Capítulo 95

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Reino das Almas

Pandora olhava para suas irmãs com um ar saudoso. Sentia muita a falta delas. E de ser livre. Suspirou fraco, sentindo-se cansada.

— Péssima hora? — Uma voz que há muito não ouvira a fez sair de seus devaneios.

Virou-se surpresa para ele.

— Strange.

— Pandora — Ele faz um breve cumprimento de cabeça — Sua mestra, onde está?

Pandora deu de ombros.

— Avise-a que já encontrei uma família adequada para o... Bebê.

— Nós já achamos.

— Quem? — Indagou o mago.

— Gwen Stacy e Peter Parker.

— O q... Não me diga que o bebê da Gwen será...

Pandora assentiu. Strange se afligiu com a notícia. Ele sabia do bebê e de Loki desaparecido, mas não demorou para que o mago juntasse as peças e percebesse que o príncipe asgardiano só podia estar com ela.

— Pandora, preciso que você fique de olho no Loki.

— Tenho um número incontável de almas para vigiar, Stranger. Não vou perder meu tempo com esse... Homem. Aliás, a Grande Mãe o mandou ao mundo dos mortais como guardião da Gwen. Ele não vai machucá-la.

Strange estranhou a informação.

— Dê-me licença, tenho dois reinos para cuidar. — Ela lhe deu as costas.

— Tanto o Reino das Almas, quanto o Reino das Sombras não precisam de vigia.

Pandora riu.

— Mexer com o multiverso está te afetando, doutor. 

— Eu não estou brincando. Você é livre, Pandora.

— Sei.

— A ligação que você tinha com sua mestra acabou quando ela morreu. Você está sendo leal a um espirito.

— Mas... Ela...

Você têm poderes. Não percebe que ela lhe exige que faça as coisas por ela? E você, ingênua, faz. Por lealdade. Você é livre, Pandora. Pode ir aonde quiser.

Pandora olhou para suas mãos, sem acreditar. Eu sou livre, pensou ela.

Era tudo o que ela mais queria na vida.

— Pode ver suas irmãs. — Disse Strange, baixinho.

Pandora voltou seu olhar para ele, um misto de alegria e euforia em seu corações. Num movimento involuntário, Pandora jogou-se nos braços do mago, agradecendo-o.

— Obrigada, obrigada, obrigada!

Strange sentiu-se desconfortável.

— Uh, sim, de nada. — Respondeu rapidamente.

— Era tudo o que eu mais queria... — Ela se desvencilha dele — Mas... e os reinos?

— Eles nunca tiveram vigia, Pandora. Ela te deu um propósito para que pensasse que estava preso a ele. A única coisa que precisa de alguém no comando, é a Linha do Tempo Sagrada.

Pandora preocupou-se.

Ele ainda está lá cuidando de tudo. — Garantiu Strange.

Pandora olhou ao seu redor, hesitante. Stephen abriu um portal próximo aos dois, revelando o Complexo dos Vingadores.

— Suas irmãs estão aqui.

— ... Será que elas querem me ver?

— Só há um meio de descobrir.

Olhando para dentro do círculo, Pandora respirou fundo; tomando toda a coragem que tinha e deixando um beijo doce na bochecha de Strange, adentrou o portal sem dizer se quer uma palavra. Strange a observou entrar, sentindo algo estranho em seu interior. Ele sentira empatia pela moça.

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Complexo dos Vingadores

Dalila e Laranja conversavam tranquilamente com Ava e Ben, quando notara uma presença familiar perto deles. Não dava para negar com aqueles longos cabelos ondulados e as roupas de quem parecia ter saído da Grécia nos tempos antigos.

— É a...

— Pandora!

As duas abraçaram a irmã fortemente.

— E essa? — Perguntou Ava.

— Sei lá — Ben deu de ombros — Todo dia aparece alguém novo.

— Ei, meninas! O que é isso?

Laranja se soltou das duas.

— Nossa irmã Pandora está livre!

— "Irmã?" — Indagaram os dois, surpresos. — Certo, cuidamos disso depois. Estamos com um problema. E dos grandes.

— O bebê da Gwen? — Perguntou Pandora — Está tudo bem. Ele nada mais do que é o novo filho de Asgard.

— Desculpa, ele é o quê? — Ben incomodou-se com a informação.

— Bom, pra resumir, há muitos e muitos anos atrás mesmo, Odin sentiu que sua linhagem tinha que continuar mesmo depois de sua morte e a de seus filhos, por isso, Frigga usou de seus poderes para "guardar" uma alma. Um feitiço bem complexo, eu diria. Isso quase lhe custou a vida, mas ela conseguiu deixá-lo nos Mundo das Almas até o Ragnarok.

— Rag... O quê?

— Ragnarok, sabe? A destruição de Asgard, coisa e tal. Devem ter ficado sabendo, já que o Thor passou um tempinho aqui.

Ben e Ava se entreolharam. Eles não tinham contato com Thor para saber que a destruição de seu mundo se chamava Ragnarok.

— Então, minha amiga está carregando algum príncipe ou princesa de Asgard, é isso? — Perguntou Ava.

— Em termos simples, sim.

— Meu Deus, não acaba nunca.

— E o quão perigoso essa criança é? — Indagou Ben.

— Eu não diria que é perigoso. Gwen e Peter foram escolhidos para serem os pais, então, acho que ele nascerá gentil e bondoso. Mas também não posso deixar de ser realista e dizer que almas não são corrompidas. Por isso a escolha de seu guardião. 

— Guardião? Que guardião?! — Ava se aproximou de Pandora e a segurou pelos ombros — Me conta agora que história é essa!

— Loki é o guardião. Ele é um dos filhos de Odin e como Deus da trapaça, ele é uma boa escolha. 

— Thor é uma boa escolha. — Resmungou Ava, soltando Pandora. — Vamos Ben, temos que arrumar essa bagunça.

Ben cogitou seguir Ava Complexo afora, mas uma dúvida surgira em sua mente.

— Ser filho de Odin não foi o real motivo para ele ser escolhido, não é?

Pandora negou sutilmente com a cabeça.

— Thor é bom e certamente protegeria a criança, pensando também no bem das pessoas ao seu redor. Mas o Loki... Loki mataria qualquer um que ousasse tocar em um fio de cabelo dele.

— Loki não se importa com ninguém.

— Engana-se Ben Riley. Loki tem coração. Está quebrado, mas ainda assim, consegue amar.

Ben estranhou o que Pandora disse. 

Spider-Gwen - Skrull Invasion - Livro VIOnde histórias criam vida. Descubra agora