Manhãs de domingo, para Bae Joohyun, costumavam ser bem preguiçosas. Além de ser um dia em que pouco tinha para fazer, era quando costumava descansar de qualquer saída que tivesse feito pela sexta ou sábado, normalmente acompanhada por alguma das vizinhas, Jung Soojung ou com quem quer que estivesse saindo no momento. Não era o caso, naquele dia. Havia passado os dois dias anteriores majoritariamente em casa, com a única exceção de ter saído para comprar algo a pedido da mãe, no dia anterior.
E não foram nada entediantes, os últimos dois dias. Assim como não estava sendo aquela manhã de domingo, normalmente tão monótonas. Não, já não era tão cedo, passava-se das dez da manhã, mas Bae Joohyun ainda estava na cama, com seus pijamas e com o cabelo mal penteado. Deitada de bruços, mas parcialmente erguida, apoiando o peso do tronco sobre os cotovelos. O livro que pegara emprestado da biblioteca estava aberto sobre o travesseiro, entre seus braços, mas a atenção de Joohyun vacilava mais entre pegar um salgadinho adocicado do pacote deixado ao lado esquerdo, sobre o colchão, e o celular que tinha em mãos. Onde focava em digitar uma mensagem em resposta, inclusive.
"Sim, eu dormi bem, também, mas tive um sonho meio bizarro, essa noite."
Porque, sim, desde sexta-feira, Joohyun e sua escritora favorita vinham se falando ao menos um pouquinho por dia. Não que sexta e sábado, agora domingo pela manhã, fossem muitos dias, mas... sim, era isso que vinha mantendo Bae Joohyun entretida. Rowoon era, de fato, interessante. E era bem divertido, aquele estágio de se conhecerem melhor. Bae Joohyun era bem confiante quanto a sua capacidade de fazer as perguntas certas e, felizmente, Rowoon era boa em se engajar nos assuntos.
"Oh, sério? E se lembra de como foi?"
Então, é... estava sendo interessante. Bem interessante, conversar com Rowoon. Por conta disso, estando sozinha, Joohyun não fazia a mínima questão de disfarçar o pequeno sorriso que tinha no canto dos lábios. O papo entre elas estava fluindo bem, obrigada. Tinham uma excelente dinâmica, Joohyun arriscaria dizer.
"Eu não lembro bem do contexto, mas era de noite. Havia um casal pela rua e um homem com uma câmera escondido atrás de uma caçamba – também não entendi o motivo da caçamba ter aparecido ali – tirando várias fotos deles. Não sei se eram celebridades, mas pareciam ser, pelo contexto. Só que o sonho piora. Não sei porque, mas eu fui afrontar o cara e, do nada, nós começamos a lutar e no meio disso tudo a câmera dele virou um revolver. Não sei como, mas eu saí ganhando e consegui desarmá-lo. Só que aí, do nada, a arma já tinha virado câmera de novo e eu consegui apagar todas as fotos que ele havia tirado. Aí que me dei conta de que estava sonhando, algo do tipo 'mas que porra é essa?', já que nada fazia sentido. Acordei rindo dessa idiotice aleatória kkkk"
Bae Joohyun sabia que era um sonho estúpido e que era bobo contá-lo com tantos detalhes. Ela ria da própria cara, ao digitar. Mas, fazer o outro rir, nessas horas, era ótimo para quebrar o gelo, não era? Com Joohyun sendo um pouquinho besta, talvez Rowoon se sentisse mais confortável para se soltar, aos pouquinhos, também. Ao menos a estratégia de Joohyun vinha funcionando, até então. Vocês sabem, aquela estratégia para fazer novas amizades e tudo mais.
"O que você estava assistindo, antes de dormir? Não sei se devo ficar com medo de suas habilidades de combate ou elogiá-la pela criatividade, mesmo que inconsciente. A metáfora da câmera se transformar em uma arma... isso foi genial, muito perspicaz. Cinco estrelas, pela figura de linguagem."
Joohyun riu baixo logo após levar um salgadinho até a boca, o partindo com os dentes da frente e tomando cuidado para que o ar que escapava de sua boca não espalhasse farelo por toda a colcha. Felizmente, Bae Joohyun era boa em conter a própria sujeira.
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FanfictionKang Seulgi tinha motivos para manter seu hobby em segredo. O da escrita, para ser mais específica. Histórias originais que eram postadas por ela sob o nome de Rowoon. Podia não ser a melhor escritora do mundo, mas, pelo menos, suas histórias quase...