Capítulo 49

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Reino das Sombras...

Acordei me sentindo desorientada e um pouco fraca. Olhei para os lados tentando me localizar e vi que estava no mesmo cenário de meu sonho: uma Nova Iorque em preto e branco. Estava sozinha naquele lugar sombrio sem saber o que fazer.

Talvez tenha mais alguém aqui, pensei. Mas e se não for do bem? Bom, terei que arriscar.

— Olá?! — Gritei o mais alto que pude — Tem alguém ai? Oi!!!

— 'Tá, eu já ouvi! — Ouvi alguém dizer atrás atrás de mim.

Virei-me assustada.

— Quem é você?

— Dalila. Sou uma Tulpa. Bem-vinda ao Reino das Sombras, seu mais novo lar permanente. Fique a vontade para surtar, tenho que voltar para o meu tédio eterno.

Dalila virou-se de costas e começou a caminhar a passos largos para longe. Como não queria ficar sozinha naquele lugar esquisito, comecei a segui-la.

— Pode me dizer se há alguma maneira de eu sair daqui?

— Sair daqui? — Ela ri — Você não me ouviu? Ninguém nunca saiu. Esse lugar é...

— Uma prisão, eu sei. Mas tem que haver...

— Bom, o único jeito é desfazendo o que fizeram com você.

— Hã?

— Substituição. A alma que estava aqui foi para o seu corpo e você veio para cá, respectivamente.

— E como faço para voltar para o meu corpo?

— Você? Nada. Só os seus amigos do outro lado. Minha querida irmãzinha Laranja deve ter lhes contado que pra isso acontecer, eles devem matar a rainha mandona.

— Então, ela volta pra cá, certo?

— Não. Não existe uma terceira vez no mundo das almas. Se você voltou e não conseguiu sobreviver, já era. Ela morre sem direito a ressuscitar ou algo do tipo.

— Então, eu sou totalmente dependente dos meus amigos agora.

— Que bom que entendeu.

Dalila voltou a dar as costas para mim, mas eu a segui.

— Qual é o seu propósito?

— Como? — Ela perguntou sem me olhar.

— Seu propósito, sabe? Toda Tulpa tem um.

— Ah... Sim. O meu é cuidar desse lugar enquanto ele existir.

— Vai ficar aqui pra sempre.

— É... Pois é.

Ela volta a caminhar, mas desta vez em passos curtos. Acho que toquei num assunto delicado.

— Desculpe, eu não devia ter perguntado isso.

— Só esqueça, está bem? E venha logo se não quiser ficar sozinha.

Segui Dalila por algumas avenidas, até chegar no que seria a Time Square. Diferente da atual, estava vazia. Sem nenhum carro sequer. Dalila me fez parar no meio da avenida e apontou para um grande telão fixado no topo de um prédio.

— Pode ver seus amigos ali.

— E o que eu faço? É só dizer e ele magicamente aparece?

— Mais ou menos isso. Vou te deixar sozinha, tenho outras almas para vigiar.

— Eu não vi nenhuma.

— Apenas Tulpas podem o fazer. Volto mais tarde para vê-la.

Assenti sem dizer nada e voltei minha atenção para o grande telão.

Spider-Gwen - Skrull Invasion - Livro VIOnde histórias criam vida. Descubra agora