Epílogo: Qual a história favorita da unnie?

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Dezembro passara num passar de olhos, junto com o Natal e as festas de fim de ano. Janeiro começou... bem, como todo janeiro costumava começar. Cheio de esperança e novos objetivos a serem cumpridos nos doze meses que estavam por vir. Kang Seulgi não era do tipo supersticiosa ou alguém que cumpria à risca com todas as tradições, mas tinha pequenas resoluções para aquele ano que começava: fazer tudo o que tivesse vontade de fazer, sem se prender tanto, como no semestre anterior, mas ser tão produtiva quanto, principalmente nos estudos.

Equilíbrio, era o objetivo. Entre suas obrigações, hobbies, suas amizades e tempo para si mesma. Não soava como algo fácil e não o seria, disso Kang Seulgi sabia. Mas era fim de férias, e Seulgi teria mais duas semanas tranquilas pela frente, antes de saber o quão certo o seu plano daria, quando posto em prática. E talvez Seulgi fosse uma estudante compulsiva, mas não via a hora de voltar a passar dois terços de seus dias no campus da Universidade Nacional de Seul. Estava empolgada. Seriam os seus últimos meses como terceiranista.

Os últimos seis meses em que Bae Joohyun e Kang Seulgi compartilhariam da mesma rotina de acordar cedo, pela manhã, e tomar o mesmo ônibus para a faculdade; compartilhar o almoço com Son Seungwan e Park Sooyoung; em que Kang Seulgi poderia ouvir a voz da mais velha, na rádio, para lhe distrair do tédio da espera pelas seis da tarde; talvez fazerem, as quatro, uma pausa para o café antes de as quatro tomarem o ônibus para suas casas.

Só em pensar que isso não se repetiria por muito mais tempo, uma nostalgia precoce enchia o peito de Seulgi. Parecido com quando fora a vez de Joohyun se despedir da escola, quando ainda estavam no Ensino Médio. Dessa vez, entretanto, era definitivo. Bae Joohyun iniciaria uma nova jornada em sua vida e esta seria um pouco mais solitária. Era meio triste, sim, mas, ao mesmo tempo, deixava Seulgi orgulhosa de observar o crescimento de Joohyun. Soara demais como uma mãe? Talvez. Mas era de coração. Seulgi apostava que Seungwan e Sooyoung se sentiam do mesmo jeito a respeito. Yerim provavelmente não pensava tão profundamente sobre a coisa.

E falando sobre o Bae Joohyun, fariam um mês de namoro, no dia seguinte, como o lembrete do celular da Kang há pouco lembrara. Seria uma quarta-feira, mas eram férias. Qualquer dia era dia propício para celebração, então tinham compromisso para o dia seguinte. Que tipo de compromisso, Seulgi não sabia. Bae Joohyun não quisera lhe contar. Se fosse com qualquer outra garota, Seulgi estaria empolgada para a surpresa. Conhecendo Bae Joohyun... Seulgi também ficava com um pouquinho de medo. Nada demais! Era só que Joohyun tinha as exoticidades dela e podia ser um tanto quanto imprevisível.

Seulgi podia fazer alguns chutes, porém. Samgyepsal, se Bae Joohyun quisesse agradá-la. Tteokbokki se o plano da Bae fosse encher a barriga e jogar conversa fora, casualmente. Piquenique no Rio Han era uma opção se Joohyun quisesse algo mais romântico e pitoresco, ou renovar a coleção de fotos do céu que mantinha no celular. Um passeio rápido pelo Lotte World também parecia possível. Não pelo parque em si, mas porque a Bae fazia o tipo de alguém que levaria a namorada no exato lugar em que fizera o pedido, um mês depois.

Agora que Seulgi estava conhecendo Bae Joohyun como namorada... ela era bem fofa. Especialmente quando estavam sozinhas. Não dum jeito brega, que dava vergonha de assistir – Seulgi teria lhe dado as costas na primeira tentativa de forçar algum aegyo -, só tinha um jeitinho fofo. Uma manha discreta. Cheia de consideração por baixo de uma pretendida marra. Só caía nela quem não conhecia a Bae direito. Sensível a cada coisa dita por Seulgi, apesar das piadinhas dignas de garotos do Ginásio, que fazia. Atenciosa e proativa dum jeito que às vezes fazia Seulgi se perguntar como Joohyun não havia funcionado em nenhum de seus relacionamentos passados.

Porque, agora, conhecendo Joohyun como namorada... era só mais um motivo para deixar Kang Seulgi orgulhosa da mais velha. E para Seulgi se sentir sortuda.

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