No campo esverdeado, longe o suficiente para que a fazenda Park sequer pudesse ser havistada pelos olhos de águia do alfa Jeon, o casal descansava em cima de um lençol quadriculado de piquenique, ainda cansados, recuperando seus respirares ofegantes em um silêncio confortável, aproveitando a brisa gostosa do fim de tarde que vez ou outra arrepiava suas peles desnudas. Ainda com o nó em seu interior, o loirinho mantinha seu corpo pequeno quieto, Jungkook era sempre demais para aguentar por si só e seu nó parecia querer quebra-lo ao meio, mas valia a pena. Acariciando o peitoral desenhado do empregado, que gentilmente devolvia as carícias em suas costas, passou a observar o céu limpo, de um azul brilhante, com poucas nuvens o enfeitando aqui e ali. Uma tarde divinamente agradável, com o sol forte em contraste com a brisa fresca. As vezes, parecia que até o tempo, decidia ser cúmplice do casal, lhes dando as mais bonitas tardes e as mais estreladas noites para se amar.
Era para ter sido somente um piquenique e de começo, realmente foi, com direito a brincadeiras dos amantes, uma corrida amigável a cavalo, agora que o pequeno perderá um pouco o medo, beijinhos melados com bolo de chocolate e muitas implicâncias, acompanhadas de gargalhadas, mas Taehyung estava certo, depois que os dois tiveram a primeira vez, era como se existisse um ímã que os colasse e em meio a seu mel todo, acabavam na situação que estavam. Atar ao ar livre já estava virando uma situação corriqueira para os dois e o ômega, por vezes admitiu gostar do clima perigoso que o trazia, a adrenalina de poder ser pego a qualquer momento, mas ainda sonhava em levar o alfa a sua casa quando criasse coragem para admitir seu romance. Desejava te-lo da forma romântica que Yoongi o contou que havia sido sua primeira, nos lençóis de sua cama, sem precisar se conter, sem precisar esconder.
Indo contra a todos os avisos, tanto de Taehyung, Jiyun, Yoongi, Jungkook e Luci, o ômega estava cada dia mais confiante de que seu pai aceitaria seu namoro se contasse com o jeitinho certo, o mais velho andava muito carinhoso consigo, retomando atividades que a tempo não faziam juntos. Passar um tempo com o pai não agradava nem um pouco a Jimin, muito pelo contrário, por vezes sentia vontade de correr para longe ao ser chamado por sua voz arranhada e envelhecida, mas acreditava que se fosse um bom garoto, no momento em que contasse que desejava desposar com o empregado, a reação do velho Park fosse amena o suficiente para aceitar parcelar o dote, para que assim pudessem se casar como desejava.
Ele só não mencionaria que pretendia pagar seu próprio dote, vendendo suas costuras, joias que não lhe agradavam ou livros que já tivesse as páginas decoradas em sua mente, seu desejo era ser livre e nunca conseguiria alcança-lo se o seu alfa estivesse pagando por sua mão e mesmo que Jungkook não tenha gostado da ideia no começo, não se opôs, pelo simples motivo de, o empregado duvidava com todas as forças que seu casamento fosse permitido, o velho Park não daria a mão de seu filhotinho nem para o mais rico dos homens, imagine, um Zé ninguém como ele? Seu pequeno era tão ingênuo, tão inocente que insistia em acreditar que somente seu amor, se tornasse o suficiente para suprir a diferença grotesca de suas classes, da mesma forma que não via os reais desejos do pai.
Jimin não parecia se importar nem um pouco com suas mãos calejadas e ásperas, muito diferentes dos nobres que faziam fila para lhe dar presentes caros, parecia não ver as bolhas causadas por queimaduras em seus ombros, muito menos suas roupas sempre surradas e por vezes, sujas, o loiro parecia não enchergar a discrepância entre os dois e fazia questão de lhe dar a mão sempre que estavam a passear na cidadela, com a desculpa de que não queria se perder, o empregado sentia vergonha de estar daquela forma perto de seu pequeno, quis esconder-se mais de uma vez ao ter suas feridas cuidadas pelas mãos macias e cuidadosas do ômega, sentia que não o merecia e aquele ser de sorriso fácil e cabelos de anjo, parecia, simplesmente não ver o mundo da mesma forma que via, havia um filtro feito de sua própria inocência e bondade em frente a seus olhos que não o deixava ver coisas que aos outros, eram tão escraxadas, ele só, o amava, o tempo todo, até quando o alda não se sentia digno, quando estava cansado ou machucado, Jimin o amava e o entorpecia com seu amor, fazendo-o esquecer de suas dores, pelo menos por alguns momentos. O céu tinha mais cor quando estava ao lado de Jimin, pois somente com um sorriso, ele era capaz de dissipar as nuvens de sua mente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
•O Céu Ainda É Azul• jkk🦋pjm°
Fanfic☁️•Obediente e educado, Park Jimin era o filho que qualquer pai gostaria de ter, nunca questionou ou quebrou as regras, sempre as aceitou de bom grado. Aos seus 18 anos, só sabia do mundo o pouco que encontrava nos livros, mas naquela tarde de prima...