Spider-Gwen - Skrull Invasion - Livro VI

Capítulo 20

Dia Seguinte...

— Cookie! — Gritei irritada — Se você não aparecer agora, juro que vou...

— Você sabe que ele não é um cachorro, e sim, um simbionte, certo? — Perguntou Peter encostado no batente da porta de nosso quarto.

— Pete?

— Quem mais seria? — Ele sorri.

— O que 'tá fazendo aqui?

— Eu moro aqui — Ele diz enfatizando o óbvio.

— Não, digo... Você devia estar na universidade.

— Ah, eu tranquei.

— O q... Por quê?

Peter se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado na cama, com uma expressão calma.

— Porque eu acabei de voltar depois de cinco anos virado em cinzas. Não vou perder meu tempo indo em aulas e palestras, sendo que posso ficar aqui com você.

— Pete, eu sei que não passamos muito tempo juntos — Toquei seu rosto com minha mão sem a marca — Eu ando muito ocupada, eu sei. E sinto muito. Mas não devia ter trancado a faculdade.

— Tudo bem. O importante pra mim são as pessoas que eu amo.

Sorri ao ouvir isso. Me aproximei para beijá-lo, mas acabei não o fazendo. Peter me olhou confuso.

— Você quase me pegou... Ladak.

Ele muda sua expressão para uma de supresa.

— Touché, Gwendolyn. Vejo que agora consegue me reconhecer — Ele diz voltando a sua forma de Skrull.

— Digamos que eu conheça Peter muito bem. E saia da minha cama.

Ladak se levantou, adotando uma postura séria.

— Eu não diria isso na época do colégio.

— Naquela época eu não sabia dos Skrulls, sabia?

— Touché novamente.

— Então... O que faz aqui? Aliás, quem deixou você entrar?

— O Peter, é claro.

— O Peter? Deixou você entrar? — Perguntei desconfiada.

— Para esse treinamento que fiz agora com você.

Claro. Carol disse que iria nos ensinar a reconhecer Skrulls. Como pude esquecer?

— Peter — Chamei com um tom de voz um pouco mais elevado.

Peter apareceu na porta, deixando apenas o rosto amostra como se estivesse se escondendo. Tessa passou por ele e correu para subir na cama, deitando na mesma.

— O cachorro tem mais coragem que você? — Ladak disse olhando de canto para Peter.

— Você ainda está aqui, por quê...? — Peter tentou não soar grosseiro.

— Já entendi. Estou indo — Ele se vira para mim — Direi a Srta. Danvers que você foi bem no teste.

— Valeu, Ladak.

O Skrull se contentou em apenas dar um aceno com a cabeça e logo saiu do apartamento, deixando Peter, Tessa e eu a sós. Com o dedo indicador, chamei Peter para perto de mim e fiz um sinal para que o mesmo se sentasse na cama. Peter o fez, sem me olhar nos olhos.

— Peter, eu não estou chateada. Se você quis trancar a faculdade porque acha que não passa muito tempo com sua família e amigos, tudo bem. Eu não tenho que reclamar do que você faz ou deixa de fazer.

— Mas sua opinião é importante. Somos um time, não somos?

— Claro.

— E como um time, temos que tomar decisões juntos. Ok, eu decidi trancar a faculdade sozinho. Mas prometo que foi só isso. Agora... — Ele segura minha mão — O que acha de me contar sobre essa marca estranha na sua mão?

Puxei minha mão de volta, assustada.

— Você viu...?

— Não tinha como não ver, Gwen. Nós dormimos juntos.

— 'Tá chateado?

— Não, eu só quero saber o que é.

Olhei para a marca.

— Bom, isso... Isso é algo que eu fiz pelo Wade.

— O quê?

— Lembra de quando Wade te contou que eu havia matado um homem? Bom, esse homem era irmão de um... Hã... Mutante, vamos chamá-lo assim. Ele quis vingança e o Wade, para me proteger, disse a esse cara que fora ele quem tinha matado. Então, esse mutante colocou essa marca nele.

— Tipo um carimbo das pessoas que ele tem que matar? — Ele perguntou receoso.

— Não. Ela te mata de dentro pra fora.

— O quê? — Ele eleva o tom de sua voz.

— Mas está tudo bem! Cookie vai dar um jeito.

— Por quê ele não removeu até agora?

— Não sei. Acho que é um processo demorado.

Peter me olhou, preocupado. Eu odiava deixá-lo assim, mas não queria omitir uma coisa tão importante pra ele.

— Bom, isso não explica o fato de você estar com a marca e não ele.

— Eu... Eu aceitei ficar no lugar dele. Você tinha que ter visto o estado dele, Peter. Eu realmente estava com medo que o Wade morresse.

Peter me puxou para um abraço apertado.

— Sempre colocando seus amigos em primeiro. É por isso que eu te amo tanto.

Sorri, aprofundando ainda mais aquele abraço.