Ele estava sentado e distraido roendo unhas, um cigarro atrás da orelha, estava com os cabelos parcialmente molhados usava uma camisa de botões e xadrez vermelha com preto, parcialmente aberta na altura do peito estufado com a sua correntinha cor de ouro pedurada no pescoço, ele nem me viu se aproximar.
— Oi.. — falei baixinho parado em sua frente.
Cesar se levantou rapidamente.
— Oi... É Nicolas. — riu nervoso e dpois ficou com a cara feia como se estivesse bravo mas tentando disfarçar aquilo — Fiz algo errado de novo, não foi? Olha, não sei se te haver com ontem. Ou foi por que não te peguei depois do trabalho mas é que sai tarde e ai...
— César — chamei com brandura e ele parou de falar desesperado e me encarou olho a olho. — Eu não sei o que você acha de mim, más eu jamais iria cobrar de você algo que você não conseguiu fazer. Está tudo bem. E ontem foi incrivel.
Ele ficou paralisado com a minha resposta. Talvez estivesse acostumado em seus namoros com meninas mimadas onde tudo tivesse de ser do jeito delas. Me sentei no degrau onde ele estava bufando e ele em seguida se sentou ao meu lado em silencio me encarando. Estava esperando eu falar.
— Meu pai solicitou minha guarda de novo. Por isso to chateado. Vai ter uma audiencia depois de amanhã e eu estou pirando
— Ah... — resmungou ele se dando conta que não se tratava dele. Pude sentir sua respiração de alivio — Nossa!
— E agora acho que minha mãe sabe da gente. — falei baixinho
— Como? Como assim?
— Não sei mas pareceu que ela sabe que temos algo “especial”, ela que pediu para eu vir falar contigo eu nem tinha me dado conta que basicamente fugi. — eu ri.
— Ah... — ele resmungou — e agora?
— Agora que tenho uma audiência depois de amanhã para ir.
— Não acredito nisso Nicolas. — ele deslizou sua mão ate a minha e a segurou firme.
— Eu estou chateado.
— Eu imagino.
— Já parou para pensar que talvez eu so volte para me despedir?
— Eu vou atrás de você — falou ele — e te trarei nem que seja a força
— Estou falando serio César.
— Eu também amor.
Houve um breve silencio, os grilos cantarolavam naquela noite silenciosa, seu cheiro agridoce pairava no ar, eu gostava daquele cheiro, me encostei em seu ombro, apoiando minha cabeça, sentindo sua mão segurar forte a minha.
— É muito cedo para dizer que eu acho que sinto por você.
— e o que sente? — perguntei
— Nao sei nao é uma certeza.
Ele balançou a cabeça.
— Nunca é cedo para dizer o que sente — acrescentei.
Ele parecia acoado. Eu sabia o que ele queria dizer, mas tambem nao entendia se dizer a respeito do amor era algo que ambos de nós queriamos dizer. Por esse motivo decidi nao prolongar muito aquele assunto, me aproximei dele e dei a ele um beijo sua bochecha me levantando.
— Entra. Está tarde. Vou ir para casa. Acordo cedo para a escola amanhã.
***
Dois dias depois da intimação estávamos no terminal de onibus, minha mãe e eu faríamos uma viagem para a cidade de meu pai, aquilo er muito importante. Eu estava distraido, não tive tempo de informar cesar, nem ninguém. Estava com medo de minha mãe perder a audiencia que era tão importante, inseguro de ter de ir morar com meus pai e com minha avó, continuava distraido de cabeça baixa quande escutei um grito do outro lado do terminal e olhei pelo roubo de minha atenção.
— César? — sussurrou minha mãe.
Levantei a cabeça de modo curioso, César vinha correndo com sua camisa vermelha de bombeiro, sua jaqueta cinza como sua calça e sua bota preta. Ele parecia ter fugido do trabalho o que não me espantava.
— Nicolas... Preciso te dizer algo — disse ele arfando. Dei um susto de inicio.
— O que houve? — pergunto assutado.
Ele olhou para minha mãe envergonhado.
— Não sei se é cedo de mais... Mas eu amo você. E sei dona Carmen que talvez a senhora não aprove isso que sinto, mas devo dizer que amo seu filho. Para você ou para ele.
— Cesar...
— Deixa eu terminar. — falou ele respirando fundo. — Mesmo que você volte apenas para buscar suas coisas caso perca o recesso... Quero que saia daqui com a certeza que vai voltar para mim. Então... Nicolas — ele puxou do bolso uma caixina de camurça envelopado — Nicolas você quer namorar comigo? Se sua mãe permitir é claro. Você quer ser meu... Eu não me importo mais com o que os outros vão pensar... Eu me importava no fundo, mas agora... Agora eu, não ligo eu...
Olhei para minha mae acanhado e ela acenou de modo compreensivo com a cabeça e um sorriso. Ela estava corada...
— Eu sei que voce ainda so tem 17 anos espero você fazer 18 daqui à 6 meses não tem problema caso isso seja um problema. E... Merda eu so... Quero você do meu lado, eu... Gostos de você. Você me ensinou muito e eu...
Abracei rapidamente Cesar e o beijei de modo rapido (afinal estavamos em publico). Era so um pedido de namoro e não um de casamento. Ele me beijou. Eu sabia que aquele pedido era tudo o que eu queria e agora eu tinha. E tinha também a certeza que independente do meu pai ganhar ou não a audiência eu ainda seria do César e ele meu, daríamos um jeito de nos ver, de estarmos junto, de criar aquele vinculo. Eu sabia que aquilo tudo significava que íamos ficar juntos.
No final? Ficamos. Meu pai perdeu a audiência e evoltei para perto os dois grandes amores da minha vida: minha mãe, Carmen, e o meu novo namorado César.
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Galera agradeço a todos que leram mas na verdde existe uma linha cronologica para essa historia.
Antes dela em si eu ia publicar essa aqui, mas decidi fazer o contrario ja que essa historia, A Descoberta, é bem superficial, por ser um desfecho de uma outra historia: O garoto de Lugar NenhumSinopse: Uma briga familiar, de um lado os descendentes intalianos, os Collalto, do outro a familia Durand, em uma briga por terras no interior de Minas e essa briga por terras esconde segredos inimaginaveis, mortes, desaparecimentos, sera mesmo que a briga é somente por territorio? Tudo pode mudar em meio a uma paixao proibida que nasce entre a familia Collalto e a familia Durand.
**JA DISPONIVEL AQUI NO PERFIL**
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A Descoberta
RomanceNico tem uma paixao secreta e obsessiva pelo seu novo vizinho. Após Nico um acidente tudo muda, César deixa aflorar dentro de si um sentimento guardado pelo jovem Nicolas