, e ao mesmo tempo era nada, pois não havia vaidade em sua pele, ou na sua bigode sexy, ate mesmo a barba sempre por fazer, não havia tanta vaidade exceto no seu corpo, que era bem cuidado, parcialmente malhado, na sua grandeza em virtude de um vício que ele tinha de fazer malhar nas horas vagas. Isso o tornava um estereótipo que ao meu ver você pode ver de dois modos: um você quer ser igual ele, dois voce quer ele. Aos domingos ele jogava basquete na quadra do condomínio, há coisa mais interessante? Não, não há. Ele não era do tipo que gostava muito de futebol mas o basquete era algo crucial, de um modo geral trazia a ele uma beleza por esse diferença. As vezes meu padrasto ia junto, jogar com ele.
“Mexe essa bunda branquela!” brincava meu padrasto nos dias que ele parecia estar exaurido para jogar. Era engraçado ver os homens trocando carinho, homens não sabem trocar carinho por isso batem um nos outros as vezes davam tapas nas nadegas, nas coxas, abraçavam o pescoço como se fossem quebrar, esmurravam os braços, quando não, davam tapas na genitália um do outro e aquilo fazia muitos deles se contocerem de dor. Devia doer não era nada carinhoso. E eu ficava imaginando isso, juntamente suas nadegas branquelas, como era tocar nelas mesmo que nao fosse com carinho.
Meu padrasto tem quarenta e sete anos eu achava sarcastico ele dizer para um rapaz de 26 anos mexer-se na quadra quando na verdade ele era o mais velho e o mais cansado nos jogos.
Por fim me restou aceitar, o fato de me apaixonar de estar apaixonado por um homem, um outro homem: César.***
Às terças Dani, irma de César, não ia para a grafica, quer dizer, ela ia, mas duas hora tinha de ir para seu curso de dsign, então eu passava a tarde toda ali até que ela retornasse as 17h. Era sempre o momento perfeito para revelar as fotos no quarto escuro no final da loja, eu fazia sempre em alguma terça do mês. Ninguém desconfiava, eu usava meus próprios filmes e papeis cartões que eu comprava em outro local para que eu pudesse executar meu trabalho de fotógrafo amador. Às terças o movimento da loja era nulo, não havia cliente algum, sempre vazio. Eu colocava os fones do walkman na orelha, fechava a loja para o almoço e sumia durante uma hora ou uma hora e meia, depois colocava as fotos no varal para secar, antes que a Daniela chegasse eu já havia as retirado e guardado na mochila da escola que sempre vinha comigo pois eu vinha direto da escola para o trabalho.
Naquela terça feira do dia 15 de abril, estava tudo perfeito, exceto por um detalhe crucial:
— O que é isso? — soou uma voz após tocar meu ombro sutilmente.
A voz sobressaiu os fones de ouvido e me virei assustado pois nada podia estar ali, ninguém podia entrar no horário de almoço, havia uma placa na porta e para todos os efeitos eu à trancava sempre. Meu cérebro deu uma congelada quando tirei um dos fones e o vi ali, no quarto escuro onde uma luz vermelha — era a única que iluminava o local, como se eu estivesse no inferno prestes a pagar meus pecados — , César estava diante de suas próprias fotos que eu havia acabado de revelar e pendurar no varal de barbante preso com çregadores. Senti o ar entalar na garganta, engoli seco. Ele estava parado olhando para aquela coletânea de 25 fotos, na qual 16 delas era sobre e ele.
Tentei me recordar se havia trancado a porta da grafica, e me lembrei que apenas virei a placa de fechado. Não fiz nada além disso, a porta havia ficado aberta, eu estava tão empolgado que me esqueci, estava esperando dias para ver as fotos. Sim, pois não é possível ver as fotos na hora somente quando reveladas o filme negativo e da um pequeno trabalho no processo, mas a questão não é essa e sim o fator de que César havia entrado na loja em uma terça feira, dia na qual ele sabe que a irmã dele não estaria na loja, justo naquela terça, dia do qual ele nunca durante todos os dias desse um ano que estou trabalhando aqui ele apareceu.
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A Descoberta
RomanceNico tem uma paixao secreta e obsessiva pelo seu novo vizinho. Após Nico um acidente tudo muda, César deixa aflorar dentro de si um sentimento guardado pelo jovem Nicolas