Treze de dezembro. Guarde a informação. É importante.

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É incrível como, quando se está ocupado, uma semana pode passar sem que se tenha real consciência do tempo. Já era sexta-feira da semana seguinte, e o dia já havia praticamente terminado. Bae Joohyun tivera todas as aulas pela manhã, a tarde fora dividia entre reuniões para a conclusão de trabalhos de fim do semestre e estudos para a maratona de avaliações da semana seguinte. A rádio da universidade lhe ocupou a outra metade da tarde. Decidiram pular a tradicional ida ao café, naquela sexta-feira.

Era dentro do ônibus que as quatro estavam, então, indo direto para casa. Podia não estar sendo uma semana tão fria quanto a anterior, mas chovia do lado de fora. O que era quase tão ruim quanto. Ao menos era uma chuva fraca. Da última fileira de assentos do ônibus, Joohyun se curvou para frente para tentar observar o lado de fora, pela janela, desviando do peso morto que jazia a sua direita. Por sorte, também, não parecia ser uma chuva que duraria tempo suficiente para formar poças ou molhar demais as ruas. Joohyun esperava estar certa, já que certas pessoas continuavam deixando guarda-chuvas para trás. No plural, mesmo.

- Ei, unnie. Vou já perguntar antes que eu esqueça. – Foi a culpada número um que lhe fez a pergunta. Park Sooyoung. Sentava à janela, no par de assentos à frente de Joohyun, e havia acabado de se virar para trás para poder encarar a Bae. – Eu vi que o festival de inverno no Lotte World começou, vamos? No domingo! Falaram que vai cair a primeira neve. E já está tudo decorado com luzes e tudo. Mais romântico, impossível. Eu já falei com Yerim e Seungwan e elas –

- Você não devia chamar seu namorado pra esse tipo de coisa? – Joohyun franziu a testa. Questionando mais o tom do convite que a Park estava a fazer do que a ideia do passeio em si. Não era ruim, mas...

- Eu já arrastei ele para o Lotte não faz muito tempo. Ele é meio preguiçoso, certeza que vai ficar: "parque de diversões de novo?!". – Sooyoung também era boa imitando as expressões de surpresa do namorado. Sim, Joohyun já tinha sido apresentada para o dito cujo, numa vez que encontrara o casal pelo campus, por acaso. Lee Hyunwoo. Meio tímido, Sooyoung às vezes parecia assustá-lo por ser um pouquinho demais da conta, mas era bonzinho. Menos esquisito pessoalmente. Tivera a aprovação de Joohyun, no tempo em que os três compartilharam um café. – E outra, é a primeira neve! Se for para eu escolher com quem quero passar a vida toda, botando minha mão no fogo, são vocês!

E por mais que Sooyoung tivesse dito aquilo num tom seriamente comovido ao estender os braços à frente do corpo, para indicar as três mais velhas, Joohyun deixou soar bem claro o seu grunhido de desgosto. Seungwan estava de costas para a Bae, no assento logo à frente, mas Joohyun percebeu a Son a negar com a cabeça enquanto fazia um facepalm. A Son tinha fones de ouvido, mas, aparentemente, também ouvia a conversa.

- Por favorzinho, vai ser divertido! – Sooyoung, porém, não ligou para as reações negativas e juntou as mãos em forma de pedido. - A gente tira muitas fotos pra deixar de lembrança, vai ser seu último festival de inverno como universitária e o da Yerim como colegial! A gente aproveita e grita muito na montanha-russa, trolla a Seulgi unnie e larga ela sozinha na casa mal-assombrada, você destrói todo mundo nos jogos de pontaria e ganha muitos bichinhos para a gente... aí a gente come churros, algodão-doce, pipoca, vê o show de luzes e –

- Domingo, né? – Joohyun perguntou e Sooyoung assentiu, um pouquinho esperançosa demais, até. Seungwan, inclusive, havia se virado para trás para saber qual seria o veredito da Bae. – A última vez que a gente fez algo do tipo foi dezembro passado também, não foi? Domingo, então.

- Acorda a cricri pra ver o que ela acha. – Seungwan deu uns tapinhas no joelho de Joohyun, para chamar atenção da Bae, antes de apontar para a Kang, isso tudo enquanto Sooyoung socava o ar em comemoração. Joohyun olhou para a direita e se deparou com Seulgi na mesma pose. A culpada por não trazer guarda-chuva de número dois. Largada no assento, abraçando a mochila, com a cabeça apoiada na janela do ônibus e nem tão discretamente boquiaberta.

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