Capítulo 21

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— Loira, o que você fez?

— E-eu não...

— Anda, sai daqui.

— Mas...

— Sai logo daqui!

Eu corria sem rumo pelas ruas do Queens, assustada. Eu não queria matá-lo, mas me senti tão bem quando o fiz. Parei em um beco sem saída, sentindo meus pulmões arderem. O que você fez?

As palavras de Wade não saíam de minha mente. Como se estivesse decepcionado comigo.

Senti uma presença a pouco metros de mim. Algo no fim do beco estava a espreita, me obervando. Assustada, dei alguns passos para trás me afastando daquela coisa, mas senti que tinha mais alguém ali. Atrás de mim.

Quando olhei, me deparei com uma enorme sombra, apontando o dedo para mim.

— Culpada! — Ela bradou, enraivecida.

— Não...

— Culpada!

— Não, eu não queria!

— Cul-pa-da! — Ela berrou, pausadamente.

— Não! Eu não sou... Eu não sou... Eu não...

Acordei sobressaltada, com Peter me sacudindo. Ele me olhava com uma expressão preocupada.

— ... Pete?

— Você estava tendo um pesadelo.

Olhei ao nosso redor. Estávamos em nosso quarto, no meio da madrugada.

— ... Um pesadelo... — Coloquei uma das minhas mãos sobre minha testa, ainda me sentindo desorientada.

— Você está bem?

— Acho que sim.

— Tem certeza? — Ele ponta para o meu rosto — Seu nariz está sangrando.

Levei minha mão automaticamente até o local, sentindo um líquido morno nas costas de minha mão. Fiquei olhando aquilo até finalmente perceber que se tratava da marca.

— Sangue...

— Gwen — Peter tocou meu ombro — Fala comigo, você 'tá me assustando. Começa a gritar do nada, seu nariz começa a sangrar, você parecendo fora de órbita... É essa marca, não é?

Meu olhar foi de minha mão ensanguentada para o rosto aflito de Peter.

— Pensei que o Cookie pudesse dar conta.

— Vamos para a Fundação Vida. Não confio muito neles, mas é o único lugar que conhece muito bem os simbiontes.

— Pete, são três da madrugada.

— Não importa.

Peter levantou-se e colocou uma roupa quente, pedindo para que eu fizesse o mesmo. Eu estava um pouco aérea, mas ainda assim fiz o que ele pediu. Mesmo as três da madrugada Nova Iorque se mantinha agitada. Peter chamou Flash pelo comunicador e pediu que o mesmo nos levasse até o prédio da Fundação Vida em um dos quinjets. Ele não revelou muita coisa, só disse que eu não estava bem por causa do Cookie e parecia que apenas essa informação fora o suficiente para Flash aceitar nos levar.

Enquanto observava as luzes da cidade pela janela do quinjet, notei que Peter estava um tanto sonolento ao meu lado, quase colocando sua cabeça em meu ombro algumas vezes. Ele não havia dormido nada essa noite, pois chegara tarde por causa de um assalto.

— Pete, deita aqui no meu colo e dorme um pouco. Eu te acordo quando chegarmos.

— Eu aguento... Eu sou forte... — Ele diz com os olhos fechados e a voz sonolenta.

— Disso eu não duvido, mas você precisa descansar.

— Me acorda quando...

— Sim, te acordo quando chegarmos.

— Não, me acorde quando alguma coisa acontecer. Se você piorar ou... Ou sei lá...

Peter finalmente encostou sua cabeça em meu ombro, adormecido. Sabendo que a viagem seria longa, acomodei Peter de modo que sua cabeça ficasse em meu colo e coloquei sua blusa de frio sobre o mesmo, como um cobertor.

Fiquei brincando os fios de seu cabelo enquanto observava a cidade lá embaixo. Espero que tudo isso acabe logo.

Spider-Gwen - Skrull Invasion - Livro VIOnde histórias criam vida. Descubra agora