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Os olhos pequenos e finos dançavam entre as paredes já tão conhecidas do pequeno quarto. Subindo pelas paredes azuis com enfeites infantis demais para seu tamanho, descendo pelos ursinhos de pelúcia espalhados por todos os lados, se acumulando principalmente na cama - essa muito bem forrada e arrumada com os lençóis de seda -, rodopiando pelos móveis brancos e terminando nas estrelinhas desenhadas no teto, repetindo o processo várias vezes.
Tudo ali remetia a infantilidade, um quarto perfeitamente desenhado para uma criança, no entanto, o garoto na cama não tinha a aparência de uma.
Com seus pés descalços, o Park rodava por seu quarto, entediado. Já havia feito a cama, rezado as orações da manhã, vestido as várias camadas de roupas direitinho, como fora lhe ensinado, e dobrado as vestes de dormir.
Um ômega exemplar.
E como um bom garoto, esperava seu pai acordar para lhe entregar o livro que leria pela manhã. Seu coração batia forte só de lembrar daquela capa verde, igualzinho a grama com escritas em um dourado tão brilhante quanto seus brincos, passou a semana todinha esperando para tê-lo em suas mãos e a ansiedade de saber o que aquelas páginas escondiam já lhe corroía as entranhas.
O garoto sempre amou ler, amava a forma que era envolvido pelas lindas histórias de princesas e castelos, príncipes e dragões, romance ou comédia, desde muito pequeno devorava os livros que eram lhe oferecidos e os cuidava com muito carinho, como se fossem seus bens mais preciosos. De fato, em seu coração, eles eram.
Como um passarinho preso em uma gaiola, invejava os espíritos livres que nunca tiveram ninguém para lhes podar as asas.
Em pleno ano de 1900, o Park esperava ser tirado em casamento, para deixar de viver sobre as regras de pai alfa e passar a viver as regras de seu parceiro. Jimin sempre se deu muito bem com regras, as seguiu sem reclamar, se tornando assim um garoto de ouro para sua família, o filho que qualquer pai deseja ter.
Um ômega de ouro, a Joia Park como era chamado carinhosamente pelas redondezas.
Claro, um ômega de cabelos louros, dourados como o sol, um rosto angelical com olhinhos pequenos e doces, pele rosada e macia como um pêssego maduro e lábios fartos bem desenhados que são desejados por muitos, isso tudo sem contar seu falar inteligente, capaz de entreter um alfa por horas a fio, fazia as famílias mais importantes da região implorarem para o casar com seus pretendentes. Era puro, casto, perfeito.
Mas mesmo com todas essas qualidades, Jimin nunca foi entregue a casamento.
De longe, o ômega ouviu os passos pesados vindos da escada e com um sorriso pequeno no rosto se colocou a esperar, parando de rodar e se sentando na cama, que reclamou de seu peso com um ranger. A cada passo, seus pés balançavam mais, ansioso para ver seu "papai" e ter sua conversa da manhã com o mais velho.
Já era rotina, todos os dias, Siwoon se sentava na cama do filho e o ouvia contar sobre seu sonho.
Um pai exemplar.
Mas quem abriu a porta, não foi o velho Park, mas sim o irmão mais velho de Jimin, que com um sorriso debochado, se apoiou no batente da porta, segurando o livro em sua mão.
- Dessa vez, papai fez uma péssima escolha de livros, não é história que um garoto solteiro possa ler. - Yoongi falou firme, fazendo sua voz ecoar pelo quarto pequeno. - Eu não posso permitir que leia isso.
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•O Céu Ainda É Azul• jkk🦋pjm°
Fanfiction☁️•Obediente e educado, Park Jimin era o filho que qualquer pai gostaria de ter, nunca questionou ou quebrou as regras, sempre as aceitou de bom grado. Aos seus 18 anos, só sabia do mundo o pouco que encontrava nos livros, mas naquela tarde de prima...