☁️•Oh Quelles Grandes Dents As-tu•☁️

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⚠️ Capítulo não recomendado para leitores fantasminha, deixe sua estrelinha!!!⚠️

🦋 Comentem! isso ajuda no engajamento e acalma o coração desse escritor inseguro.🦋

🧼Se gosta da história, me ajude a divulgar :(🧼

🌈Espero realmente que gostem desse capítulo.🌈

A poucos metros da mansão Park, o alfa era acordado pelo susto das sinetas de incêndio tocando alto, zumbindo seus ouvidos ainda sensíveis pelo sono pesado. Levantou apressado, ainda sem mal ter aberto os olhos, vestiu as botas pesadas por cima do pijama e logo olhou Taehyung.

— O que está acontecendo? — Perguntou confuso, aéreo pelo cansaço do dia cheio.

Na verdade, a semana toda foi cheia e desgastante, tanto física quanto psicológica. Ver Jimin sendo cortejado por outro alfa o enfurecia, e o que viu pela janela da mansão Park dias atrás, deixou seu coração tão pesado que, parecia ter uma enorme bigorna pressionando seu peito, o impedindo de respirar de forma tão sufocante que precisou tomar diversos banhos de água para manter o controle. Queria proteger aquele ômega de sorriso inocente.

Jungkook odiava o que havia visto e odiava a família Park, mas odiava mais ainda não poder fazer nada, o pequeno ômega fugia de si como se fosse contagioso, como o diabo foge da cruz. Jimin não queria vê-lo nem pintado de ouro.

Não estava acostumado com esses sentimentos, nunca sentiu tanta afeição por nenhum ômega, mas estar assim por ele, um homem que sequer entende o próprio corpo, que o torturava de forma inconsciente com seus toques e atos, estava o deixando maluco. O tempo que estava passando longe dele, a cada dia, o deixava mais inerte, mais perdido.

E para Taehyung, ver o mais próximo que tinha de um irmão definhar não estava sendo fácil.

— Pegue um dos baldes, a mansão está em chamas.

Aquela frase saindo da boca do alfa mais velho fez com que o mundo de Jungkook girasse, sentiu seu estômago embrulhar e o peito se apertar ainda mais em desespero. Fogo. Perigo. Jimin.

Pegou um dos baldes em suas mãos e nem se importou em usar as escadas, pulando do segundo andar do celeiro, onde ficava o casebre, para o chão de palha. Sua preocupação subia-lhe como um nó pesado em sua garganta, impedindo de sua saliva descer. Esqueceu até de encher o balde que tinha em mãos.

À medida que se aproximava seu coração batia mais rápido, tropeçando e se enrolando a cada uma das passadas que dava. O fogo se encontrava muito mais forte exatamente onde ficava a janela do ômega. Tenso, entrou em alerta, respirando fundo e tentando capturar o cheiro de Jimin, mas a fumaça era tão intensa que encobria qualquer pequeno rastro. Seus olhos atentos passaram por todos os que estavam ali envolta, empregados ou nobres curiosos, homens ou mulheres, procurou de rosto em rosto o pequeno Park.

Nada.

— Onde está Jimin? — Perguntou firme a Yoongi, que segurava Hwasa em seus braços em um abraço apertado.

O alfa mais velho pareceu pensar um pouco, desviando seu olhar, e logo seus olhos se arregalaram. Saber que ele sequer havia dado falta fez Jungkook querer arrancar sua cabeça com os próprios dentes.

— Eu não sei, não o vi sair. — Respondeu sincero, apertando ainda mais a ômega em seus braços, ansioso. — Ele não pode estar lá dentro! Já teria gritado ou aberto a porta, ele não pode estar lá dentro. — Repetiu com o peso em sua mente.

— Que tipo de família se diz ser se consegue perder o próprio irmão na merda de um incêndio! — Ralhou irritado.

Não conseguia controlar, o som das batidas de seu coração estavam se tornando ensurdecedoras, misturando-se somente com o uivar alto de seu lobo, também em uma mistura de medo e preocupação. Seu lupino estava tão desesperado que implorava para que o desse controle, o deixasse salvar o ômega.

E Jungkook, no estado em que estava, não pensou duas vezes em deixar. Jogou a cabeça para trás com seus lábios separados levemente, sentindo as presas grandes e afiadas rasgando a gengiva. Seus olhos, antes de um preto intenso, se tornaram um verde esmeralda profundo, não demorou muito tempo para que os ossos começassem a latejar, esticando dolorosamente seus músculos humanos para que tomassem a forma animal. As garras grandes surgiram como facas cortando o chão, cobertas pela pelagem negra densa e pesada. Quase três vezes maior que um lobo comum, lá estava ele, imponente, forte, feroz.

Em sua forma lupina, Jungkook tinha pouco controle de seus instintos, mas por sorte, seu foco não era a família Park, mas sim... Jimin, e somente ele.

Sua mente fantasiava os piores cenários possíveis, e a imagem do pequeno sendo consumido pelo fogo enquanto chorava por ajuda não deixava sua mente, o quão desesperado deveria estar. Não podia deixa-lo.

Balançou seus pelos longos e grossos, soltando um rosnar animalesco. Mal escutou o reclamar vindo de trás de si quando se pôs a correr, adentrando a porta da mansão. As patas enormes deslizaram no piso bem polido, mas não se deixou abater por isso. Na forma de lobo, seu nariz era ainda mais poderoso, e os resquícios do cheiro de Jimin não passaram despercebidos.

A cada passo suas garras abriam sulcos fundos no chão de madeira, o marcando sem seu controle. A presença do pequeno ômega estava tão fraca que o medo se apossou pelo corpo grande, o fazendo se eriçar do focinho a calda. Farejou de porta em porta a procura dele, e quanto mais perto do centro de calor chegava, mais a angústia tomava conta de seu peito.

E ao chegar na última porta, onde a fumaça era densa o suficiente para queimar seus pulmões, um resquício de alívio se fez presente. Podia sentir o cheiro de Jimin ali.

Tentou empurrar a porta com seu peso, mas nenhuma de suas investidas dava resultado. Estava trancada, haviam o deixado trancado na merda de um incêndio para morrer. Movido pela raiva, o alfa bateu suas patas na porta, a fazendo se lascar, e com seus dentes afiados como navalhas, mas fortes como o marfim, abocanhou-a, puxando forte para que se quebrasse pedacinho por pedacinho, abrindo caminho para dentro do quarto.

Os olhos verdes procuraram pelo corpo pequeno, mas foi o tossir fraco e quase sem força que o chamou atenção, fazendo com que se virasse em direção a grande prateleira de livros onde o corpo pequeno se encolhia todo. Era o seu garotinho, não precisava nem olhar duas vezes. Se aproximou cuidadoso, passando o focinho pelas costas dele, chegando até seu rosto.

Temeu que ele estivesse desacordado, em sua forma lupina não tinha mãos para segura-lo em seus braços, precisaria arrasta-lo correndo o risco de lhe machucar. Choramingou alto, em um chorar desesperado, virando Jimin de barriga para cima, e seu alívio foi ainda maior quando os tossires se tornaram mais altos.

Outra vez, Jungkook chorou como um filhotinho, inquieto, tentando o mostrar que devia se segurar, que o tiraria de lá. O garoto, com seus olhos bem fechados tentou se mover, mas ao esticar seus braços sentiu como se sua pele estivesse se rompendo, soltando dos músculos, e o chorar alto escapou por seus lábios completamente sem força, seu peito queimava tanto que respirar parecia uma tortura.

Trêmulo, abriu seus olhos devagar, e por alguns segundos, pensou estar morto. Aquela grande criatura o rondava sem se importar com os bigodes chamuscados, batendo as patas no chão impaciente. Tinha alguma coisa naquele lobo, que o fez querer confiar, era como se já tivesse o visto em algum lugar.

Talvez, em seus sonhos.

Indo contra a dor excruciante, se esticou agarrando sua última esperança, segurando forte os pelos do animal, que mesmo desajeitado, o ajudou a subir em suas costas fortes, soltando um suspirar forte e alto carregado do mais puro alívio.

Mas ainda corriam perigo, Jungkook sabia disso. Levantou outra vez, tendo a certeza de que Jimin se segurava firme, e passando por dentre o fogo, correu pelos corredores longos da mansão o mais rápido que suas pernas caninas o permitiam, saltando as escadas e saindo pela mesma porta que entrou.

Assim que as garras do alfa tocaram finalmente a grama verdinha e o ar fresco veio de encontro com suas narinas, o ômega respirou fundo em alívio, tossindo e se engasgando com a foligem acumulada em sua traqueia, não precisou de mais que isso para chamar atenção de todos os outros, cada par de olhos que pudessem vê-los estavam os encarando, e o empregado não tardou a mostrar seus dentes grandes e lustrosos, grandes o suficiente para arrancar a cabeça de qualquer um com uma só mordida, rosnando ferozmente para quem ousasse dar um passo sequer.

Seu rosnar era tão alto, que sequer o rugido de um leão, poderia transmitir tamanho poder. Sua aparência se tornava cada vez mais selvagem a medida que a saliva transparente escorria por seus dentes, sedento por sangue.

Jimin estava tão fraco, que não teve outra reação a não ser se encolher, sentindo seu lobo acuado. O lupino olhou por todos os lados, procurando por uma saída entre tantas pessoas, precisava deixar o ômega seguro. Seus olhos foram de um lado a outro até pararem na floresta densa, pouco depois das cercas. Ali ninguém iria os incomodar, lhe pareceu perfeito.

Deu um último rosnar para a multidão, dando as costas em um trote apressado, mas cuidadoso o suficiente para não balançar muito o corpo pequeno em sua lombar. Suas passadas se tornaram mais largas à medida que se afastavam da casa, das vozes, e o chão deixava de ter somente grama para estar coberto por folhas secas, começando a se decompor. Ainda não parecia longe o suficiente, mas não estava com o direito de escolher, precisava pensar em Jimin e no quão perigoso era para ele estar à beira da inconsciência. Temia que ele caísse em sua corrida.

O tronco oco entre as raízes de uma árvore majestosamente grande, pareceu um lugar seguro o suficiente. Farejou o ar em busca do cheiro de algum animal que pudesse lhes fazer mal, e logo encolheu o corpo grande para que pudesse entrar os dois de uma vez pela abertura estreita, e no chão úmido, protegidos pelo emaranhado de raízes, Jungkook se deitou, aconchegando o ômega entre seus pelos.

— Alfa... — A voz saiu fraquinha, entrecortada pela garganta machucada, mas não deixou de ser ouvida pelo maior. — Obrigado.

O loiro ergueu seu olhar banhado em lágrimas até os olhos esmeralda do lupino, escondendo seu rosto no peito fofo dele logo após. O alívio finalmente correu livre por seu corpo. Estava seguro com o lobo, sabia que sim, sentia com cada pequeno nervo presente em sua existência.

O alfa encostou sua cabeça no ombro do menor, esfregando a lateral de seu rosto no dele e logo lambeu sua bochecha em um ato puramente carinhoso. Enrolou sua calda grande envolta dos dois, deixando Jimin confortavelmente deitado em cima de si.

Não conseguiria voltar a forma humana, e o loiro estava tão exausto, que não demorou a cair em um sono pesado. E foi só quando o dedinho do ômega foi a sua boca para chupar freneticamente, como um filhote em sua chupeta, que Jungkook pode ver o dorso das mãos pequenas e gordinhas completamente queimado, subindo em um vermelho vivo até o começo de seu antebraço como uma luva inchada e dolorida.

Assustado, passou a lamber os ferimentos freneticamente, sabendo que sua saliva ajudaria na cicatrização do ômega. Vê-lo machucado fez o coração do empregado se quebrar em pedacinhos, e não pensou muito, quando puxou para se aconchegar ainda mais pertinho de seu corpo.

E só conseguiu dormir, quando as feridas já estavam limpas de todo o sangue e foligem, e o pequeno já dormia pesado, quentinho entre seus pelos.

O sol já raiava alto no céu, iluminando as folhas das árvores e adentrando pelas fissuras das raízes, quando o lobo, ainda em sua forma lupina, começou a despertar lentamente, sentindo o cheiro doce e forte de rosas em suas narinas. Abriu seus olhos grandes de um verde cintilante, tendo a visão do ômega ainda adormecido entre os pelos negros, com o polegar em sua boca.

Aproveitou para lambe-lo só mais um pouquinho, sendo muito cuidadoso com as feridas abertas, as deixando bem limpas. Jimin parecia tão cansado que sua respiração chegava a ser ruidosa, se misturando com o barulho baixinho que seus lábios faziam ao sugar o polegar vorazmente.

Agora mais calmo o alfa sabia que precisava voltar a sua forma humana, mas acordar aquela criaturinha parecia um pecado tão grande, que acabou por suspirar, perdendo algum tempo a observar o rosto bonito, sereno, iluminado pela luz fraca do sol e embargada pelo sono. Jimin era tão perfeito que chegava a assustar, sua beleza pura era estonteante e o ar doce que transmitia de tirar o fôlego.

Já era tarde da manhã, os irmãos do ômega deviam estar loucos atrás deles e provavelmente, seu pai ainda mais. Antes, se sentiria apreensivo, mas agora, sabendo o que sabe sobre aquela família, só conseguia sentir nojo. A única coisa que ainda o prendia a aquele emprego, era Jimin.

Quando suas orelhas giraram em alerta, encontrando o som dos cachorros percebeu que não teria mais como adiar, teria que acordar o pequeno chefe. Se afastou um pouco, deixando que ele continuasse deitado ao chão, e com as costas encostadas nas raízes, deixou que seu corpo abandonasse a forma lupina dolorosamente, segurando seus grunhidos dolorosos para não acordar o pequeno.

Ele não podia vê-lo daquela forma indecente.

No momento em que assumiu a forma lupina, suas roupas ficaram para trás, e agora tinha o corpo esbelto completamente desnudo. Engoliu a seco, se espremendo por dentre as aberturas das raízes para sair a procura de, no mínimo, uma calça para cobrir sua nudez. Sempre muito atento a qualquer pequeno ruído, seja da floresta, da mansão, ou do pequeno Park, esse que, já começava a sentir falta da presença do alfa na caverna, se remexendo descontente. Ele esticou seus braços a procura do corpo quentinho, mas tudo que encontrou foram as raízes indo de encontro com suas mãos doloridas, fazendo-as arder fortemente. O corpo pequeno se encolheu, usando as pernas para se arrastar para longe, mas ao tocar as próprias mãos, gritou em dor, resmungando choroso. Não se importou em olhar envolta, seus olhos foram direto as mãos machucadas e seu coração acelerou juntamente da respiração rápida.

Não havia morrido, mas estava marcado com um machucado. Sua mãe sempre dizia que um machucado faz uma cicatriz, e uma cicatriz estraga o ômega.

Estava a ponto de se derramar em lágrimas quando ouviu aquela voz mansa, já tão conhecida por si, aquela que nublava seus pensamentos, infestava sua mente e perturbava seu íntimo.

— Pinguinho, pinguinho te acalme. — O alfa chamou com sua voz calma, escondendo sua própria preocupação. — Não toque, vai machucar mais.

Já vestido de uma calça marrom batida, ajoelhou-se ao lado de Jimin, segurando suas palmas lisas, sem tocar a parte de cima, e com muito cuidado, deu um beijinho na pontinha dos dedinhos dele.

— Está...está feio, Jungkook está feio. — Repetiu desesperado, negando várias vezes, sem conseguir olhar para as próprias mãos.

— Jimin, pare com isso. — Repreendeu, levando seus dedos até às bochechas gordinhas do mais novo, limpando a pequena lágrima que desceu sorrateira. — Um machucado não vai deixar você feio, pinguinho. — Sussurrou deixando um beijinho em sua testa. — É impossível alguma coisa te deixar feio.

— Mas, vai ficar cicatriz. — Reclamou em um miado, encarando os olhos negros do empregado pelos cílios grossos. — Cicatriz, deixa o ômega feio.

— Oh, eu tenho uma cicatriz em meu rosto, acha que fico feio? — Perguntou apontando para sua bochecha, onde a pequena cicatriz esbranquiçada descansava ali, e o ômega, afobado, negou. — Por que uma cicatriz, bem em meu rosto, não me deixa feio, mas uma em suas mãos, te deixaria?

— Eu...eu não sei. — Respondeu verdadeiro, fazendo um biquinho em seus lábios, descendo seu olhar devagar. — Jungkook não vai me achar feio?

— Não, eu não vou, mas agora nós precisamos cuidar disso, fazer um curativo. — Lembrou, fechando seus olhos de leve, só para encostar sua testa na de Jimin, a fim de sentir o carinho daquele ato. — Não quero o meu pinguinho doente.

— Quando voltarmos, o papai vai brigar bastante com você. — Avisou com um biquinho nos lábios, também de olhos fechados, respirando fundo o cheiro do alfa impregnado em sua pele. — Mas, eu não me importo, você me salvou, Jungkook.

— Não seria capaz de te deixar lá para morrer, pequeno. — Sussurrou baixinho, encostando a pontinha de seu nariz na dele, fazendo os pelos de ambos se arrepiarem da cabeça aos pés. — Eu aguento alguns rosnares.

— Eu sei que aguenta, já ouviu muitos meus. — Respondeu com um sorriso pequeno em seus lábios, remexendo seu narizinho para que dessem um beijinho de esquimó. — Jun eu...eu acho que te devo desculpas.

O alfa suspirou, se afastando só um pouquinho, sabendo onde aquela conversa ia dar. Não conseguiu se afastar muito, seu lobo não permitia que desse um passo para longe do ômega ferido. O gelo de duas semanas que ganhou com certeza o machucou, mas não era momento para isso.

— Eu te devo explicações. — Contrapôs apoiando as mãos nas próprias coxas. — Eu não fiz por querer, Mimi, não tive outra escolha.

— Eu sei que não, sei agora, mas antes não sabia. — Explicou baixo, baixando seu olhar para as próprias mãos. — Fiquei muito confuso quando me contou do cio e muito magoado quando me falou do beijo, eu tive... — Resmungou timidamente. — Tive ciúme, não parei para pensar que...ela não foi sua primeira.

O coração do empregado quase saiu pela boca com aquela confissão, Jimin havia sentido ciúmes de seus dias com a ômega. Ciúmes.

— Não, não foi. — Confessou verdadeiro, não gostava de mentiras, principalmente, quando se tem interesse amoroso envolvido. — Entre os alfas, é diferente, Pinguinho. — Explicou com pesar, vendo o suspiro pesado do ômega.

— Eu senti o cheiro dela em você, e não gostei de pensar que outra pessoa fez o que eu queria ter feito, mas não tive a chance. — Contou, levando seus dedinhos curtos até os do alfa. — Eu quis te beijar por dias, mas não tive coragem, e ela chegou em um dia e...e te beijou, antes de mim! — Seus resmungos passaram para um tom mimado que tanto era acostumado a usar.

— Você pode me beijar. — Afirmou seguro, fazendo Jimin se assustar e levantar o olhar em um segundo. — Eu estou aqui.

O coração do pequeno voltou a bater rápido demais, apressado, mas dessa vez, não era de susto ou medo, era de... paixão. Seu rostinho começou a avermelhar aos poucos, queria tanto beijar Jungkook, até sonhou diversas vezes em como seria seu gosto, mas havia algo o impedindo...

— Eu não posso. — Falou baixinho, contrariado, deixando que seu olhar fosse ao chão. Tinha certeza que estava um tomatinho a tal momento.

O alfa levantou uma sobrancelha, confuso, tentando entender a confusão do ômega, e sua repentina rejeição, afinal sua presença dizia o oposto contrário, quase gritava para que beijassem logo. Os lobos agitados, arranhando e uivando cheios de saudade, tudo, indicava que ele queria, menos as palavras que saiam de sua boca.

— E por que, não pode? — Perguntou não só curioso, mas sim amedrontado. Queria beijar Jimin.

O pequeno olhou para os dois lados, tendo certeza que não tivesse ninguém por perto, levantando e se inclinando para fazer uma conchinha com suas mãos na orelha do alfa, como se estivesse se preparando para contar seu maior segredo.

— Eu não quero engolir a sementinha de bebê. — Sussurrou bem baixinho, se afastando enquanto cobria o rosto, sentindo-se tímido demais para olhar o empregado.

Já Jungkook...

Sua cabeça girou, pulando mais do que peão no lombo de touro bravo, tentando processar aquela informação. Nutria sentimentos por um homem que, achava que os bebês vinham do beijo, ou do umbigo, ou da cegonha, não tinha como negar, mas de qualquer forma, vê-lo falar com todas as letras, dava um belo susto.

Engoliu a seco, tentando voltar a si, encarando só a pontinha da cabeça do menor para fora do casaco.

— Pinguinho não é bem assim... — Começou baixo, levando sua mão para afastar as dele do rosto. — O bebê não vem pelo beijo, precisa tocar outros lugares para ela vir.

— Jungkook falou a mesma coisa da última vez, e não me deixou nem um pouco menos confuso! — Resmungou, tentando cruzar os braços, mas desistindo ao ver que doeria.

— Me desculpe, Mimi, é só que... — Coçou a nuca, tentando pensar. — Deixe essa conversa pra outra hora.

Jimin semicerrou os olhos, apertando seu cenho para tentar dar um ar ameaçador a seu rosto.

— Eu vou cobrar! — Intimou, levantando do chão, finalmente. — Como posso ter filhotes, se não sei de onde eles vêm!

— Eu prometo te explicar direitinho isso. — Sorriu, tentando passar segurança ao loirinho. — Outra hora, agora, nós precisamos ir, antes que nos encontrem. — Avisou, deixando um último selar na testa do menor. — Suba nas minhas costas, eu não quero que se canse.

— Eu sei andar, Jungkook. — Resmungou mimado, vendo o olhar repreensivo do alfa sobre si.

Revirou os olhos, esticando seus braços para que, pudesse subir nas costas largas e desnudas dele. Quentinhas. O ômega abraçou os ombros fortes encaixando propositalmente seu nariz naquele pontinho onde o cheiro de flor de laranjeira era mais forte. É, talvez ser carregado, fosse mesmo muito melhor que andar.

Depois de longos minutos, a floresta densa foi ficando para trás, dando lugar ao grande dormitório dos trabalhadores, esses que saíram de suas janelas, ou levantaram da mesa de café externa para olha-los com curiosidade, fazendo Jimin se encolher nas costas do alfa.

Não era comum, nem um pouco comum, o pequeno chefe aparecer tão perto de um alfa, os últimos que ralaram sua mão nele não viveram para contar a história.

Demorou muito pouco para que estivessem frente a frente com a casa grande, rodeada de pessoas e empregados, carregando madeira, pregos, baldes de tinta, andando como formiguinhas, dentro e fora da casa. O pequeno se recusou olhar a parte queimada, sentindo a culpa açoitar suas costas por ter feito tamanha bagunça, sentia que era culpa sua, e só sua.

— Pinguinho, te acalme, eu estou aqui com você. — Confortou ao sentir o aperto forte em seus ombros, e virou seu rosto, deixando um beijinho na mãozinha pequena.

Queria muito poder encher o rosto do garoto de beijinhos agora, mas sabia que não podia, haviam muitos envolta e logo o...

— JIMIN! — O grito alto e irritado do alfa veio forte, seguido de seus rosnares em fúria. — Solte meu filhote seu infeliz! — Bravou, se aproximando como um cavalo de guerra.

O empregado suspirou, soltando o loirinho no chão bem devagar, a fim de não arrumar mais problemas para si mesmo, ou a ele.

— Senhor Park, se acalme, me deixe explicar o que aconteceu. — Sua voz era calma, quase a ponto de ser debochada, mas seu olhar, mostrava-se a ponto de brilhar na mais pura raiva.

Não gostava daquele homem, nem um pouquinho. 

— Há! Me pede para ter calma quando sequestrou o meu ômega e se aproveitou dele por uma noite toda? — Perguntou alto, se sentindo ainda mais enfurecido ao ver o homem sem blusa

As mãos enrugadas do velho empurraram o peito de Jungkook com força, mas ele, não lutou, sequer firmou os pés no chão, se deixando cair.

Estavam todos olhando.

— Que tipo de alfa acha que sou para tocar um ômega machucado? — Questionou alto o suficiente para que os nobres que os rodeavam ouvissem. — Eu o tirei daquela merda de incêndio por que o senhor não teve a decência de fazer, muito menos teus filhos, o deixaram para morrer queimado, devia me agradecer! — Exclamou firme, se pondo em pé. — Minha honra está intacta.

— Como tem a ousadia de falar assim com seu chefe? Perdeu a noção? — Surpreso, o olhou, sentindo-se desafiado.

— Olha só, que pena, hoje é domingo, não sou seu empregado e se eu fosse você, seria mais gentil com o homem que salvou a vida de seu filho! — Bravou com a voz mansa, o tempo todo, mandando o respeito perante seu superior. — Agora me de licença, preciso cuidar das feridas que você permitiu que ele tivesse. — Foi duro ao falar.

A pequena multidão não desviava seus olhares da cena. Se o Park o matasse, todos saberiam, e ele com certeza perderia a credibilidade com os vizinhos.

Puxou Jimin para perto, envolvendo seu braço na cintura do ômega assustado, andando em passos pesados até a pequena tenda de pano branco onde as mais velhas cuidavam dos ferimentos dos alfas que ajudavam a reconstruir a casa.

Sentou-o em uma das macas improvisadas com palha e se ajoelhou em sua frente, sem se importar com es ômegas confusos. Queria cuidar das feridas de Jimin. Pegou em uma das bancadas a pomada e as faixas, enquanto o loiro continuava em silêncio, aceitando o cuidado. Aquela sensação em seu estômago havia voltado, e teve medo de abrir a boca para falar, e as borboletas escaparem.

Oh, de longe, os irmãos de Jimin estavam desconfiados, e como estavam. Podiam sentir de longe o quanto Jimin estava marcado pelo empregado, seu cheiro o banhava da cabeça aos pés, mas o loirinho, não parecia nem um pouquinho incomodado com aquilo.

Ele não tinha repúdio a presenças alfa?

Oi meus anjos, voltei no prazo dessa vez! escrevi esse cap com muuuito carinho, espero que gostem

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Oi meus anjos, voltei no prazo dessa vez! escrevi esse cap com muuuito carinho, espero que gostem.

divulguem a fic! prometo que vira muita briga, depravação, agressão e boiolagem pela frente!

Esse cap foi grande até, deu 4k de palavras, vou tentar manter nessa faixa sempre.

os machucados do ji se encontram na parte de cima da mão, e em alguns dedos, e se estendem pelo antebraço, caso tenha ficado confuso, são queimaduras de segundo e terceiro grau.

Deixem aqui suas opiniões, teorias e afins, eu AMO ler comentários.

fiquem atentos ao meu perfil, logo postarei um mimo MUITO legal.

até logo :( ❣️

•O Céu Ainda É Azul• jkk🦋pjm°Onde histórias criam vida. Descubra agora