Capítulo 11

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Depois de um dia ótimo a beira da piscina, Krystian encomendou comida chinesa para todos e eles acabaram jantando no jardim. Apesar de estar ventando muito e de alguns mosquitos eles tiveram um tempo incrível juntos. Já passavam das dez horas quando eles encerraram a noite regada a vinho e comida chinesa.

— Ei... vai dormir comigo hoje? — Josh perguntou se virando para olhar Noah com a mão na maçaneta da porta do seu quarto.

— Acho que não, já chega de você por hoje — disse sorrindo brincalhão. Josh fez uma expressão pensativa e confirmou com a cabeça.

— É uma pena... vou ter que chamar outra pessoa. — Noah desfez rapidamente o sorriso, mas engoliu os ciúmes e sorriu de canto.

— Boa ideia, talvez eu faça o mesmo. — Ele viu o mais velho ficando tenso e mordeu o lábio inferior se impedindo de soltar risada.

— Não ouse.

— Te vejo em alguns minutos. — Josh acena positivamente. Urrea entra no quarto com um sorriso bobo nos lábios, o dia estava sendo incrivelmente bom. Ele passou o dia junto com seus amigos e Josh com direitos a risadas e alguns beijos roubados entre ele e Josh.

Ele foi até o closet e pegou uma calça de flanela xadrez e uma camiseta velha. Ele abriu a porta do banheiro e sentiu o corpo paralisar. O cômodo estava normal como o de costume, exceto por uma coisa. Havia uma frase ali. "Em breve você estará nos meus braços de novo. M". Só tinha uma pessoa em todo o planeta que faria uma coisa daquelas. Foi usado sangue para escrever, as letras escorriam pelo piso de mármore cinza. O choque daquela frase não foi a pior coisa. A pior coisa foi sentir algo pingando em seu rosto. Ele levantou o rosto e olhou para o teto. Tinham fotos dele em alguns lugares, algumas eram antigas, ele devia ter dezesseis anos na maioria delas, e algumas não tinham tanto tempo assim, e todas estavam com os rostos marcados com um X e pingavam sangue no tapete branco do banheiro. Levou somente dez segundos para Noah perceber o que aquilo significava. Matthew esteve ali. Ele colocou os pés naquela casa. Entrou no quarto dele. Provavelmente tinha tocado em suas coisas. Um grito apavorado saiu. Um grito horrendo e agonizante. Tudo voltou com muita força. Tudo que ele tinha enterrado em uma caixa no fundo da sua mente voltou com toda a força. Os gritos de horror sondavam sua cabeça, tirando toda a paz que ele conseguido em todos os anos. Por mais que tentasse esquecer, ele não conseguia. Noah sentiu os joelhos cedendo e ele caiu no chão gritando e cercando os punhos. As unhas machucavam as palmas das mãos. Ele precisava sentir dor. A dor ia ajudar. Ele gritava tanto que a garganta já estava ficando dolorida. Mas nada doía mais nesse momento do que saber que Matthew esteve perto.

Ele gritava tanto que nem conseguiu ouvir a porta do quarto abrindo e os passos altos e rápidos de Josh ecoando no piso de madeira.

— Noah! Noah o que aconteceu? —Josh franziu o cenho olhando ao redor e cerrou os punhos com raiva. — Mas que...? Eu vou matar aquele... — Ele balançou a cabeça tentando se concentrar na única coisa que importava naquele momento: Noah. Urrea continuava gritando. As lágrimas rolavam pelo rosto vermelho e se misturavam com o sangue que tinha pingado do teto. Aquela cena estava matando Josh por dentro. Ele se sentia perdido e confuso.

— Noah, o que aconteceu? — Josh se virou ao ouvir a voz preocupada de Krystian. O chinês olhou ao redor ficando mais pálido que o normal.

— Gente, o que aconteceu aqui? E esses gritos? — Any adentra o quarto com uma expressão preocupada no rosto e uma arma nas mãos. Ela olha a parede e em seguida o teto. — Mas que porra é essa?

— Mas que caralho é esse? — Bailey disse em choque. — Isso é sangue?

Noah finalmente tinha parado de gritar, mas de certa forma seu silêncio era mil vezes mais angustiante do que seus gritos. As quatro pessoas presentes na sala o fitavam preocupado. Josh pareceu ter um estalo quando uma gota de sangue do teto atingiu seu braço.

Verde, Azul e o FimOnde histórias criam vida. Descubra agora