Capitulo 20

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Noah abriu os olhos se sentindo meio tonto. A última coisa que ele se lembrava era de se despedir de Josh e andar pela cidade, até que ele sentiu alguém o agarrando e colocando um pano com cheiro forte tapando seu nariz e boca. Ele piscou os olhos tentando fazer a visão se focar. Ele não conseguia se mover, seus braços e pernas estavam amarrados em uma cadeira velha, suas roupas ainda estavam em seu corpo, o que o deixou muito aliviado. Ele olhou para frente só para dar de cara com a pessoa que ele mais odiava em toda a vida. Matthew Urrea. Noah teve que conter a vontade de vomitar ao olhar para o rosto rechonchudo e barbado. Matthew tinha cicatrizes no rosto que não estavam ali antes, marcas das semanas de tortura, e com certeza existiam mais por debaixo do casaco grosso e das luvas.

O Urrea mais velho se aproximou a passos lentos do moreno colocando as mãos nos braços enferrujados da cadeira ficando bem próximo do rosto de Noah.

— Você está diferente. — O mais velho analisou o rosto dele com os olhos cerrados antes de sorrir sádico e levar a mão enluvada até a bochecha esquerda de Noah fazendo um carinho com o polegar. — Não quer dar um abraço no papai? — Noah cerrou a mandíbula enquanto olhava fixamente para os olhos castanhos.

— Você continua o mesmo filho da puta de sempre. — O mais novo mal tem tempo de processar antes de sentir o rosto virando para o lado com o impacto de um tapa. Ele deveria controlar melhor a língua, mas não dava, Matthew despertava o pior lado dele.

— Você não tem ideia do quanto eu senti falta disso. — Ele riu. Matthew exibia um sorriso divertido, os olhos brilhavam felizes. Ele realmente estava se divertindo com toda aquela situação. — Você tem se divertido muito, não é? — Noah virou o rosto para o lado. Ele não queria ter que olhar para Matthew, seu estômago estava embrulhado e ele sentia vontade de esmurrá-lo até a morte. — Baladas, bebidas, amiguinhos. — O mais velho o segurou pelo queixo e o fez virar para encará-lo. Matthew queria que Noah o olhasse nos olhos enquanto ele destilava seu veneno. — Sinto te dizer isso querido, mas seus dias de farra acabaram. — Matthew fingiu um biquinho triste. Noah queria cuspir na cara dele. — Você até que dança bem já te disseram isso?

— Você me trouxe aqui só para dizer isso? — Resmungou cheio de deboche. — Que falta de criatividade. — Outro tapa. Desta vez mais forte. Noah sente o gosto metálico do sangue invadir sua boca.

— Muito bem. Quer ouvir uma coisa muito criativa? Assim que seu namoradinho atravessar essa porta, porque eu sei que ele vem resgatar você como a porra de um príncipe encantado, ele vai me ver dando um tiro nessa sua cara. Imagine a cara dele Noah. — Matthew deu risada. — Você acha que ele vai sentir a sua falta? Eu acho que não. Ele tem coisa melhor a disposição dele.

— Por que você é assim? Eu sou o seu filho! — Outro tapa. Noah conseguia sentir o sangue invadindo sua boca. Seu rosto doía e sua visão já estava começando a ficar desfocada. Matthew se divertia como uma criança em uma loja de doces, e isso era assustador e estranho até para ele.

— Filho? Oh, querido. Você não passa de um bastardinho de merda! — Noah engoliu em seco franziu o cenho confuso. — Aquela vagabunda da sua mãe nunca te disse, não é?

— Não fale assim da minha mãe! — Ele rosnou puxando as cordas, tentando se livrar delas. — Não ouse falar dela ou eu juro que te mato seu filho da puta do caralho!

— Aquela piranha mereceu o fim que teve, e você vai ter um pior ainda! — Ele berrou. — E eu deveria ter te matado quando eu tive a chance. — Noah gargalhou com vontade jogando a cabeça para trás, um riso cheio de deboche que deixou Matthew enfurecido.

— Deveria mesmo — sibilou. Noah sorriu de canto maldoso. Matthew poderia bater nele, chutá-lo, ameaçá-lo, e até mesmo matá-lo, mas Josh... oh, pobre Matthew. Josh o faria experimentar o triplo de toda a dor que ele causou. E desta vez, Beauchamp garantiria que ele não saísse vivo. Noah viu o medo tremulando bem no fundo das írises castanhas e gostou disso. Ele se viu de volta há anos no escritório de Matthew, com os dentes encharcados de sangue sorrindo para ele como um maníaco. — Porque você pode até me matar, e achar que sairá vitorioso, mas se eu morrer... quer dizer que você assinou seu próprio atestado de óbito. — Mas Matthew não o deixaria sair por cima.

Verde, Azul e o FimOnde histórias criam vida. Descubra agora