A médica olhava com atenção para o monitor a sua frente, enquanto passava um aparelhinho pela minha barriga. Sua expressão calma trazia conforto para Peter e eu.
— Seu bebezinho tem tudo para nascer bem saudável e forte — Ela diz com um sorriso doce — Se mantiver uma alimentação adequada e nada de exercícios de alta intensidade — Adverte.
Peter e eu nos entreolhamos. Basicamente nossa dieta envolvia mais fast foods do que qualquer alimento saudável que tínhamos em nossa casa. Já os exercícios de alta intensidade eu nem precisava dizer.
— Claro, vamos cuidar disso. — Sorri fraco.
— Gostariam de saber o sexo?
Olhei novamente para Peter.
— Você quer? — Indaguei.
— E se fizermos surpresa?
— Adorei. Não queremos, doutora.
— Tudo bem. Vou guardar os exames em um envelope caso queiram ver, ou caso seus amigos queiram revelar em um chá de bebê. Acho fofo esse último.
Peter pareceu gostar da ideia. Saímos do consultório com os exames em mãos, nos encontrando com Ava e Ben, que nos esperavam pacientemente do lado de fora.
— E aí? — Perguntou Ava.
— Tudo certo com ela. — Sorri.
— Ou ele. — Completa Peter.
— Não quiseram saber o sexo?
— Vamos deixar isso com vocês — Entreguei o envelope a ela — Vamos fazer um chá de bebê e vocês vão nos dizer se é ele ou ela.
— Então, tá — Ava riu fraco — E o que vão fazer agora?
— Não sei vocês... Mas eu vou atrás do Wade. Não quero ele de fora dessa.
Peter abriu um sorriso que contagiou a todos. Ava revirou os olhos quando Ben concordou em vir.
— Ok, vamos atrás daquele maluco.
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Enquanto isso...
A Grande Mãe olhava para sua protegida com um semblante sério em seu rosto. Não gostara de saber que ela havia estado em perigo dias atrás, mas mais ainda, que Dalila não havia feito nada, pois estava encantada demais com o mundo real. Por outro lado tinha outro problema.
— Pandora. — Disse com uma voz firme, chamando por sua serva.
— Sim, Grande Mãe? — Ela faz uma reverencia breve — Em que posso ser útil?
— Como está nossa pequena alma?
— Pronta para nascer.
— Ótimo, quero falar com o jovem príncipe.
— Mas Mestra... Não acho que ele seja uma boa escolha para...
— Ande com isso, Pandora.
Pandora, com um gesto gentil de sua mão, fez com que um homem de cabelos longos caísse de bruços diante delas. Ele ficou bravo, mas Pandora cuidou para que o mesmo ficasse imóvel.
— Você, Asgardiano, gostaria de um trabalho?
— Quem você pensa que é para...
— Responda!
O príncipe de cabelos escuros calou-se por um momento, percebendo a grandeza dos poderes dos dois seres a sua frente.
— Que tipo de trabalho? — Indagou.
— Há muito tempo seu pai, Odin...
— Ele não é...
— Não me interrompa — Advertiu — Odin não teve apenas três filhos...
— Conte-me uma novidade. — Caçoou.
— ... E o último está para nascer.
Loki finalmente prendeu sua atenção na conversa.
— Asgard não existe mais. Meu irmão se quer tem uma namorada. Como um novo Deus ou Deusa poderia nascer?
— Este estava preso a um feitiço originado de sua mãe, Frigga. Assim que o Ragnarok terminasse com Asgard e seu povo estivesse seguro, o último filho de Odin poderia nascer, para enfim, a linhagem Odinson prevalecer.
— ... Ela sabia o que estava para acontecer.
— Frigga também tinha seus próprios segredos.
Loki revirou os olhos.
— Certo, e o que eu tenho que fazer? Matar a mãe? Bancar a babá? Por que não chama o Thor?
— Quero garantir que a criança venha ao mundo com segurança. E eu quero que você cuide disso. Seu irmão está trilhando seu próprio caminho agora.
Loki sorriu, debochado.
— Por que não manda uma de suas servas? Já que Dalila está cuidando de sua protegida, creio eu que Laranja esteja livre.
— Sim, ela está. Para viver a vida dela. Dalila me decepcionou quanto sua última obrigação. Além disso, a criança não nascerá em uma família de mortais quaisquer. Ambos mãe e pai têm poderes.
Loki juntou as pecinhas na sua mente.
— A mãe será a Mulher-Aranha, não é?
— De fato. Mas... Não ainda. A alma do bebê está presa no Reino das Almas, esperando para iniciar sua jornada.
— Quanto tempo até a criança nascer?
— Cerca de seis meses, dependendo de como ela se desenvolve.
— Posso saber o porque de ser a Mulher-Aranha e não outra humana qualquer?
— Eu a escolhi antes mesmo de Karn a escolher como receptáculo de sua antiga paixão, Kasiya. Alguém que suporta o poder de um membro do clã dos Herdeiros, certamente poderá suportar carregar a linhagem Odinson por nove meses.
— Não nos compare a um bando de vampiros interdimensionais.
Pandora olhou de relance para sua mestra, esperando qualquer atitude letal contra o Asgardiano. Mas ela apenas sorriu.
— É evidente que não dá para comparar.
Loki franziu o cenho, irritado.
— Vai aceitar o trabalho?
— O que eu ganho?
— O que você mais deseja. Você sabe o que é, não sabe?
Loki baixou seu olhar.
— Eu sempre soube.
— Além disso — Continuou ela — Não acha que seria melhor que seu irmão ou irmã nasça em uma família bem protegida do que em uma família de simples mortais?
Loki sorriu, debochado.
— De fato, será mais divertido.
— Cuidado em sua missão, Asgardiano. Não será o bebê quem amolecerá seu coração.
Loki deixou de sorrir.
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Spider-Gwen - Skrull Invasion - Livro VI
FanfictionDepois do ocorrido com Thanos e seus filhos, Gwen e seus amigos tentam seguir em frente da maneira que conseguem. Todos ainda estão muito abalados, mas a perda de seus entes queridos afetou nossa heroína aracnídea mais profundamente, embora a mesma...