Capítulo 20

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Eu andava pelas ruas escuras e frias, já não é a primeira vez que passo por aqui...

Adoro essa rua pelo fato de nunca ter ninguém, ninguém que possa me julgar e chamar as autoridades.

O ruim é que nunca podemos sair de manhã, já que nossos rostos são conhecidos.

Então sempre gosto de ir a noite passear, sei que 76% dos ataques e sequestros são a noite mas... Quem liga?

Logo ouvi meu nome e um xingamento, a voz vinha de um beco não tão escuro e nem tão claro.

O homen fumava junto com outro homen, eles conversavam sobre algo que não escutava direito, foi quando Tomura chegou.

Um ódio subiu pela minha garganta eu queria gritar, queria o matar, mas mesmo assim só fiquei paralisado.

Tomura se aproximou dos dois homens, os homens estremeceram rapidamente.

— Amanhã, eu quero a van na frente da base. — Disse Tomura.

— Certo, qual o destino do passageiro? — Disse um dos homens.

— México, você vai levar um garoto de cabelos roxos pra lá, depois vai embora, ok?!

— Sim senhor! — Disse os dois homens.

— Ótimo.

Tomura foi embora acompanhado dos dois homens, dei meia volta quase que imediatamente.

Senti uma dor atingir meu coração, algo pontudo, como se eu acabasse de ser traído.

Que inferno!

Eu corri para casa abrindo a porta e me deitando naquele sofá que odeio admitir, é desconfortável pra caralho!

Algo perfurou meu peito e uma lágrima desceu meu rosto, eu odeio confiar demais nas pessoas.

Adicionar lembrete, nunca crie confiança com alguém.

Mas um pra coleção não faça mais essa burrada.

Quanto tempo faz que eu não me machuco assim? Três meses?

Tanto faz.

Eu não ligo agora, agora quero ficar sozinho.

Na verdade, eu já estou sozinho, eu sempre estou sozinho.

Ninguém está do meu lado agora, não posso contar com ninguém.

Só com o barulho de chuva e trovão.

Na verdade nem percebi que estava chovendo, pensando bem acho que a tristeza amenizou meu medo de trovões e relâmpagos.

Agora só quero ficar sentado nesse sofá chorando.

Logo ouvi uma música lenta tocar, olhei para trás rapidamente vendo Kaminari com um toca discos me olhando.

— Sabe dançar? — Ele pergunta vindo até mim.

A música era calma e acalmava meu coração magoado, ele estendeu a mão para mim, eu a segurei exitante.

Do Bem Vem O MalOnde histórias criam vida. Descubra agora