treze

602 80 5
                                    

Achava leilões coisa de filme, fiquei ansioso do modo na qual era imensurável. Quando a tarde chegou, minha mãe estava ciente me arrumei da melhor forma. Fiquei no aguardo de César que buzinou na porta.

Me dei conta de que estava mal vesgido quando vi o terno cinza de César que parecia cheirar a dinheiro. Sua barba estava feita, ele estava três vezes mais bonito e eu sempre achei ele um relaxado desarrumado. Nunca havia visto esse lado dele.

— Odeio usar isso — ele disse puxando o colarinho da camisa rosa clara tentando livrar o pescoço. Em seguida me olhou — Eu comprei uma roupa para você espero que não se importe.

Ele olhou para o banco de tás, a roupa estava num porta-terno-preto. Senti um frio na espinha, em cima do porta tenos um sapato social.

— Quanto você calça?

— 38

— Porra, será que vai caber o sapato é 39-40 pensei em pegar o 38 mesmo. Esse seu pezinho de moça. Vê ai se cabe qualquer coisa já passo na loja

Olhei para os pés dele no pedal do carro. Seus sapatos pretos eram bem lustrados, grandes bico quadrado. Enquanto ele manobrava o carro me virei pegando os sapatos. Tirei meus tenis. Nada mal, até que deu certo, não ficou tão grande a meia ajudou.

— Deu certo.

— Desculpa eu ter comprado sem falar nada, fiquei o dia todo fora não tive tempo.

— Eu vi.

— Os Durand são bem criterioso, meu avô e meu tio avô gostam de exuberância. Eu odeio esse tipo de evento, mas as vezes tenho que marcar presença.

— A Daniele também vai?

— Creio que não. Ela odeia duas vezes mais. Mas um de nós tem que ir.

— Ah.

— Pega a roupa ai, vou abastecer e tu vai no baneheiro e se veste.

Eu ri, por um momento me senti como um espião. Por sorte César acertou no tamanho, havia ficado perfeito, era um terno todo branco assim como o sapato, me senti um grande tocador de instrumentos de jazz de filmes clássicos.

Não havia gravata igual a dele então deixei uns botoes aberto na altura do peito, o terno tambem aberto, baguncei os cabeloaa e abandonei o banheiro. A caminho do carro ele pareciaa hipnotizado.

 — Ta maluco hein...  — riu ele encostado no carro com o cigarro preso nos labios.

Peguei o cigarro.

— Você gosta de ser suicida né?

Traguei o cigarro e entramos no carro.

Era uma mansão. Mas não era de seu avó era uma mansão de leilão, realmente era um evento grão fino, fiquei curioso para saber sobre o que o leilão era. Quando chegamos já havia começado, estavamos atrasados, apenas nos sentamos nos bancos da sala de leilão em silencio. Procurava o coroa que fosse mais parecido com César mas não achei ninguém.

— Onde está seu avô? —pergunto

— O careca da segunda fileira, meu tio avô ao seu lado.

Não era possivel ver o rosto dele, já que ele estava virado.

— Sabe. — falou cesar baixinho — Quando eu era mais novo, meu tio avó trazia uns garotos, bonitos como você. Novos, com traços delicados, educados.

— Como?

— Todos esses coroas sempre traziam um rapaz (menos meu avô que sempre foi durão). Agora acho que estão velhos de mais para o feito. Mas se você olhar vai achar um garotos novos por ai.

A DescobertaOnde histórias criam vida. Descubra agora