Então... acho que agora é minha vez de retribuir.

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- Todo mundo dizendo que está triste... sou esquisita por estar achando divertido ler isso, ainda assim?

Era meio de tarde de uma sexta-feira. A última delas. Bem, ao menos do ano escolar. O clima era, enfim, de leveza. Generalizado. Por todo o campus. Mas ainda era tarde, e Kang Seulgi estava onde devia estar, atrás do balcão da biblioteca. Não estava sozinha, porém. Sentada à sua esquerda estava Bae Joohyun, que se escorava junto da Kang para que pudessem ler os comentários do capítulo final da história de Rowoon. O comentário de Tokkibi ainda não havia surgido dentre tinham lido, então era sobre os demais que Joohyun fizera o comentário.

- Dessa vez, não. Os sentimentos são um pouquinho conflitantes, mesmo. – Seulgi levou uma das mãos ao peito para enfatizar o provável pesar que ali sentia e riu quando Joohyun deixou um tapinha em sua perna.

- Ah, o meu apareceu. – Foi ali, também, na coxa de Seulgi, que Joohyun apoiou o antebraço, ao se aproximar ainda mais da tela do celular. Como se não tivesse sido a própria Bae quem havia escrito aquelas palavras não fazia muito tempo.

- Às vezes eu tenho a impressão de que você é sua maior fã. – Seulgi acusou e Joohyun riu divertida, em resposta, ao negar com a cabeça.

- Não é isso, eu só tava confirmando! – Joohyun se defendeu, antes de voltar a atenção completamente para a Kang. – E eu quero ver sua reação.

- Você não escreveu nada esquisito, escreveu? – Seulgi olhou desconfiada para a Bae, que revirou os olhos ao empurrá-la de leve com o peso dos ombros. Tinha muita coisa escrita ali. Seulgi não duvidava de nada.

- Só lê, logo. Eu juro que não é nada idiota. – Joohyun soou bem sincera ao assegurar aquilo, mas... pelo jeito como um sorriso bobo não saía do rosto da Bae, Seulgi tinha motivos para desconfiar de uma armação. Encarou Joohyun com o canto dos olhos uma última vez, antes de desviar o olhar para baixo e trazer o aparelho para mais perto do rosto.

Joohyun também se aproximou, a diferença era que alternava a atenção entre a Kang e o telefone.

"Olá, Rowoon-nim! Sou eu, Tokkibi!

Eu sei que disse essas exatas palavras no primeiro capítulo dessa história, mas agora tenho mais de dez motivos para reafirmá-las – um para. Parabéns pela história! Mantive a promessa de ser assídua e você o compromisso de nos entregar algo toda semana! Faz quatro anos que nos encontramos dessa forma, às sextas-feiras, e por mais que já tenha agradecido pelo seu tempo e esforço tantas e tantas vezes... eu fui honesta em todas elas, mas acho que, dessa vez, é de todo coração.

Durante essa história... foram bons e maus bocados, não foram? Reviravoltas que fizeram sua história parecer previsível demais, até. E não leve isso como crítica! Foi divertida! Dou o braço a torcer. Você consegue ser engraçada. Às vezes. Ao menos escrevendo. Mas esse é o nosso segredo. Bem, um deles. É só que a vida é imprevisível, não? Esse comentário vai soar mais como uma mensagem privada do que como as análises de sempre, mas acho que não tem problema, não? Você vai entender o que quero dizer com cada coisa.

Para ser bem honesta, eu tinha alguma ideia, mas não acho que reconhecia o esforço por trás de cada palavra que tinha por garantido receber todas as sextas. Talvez você não precisasse sacrificar tanto para mantê-las, acho que seria possível ser assim, também. Mas você não é esse tipo de pessoa. Você entra de cabeça em tudo que faz. Sempre foi. E já fez bastante. E consegue ser boa em todas elas, o que me deixa um pouquinho brava... ou em quase todas. Você fica devendo um pouco no departamento 'manobras com bicicleta', mas eu vou guardar esse segredo entre nós, também.

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