então grite

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Amélia on

Hoje estamos de folga e estava previsto dormir até tarde, mas eram oito da manhã quando Cristina se levantou. Ainda fiquei mais um pouco de tempo na cama, me levantei eram nove horas da manhã.

-Bom dia bella -sorri para Cristina que estava estudando uma cirurgia- o que está fazendo a essa hora agarrada aos estudos? Estamos de folga!

-eu já estou terminando amor, aguenta dois minutos -Cristina tinha meu robe vestido, então eu vesti o dela

Eu estava fazendo nosso café e ela continuava estudando, mas sempre falando comigo. Depois de algum tempo ela finalmente se levanta e me abraça

-bom dia bella -ela me abraçou tão forte que quase fiquei sem respirar

-----------------quebra de tempo---------------

-Tem certeza que é seguro ir no mercado? -olhei Cristina que estava acabando de se arrumar

-eu trabalho todos os dias na linha da frente, então eu acho sim que é seguro -ela pega em sua máscara e me da um selinho demorado- eu não demoro muito, volto jajá!

Vi Cristina saindo e então me sentei no sofá suspirando. Liguei a televisão e fiquei passando os canais até acahar algo interessante. Acabei por cair no sono mas acordei quando ouvi baterem na porta, talvez seria Cristina com as compras, mas por vias das dúvidas coloquei minha máscara.

-Ryan! -sorri ao ver o garoto em pé a minha frente

-está tudo bem, acabei de receber o resultado..estou negativo -dei passagem para ele entrar

Ryan parecia diferente, um pouco triste. Fechei a porta e vi que ele estava sentado com a cabeça apoiada nas mãos

Cristina on

Acho que nunca tinha feito compras sozinha na vida, estava seguindo a lista de Amélia mas mesmo assim me perdia de vez em quando. Acabou por dar tudo certo.
Coloquei as compras no carro e estava quase indo embora quando ouço gritos. Voltei a colocar minha máscara enquanto saía do carro, olhei em volta e vi um monte de pessoas murmorando e um carro parado na frente.
Rapidamente percebi o que tinha acontecido ali e então corri até lá

-alguem me explica o que aconteceu aqui? -as pessoas foram se afastando aos poucos

-e-eu atropelei ele, mas foi sem querer! -um homem estava em pânico

-ok senhor, se acalme. Eu trabalho no Grey Sloan, sou médica. Preciso que chame o 911, fale suas coordenadas e o que aconteceu, mantenha sempre a calma! Ah, e coloque sua máscara por favor

Olhei para o garoto que estava no chão e medi seu pulso, estava fraco e então iniciei a massagem. Quanto mais força eu fazia mais sentia as costelas se moverem, continuando assim ele não ia morrer porque foi atropelado mas sim porque uma costela prefurou seu pulmão ou coração.

-eles falaram que estão a 8 minutos daqui -o homem se ajoelhava a meu lado

-8 minutos?! Ele não aguenta 8 minutos -respirei fundo e parei por dois segundos- ok, qual é o seu nome?

-Arthur, Arthur Morgan.

-Arthur, você tem algum objeto que corte bem?

-eu tenho um canivete no carro..mas também tenho um estojo de primeiros socorros. Minha mulher é enfermeira

-ótimo! Traga ele aqui, rápido!

Enquanto Arthur foi buscar o estojo e o canivete, analisei os sinais vitais do garoto por alto e vi que seu pulso ficava cada vez mais baixo. Vi também uma laceração na cabeça, e manchas por todo o seu corpo.
Arthur me entregou o estojo de primeiros socorros e o canivete. Esterelizei tudo com o álcool em gel e vesti umas luvas

-Ok Arthur, se tiver pavos ao sangue por favor não olhe.

peguei no canivete e abri o peito do garoto, iniciei uma massagem interna e senti uma laceração no coração.

-merda, merda, merda!

-o que está acontecendo? A ambulância demora para chegar? -Arthur estava tendo um ataque de pânico

-respira fundo, tenho tudo sobre controle. A ambulância deve estar chegando

Amélia on

-bébe um pouco, você está desidratado -dei um copo de água a Ryan mas ele nao aceitou- hey, eu sei que é complicado e sei que você está sofrendo..o que você quer fazer agora?

-gritar até que a minha garganta fique machucada! -algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto

-então grite, grite sem medo.

-não posso -ele caminhou até o banheiro e se sentou no box

Fiquei o olhando chorar por algum tempo e então me sentei do seu lado

-não é fácil perder um pai, e eu entendo a sua dor. Você precisa chorar e deitar tudo para fora Ryan, confia em mim -segurei na mão dele mas rapidamente ele a tirou- muito soft, entendi, desculpa

Me levantei e caminhei até a cozinha, comecei a fazer algumas panquecas. Eu sabia que Ryan amava panquecas, talvez ele comesse alguma coisa com isso...

-----------------quebra de tempo---------------

Cristina on

-garoto, 26 anos, vitima de atropelamento. Laceração no coração e provavelmente alguna lesão craniana -falei enquanto mantia minha mão dentro do peito do garoto

-Yang?! -Teddy me olhava admirada- pensei que estava de folga

-eu estou, e por falar nisso preciso que um dos seus internos mande uma mensagem a Amélia por mim.

Fomos diretos para uma sala de cirurgia, chamaram Tom, pois era o único neurocirurgião disponível

-ora bom dia senhoritas -ele colocava suas luvas e olhava para a tomografia- uhh, isso é uma hemorragia enorme

-nós sabemos ver tomografias, só precisamos que você acelere ou então o pobre garoto tem uma morte cerebral -falei secamente e ouvi uma risada sarcástica do homem

Teddy e eu operavamos em silêncio, de vez enquando tinha umas conversas soltas mas nada de especial.

-como vão as coisas com Owen? -olhei para Teddy e ela me lançou um olhar de desconfiança- só estou curiosa

-não vão, Owen não me quer -ela olhou para Tom e depois para mim

-ou será você que não quer ele? -fiz referência a Tom e ela abanou a cabeça negativamente enquanto dava um sorriso- ai Teddy, mudou hein.

Amélia on

As panquecas já estão frias e Ryan ainda está sentado no chão do banheiro. Já se passaram duas horas e sem sinal de Cristina

Cris🥺

A: hey, está tudo bem? Você está fora tem duas horas...estou preocupada. Dê sinal de vida o mais rápido que puder!

Sentei na sala e decidi deixar Ryan ter um momento só para si. Fiquei estudando um pouco sobre o estudo de Alzheimer que Derek tinha começado, quando senti Ryan se sentando do meu lado.

-oi.. -sorri para Ryan que deitou sua cabeça em meu colo, depois de perceber que o "muito soft" não iria acontecer iniciei um cafuné em seu cabelo- está tudo bem Ryan, eu não vou a lado nenhum.

Ele sorriu para mim e fechou seus olhos. Vi algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto e então as limpei, deixei um beijo em sua testa e permaneci em silêncio.

Um amor improvável || AmerinaOnde histórias criam vida. Descubra agora