fine

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×I know you so well
You know that I can tell the slightest difference in your facial expression
Don't tell me nothing's on your mind
If we're honest, it will all be fine.×

point of view; rose béchade.
turim, Itália.

Com um coque mal feito, uma roupa suja e os sapatos pendurados nos dedos eu observava o sol se pôr atrás das árvores, enquanto lutava pra subir a longa rua até o colégio. O vento gélido me envolvia severamente naquele fim de tarde, fazendo-me insultar a Rose que acordou atrasada e esqueceu de pôr um casaco na mochila.

Agradeci aos céus quando finalmente atravessei os altos portões da Starim, agradecimento o qual não durou muito, pois logo fui interrompida.

— Ei! - Dei um pulo de susto ao ouvir alguém me chamar logo na entrada e estreitei os olhos, tentando enxergar quem poderia ser.

— Puta merda, Aaron. Que susto! - Pus a mão sobre o peito, sentindo meu coração pulsar freneticamente.

— Desculpe. - Murmurou risonho enquanto eu me aproximava até onde ele estava, sentando-me no banco ao meu lado. — Não sabia que você chegava agora.

— Hoje cheguei um pouco mais tarde que o normal, estou morta. - Recostei minhas costas na parede atrás de nós e suspirei, sentindo meus pés formigarem pela dor. — O que está fazendo aqui?

— Ah, minha mãe avisou de última hora que está vindo me buscar hoje. Eu tinha deixado um recado com Justin pra ele te avisar que eu vou ter que adiar nossos estudos pra segunda-feira. Tem problema?

— Claro que não, tudo bem. - Dei de ombros. — Qual o nome da sua mãe?

— Dalila Savoia. - Franzi o cenho, tentando puxar na memória esse nome.

— Esse nome é bem familiar. - Ele me encarou um pouco surpreso e desviou o olhar, fazendo-me ficar confusa. — Enfim, e o seu pai?

— Ah, meu pai.. - Gaguejou, coçando a nuca ligeiramente. — Meu pai morreu já faz alguns anos.

— Eu sinto muito. - Sussurrei entristecida, acariciando levemente seu ombro. — Eu sei como se sente, meus pais morreram quando eu era bem pequena.

— Também sinto muito por você, Rose. - Ele me lançou um sorriso ladino e suspirou, desviando novamente o olhar.

— Qual era o nome dele? - Indaguei receosa.

— É.. eu não gosto muito de falar disso. - Ele exclamou ligeiramente ríspido e eu assenti, sem insistir. Pouco depois uma buzina ecoou pela portaria e ele se levantou, verificando se era sua carona. — Tenho que ir, Rose. Nos vemos segunda. - Ele selou minha testa e se afastou, acenando pra mim já de fora dos portões. Eu retribuí e me levantei, recolhendo minhas coisas e indo pro meu dormitório.

(...)

Agora que já estou devidamente limpa e aquecida dentro de um conjunto de moletons, resolvi ir até a área conjunta. Lá tem uma ótima lareira e fica uma paz agora que a escola está deserta.

Mas antes passei pelo refeitório e busquei um copo de chocolate quente, por sorte cheguei minutos antes de fecharem a cantina.

Não vi nem esbarrei com Justin desde ontem, o quê me surpreende um pouco visto que marcamos de ensaiar esse fim de semana. Imagino que ele tenha achado algo mais interessante pra se ocupar.

The Boarding SchoolOnde histórias criam vida. Descubra agora