Verde, Azul e o Fim

Capítulo 5

— Josh, a Sina... — Heyoon interrompe a si mesma, totalmente chocada com a cena que estava vendo. Ela entrou no quarto de Josh sem bater, e acabou se surpreendendo ao ver Noah e Josh dormindo profundamente. Na mesma cama. Juntos. Agarrados. Heyoon abriu a boca chocada, mas depois inclinou a cabeça para o lado e ergueu as sobrancelhas — Bom, levando em conta que são esses dois, as coisas estão evoluindo mais rápido que o esperado. — A coreana saiu do quarto, fechando a porta atrás de si com cuidado. Josh, que tinha sono leve, acabou acordando com o barulho da porta se fechando, ele sentia o peso do corpo adormecido de Noah junto ao seu. O cabelo castanho estava bagunçado e jogado por cima do seu rosto. Beauchamp sorriu bobo sem nem mesmo perceber que fazia isso, ele acariciou os fios castanhos e macios. A cabeça de Noah repousava no seu peito nu, e as pernas estavam entrelaçadas umas nas outras. Josh se pegou imaginando como seria acordar assim todas as manhãs. Se pegou querendo isso. Isso o assustou de certa forma. Ele sabia que queria, mas... será que aquilo era o certo? Fala sério, quais eram as chances dos dois realmente funcionarem? Eles passavam a maior parte do tempo brigando entre si. 

E... bom, para Beauchamp, era simplesmente difícil demais assumir o que ele estava sentindo por Noah. Dois anos tentando o esquecer. Tentando tirá-lo da cabeça. Nada funcionou. Nunca. E agora ele estava de volta e trazendo vida de novo para algo que parecia estar morto dentro dele. Aquecendo alguma coisa com aquele sorriso meio debochado e o humor ácido. Cara, como ele conseguiu ficar sem ele por tanto tempo? Ele mal se lembrava de como era sua vida antes de Noah Urrea. Heyoon tinha razão quando disse que esse sentimento te deixa vulnerável, te deixa assustado. É preciso ter coragem se for amar alguém. Muita coragem. Talvez Josh ainda não tivesse coragem suficiente para isso. Não ainda.

Ele tentou sair da cama sem acordar Noah, mas não funcionou. Jacob se remexeu em cima dele e gemeu manhoso.

— Bom dia. — Noah murmurou sonolento.

— Bom dia.

Josh se levanta com cuidado para Noah não se machucar e vai até um banheiro. Ele precisava de um banho. Um banho deixaria tudo mais claro, ao menos ele esperava que sim.

Não melhorou.

Quando ele voltou Noah já não estava mais na cama. Os lençóis estavam esticados e bem arrumados, as roupas em cima da poltrona já não estavam mais lá.

— Mas que merda.

Fora daquele quarto, Noah atravessava o corredor e entrava em seu próprio quarto. Ele se jogou na cama e olhou para o teto. Josh tinha acordado estranho, mas claro que isso não o surpreendeu nem um pouco.

— Bom dia! — Krystian invade o quarto com o seu habitual sorriso animado. Às vezes Noah não conseguia entender como Krystian conseguia ficar animado daquele jeito todas as manhãs, ele pensaria que ele era uma bomba de felicidade infinita se já não tivesse visto ele em um de seus piores momentos.

— Bom dia — murmurou desanimado.

— Que falta de animação, cruzes! — Krys se senta na cama cruzando as pernas como um índio.

— O que falta em mim tem de sobra em você — resmungou. — Que horas são? Por que está aqui tão cedo? — Indagou desviando o olhar do teto para Krystian.

— Eu dormi aqui — deu de ombros. — Eu ouvi a discussão que você e Josh tiveram ontem à noite. — Noah deixou um suspiro cansado escapar. Aquela briga de ontem tinha sido necessária, às vezes Josh conseguia deixá-lo no limite da paciência e ele explodia quando isso acontecia. Era coisa demais para deixar enterrada. Sentimentos e pensamentos não deixam de doer só porque paramos de prestar atenção neles. — Quer me contar o que aconteceu? — Perguntou gentil. — Por que Bailey e Josh estavam na festa do Ryan? Por que você voltou pra cá?