O que Rowoon teria respondido?

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Já era a penúltima segunda-feira do mês e, como Kang Seulgi havia checado, na noite anterior, não fizera mais do que seis graus positivos durante todo o dia. Então estava frio pra cacete. Até mesmo para Kang Seulgi, que se encolhia dentro do próprio casaco e esquentava as mãos num copo de chocolate quente. Não ajudava o fato de estar sentada em um lugar aberto. No caso, as arquibancadas do campo de futebol da faculdade. Ao lado de Shin Seungho, mas ele parecia estar bem. Além de ter um conjunto esportivo que parecia barrar bem o vento, tinha o rosto vermelho de quem já havia dado muitas voltas na pista de corrida que rodeava o campo.

- ... foi climão no começo, mas depois foi menos estranho do que eu pensei que seria. – Mas Shin Seungho tinha notícias para dar. E, por aquele tipo de coisa, Kang Seulgi podia suportar o frio.

- Fazia quanto tempo que seus pais não vinham à Seul pra ver sua irmã? – Seulgi perguntou, então, para que o rapaz continuasse com as atualizações.

- Desde que minha irmã resolveu contar que a colega de quarto dela não era apenas uma colega de quarto. – Seungho prosseguiu com as explicações, portanto, e Seulgi sinalizou com a cabeça que estava ouvindo. – Quase três anos. Foi o primeiro almoço em família em quase três anos.

- Isso é bastante tempo... – Seulgi comentou e foi a vez do rapaz balançar a cabeça positivamente, em resposta. – Te conforta um pouco?

- Um pouco. Eu posso não precisar contar nada pra eles, mas é bom saber que uma hora eles superariam, caso eu precise. – Não era a todo sorrisos que Shin Seungho compartilhava os acontecimentos do dia anterior, mas parecia de fato um pouquinho aliviado. Mesmo que minimamente.

- E eles chegaram a conhecer a namorada dela? – Seulgi perguntou e Seungho primeiro assentiu, antes de desenvolver a resposta.

- Eles conheciam. Só foi formalmente apresentada desse jeito, dessa vez. – Seulgi entreabriu a boca ao aquiescer em compreensão e Seungho deixou um riso baixo escapar antes de prosseguir. – Ela tava tão nervosa que eu via ela tremendo, pra você ter uma ideia. Uma mulher de quase trinta anos tremendo por conta de um casal de meia-idade.

- Eu não julgo. Só de me imaginar na situação eu também fico. – E o queixo de Seulgi de fato estava voltando a bater. Por isso, tirou um momento para dar um gole em sua bebida quente. – E, me conhecendo, eu provavelmente ia estar o mais puro desastre. Ia passar tanta vergonha que seus pais voltariam pra Ansan comentando: "aigoo... de todas as mulheres do mundo, por que aquela?" – Seulgi comentou e ouviu Seungho rir baixinho. – Então nem posso julgar.

- Eu também não. Não sei quem estava mais nervoso na situação. Se era ela, eu ou a noona. Ontem eu estava com o batimento acelerado e suando, mais do que durante as partidas de futebol. Mas, lembrando disso agora... foi engraçado. Na hora, nem um pouco. – Seungho disse, por fim. Se tentava esconder o sorriso, era em respeito à irmã mais velha e a namorada, que ainda deviam estar tentando processar tudo o que ocorrera no dia anterior.

- Fico feliz em saber que deu tudo certo. As coisas devem ir se ajeitando, a partir de agora. – Seulgi falou ao sorrir para Seungho, que retribuiu o gesto igualmente agradecido.

- É, eu espero que sim. A noona deve estar contente, também. Vou ligar pra ela com calma, quando chegar em casa. – Seungho falou e viu Seulgi aprovar a atitude com um olhar impressionado.

- Você é um dongsaeng bem decente. – Seulgi comentou e Seungho riu brevemente antes de retomar uma expressão séria.

- Sou? – Perguntou ao fingir falsa modéstia, apontando para si mesmo. Seulgi concordou uma vez com a cabeça em confirmação.

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